"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Portugal após a Restauração


Quando Portugal separou-se da Espanha, recuperando sua independência - a Restauração -, um novo rei foi aclamado.
D. João IV, o "Restaurador " (1640 - 1656), recebeu um Reino enfraquecido politicamente e empobrecido financeira e economicamente.
Para consolidar a independência conquistada e minimizar as dificuldades políticas, o novo rei, firmou alianças, concluiu tréguas e assinou tratados com outros soberanos europeus. O mais importante deles, o de Methuen, em 1703, garantia a proteção política da Inglaterra em troca de concessões econômicas, em meio a um século marcado pela crise e pela recessão.
Questões mais imediatas afligiam o novo governo do Reino português. Como conseqüência da União Ibérica, a esquadra portuguesa, necessária à manutenção do império colonial, achava-se praticamente destruída após inúmeras batalhas travadas ao lado da armada espanhola. Sem seus navios a situação de Portugal complicava-se pois, afinal, era um império marítimo. Para agravar a situação, em 1640, as partes mais importantes do antigo domínio colonial português estavam ocupadas pelos holandeses.
Restavam alguns pontos na África, que forneciam escravos, e a parte meridional do Brasil, já que a área mais lucrativa, a região açucareira, permanecia controlada pela Holanda.
Nos anos finais do século XVII a crise prosseguia. Os holandeses monopolizavam a venda do açúcar na Europa: Davam preferência ao açúcar produzido por suas colônias, em prejuízo daquele produzido pela Colônia portuguesa na América, com grande perda para o tesouro real.
Já no reinado de Dom João V (1706-1750), Portugal agrícola enfrentava uma dependência econômica em relação à Inglaterra. Com o aumento da importação dos produtos ingleses esvaziavam-se os combalidos cofres da Coroa, acentuando ainda mais o desequilíbrio na balança comercial portuguesa. Como uma das soluções para vencer a crise, Portugal passou a incentivar os bandeirantes, que adentravam os sertões do Brasil, em busca de índios e de metais preciosos.

As Primeiras Notícias de Ouro e a Carta Régia de 1603


Notícias de ouro na Colônia, em São Vicente, surgiram no final do século XVI. Entretanto, a exploração não foi levada adiante por ser de pequena monta.
A Carta Régia de 15 de agosto de 1603 legislou sobre o assunto, estabelecendo um princípio, consagrado posteriormente, que liberava a exploração das minas, reservando-se a Coroa o quinto de todo o ouro encontrado.
As notícias sobre a existência de ouro pareciam confirmar as opiniões de muitos que, naquela época, entendiam haver metal precioso na América portuguesa, como havia na América espanhola. Há controvérsias quanto aos primeiros achados, atribuídos a Borba Gato, genro de Fernão Dias, que, em 1695, na área do Rio da Velhas, teria obtido êxito na procura do metal precioso.

"As Minas Gerais ". A Corrida para o Eldorado


As notícias logo se espalharam, alcançando Lisboa. Portugal vibrou frente às possibilidades de aliviar, pelo menos momentaneamente, sua crise financeira e econômica.
Novos interesses e atenções passaram a ser dispensados à Colônia americana: com o ânimo voltado para o ouro, uma multidão lançava-se à procura de ribeirões auríferos nos sertões.
Nos primeiros anos do século XVIII, o padre jesuíta Antonil, informado sobre os acontecimentos naqueles sertões longínquos, observou: "a cada ano vêm nas frotas quantidades de portugueses e de estrangeiros, para passarem às minas. Das cidades, vilas, recôncavos e sertões do Brasil vão brancos, pardos e pretos, e muitos índios, de que os paulistas se servem. A mistura é de toda condição de pessoas : homens e mulheres, moços e velhos, pobres e ricos, nobres e plebeus, seculares e clérigos, e religiosos de diversos institutos, muitos dos quais não têm no Brasil convento nem casa."
O ouro encontrado era, em grande parte, de aluvião. Depositado nos cursos e margens dos rios, riachos, e em terrenos superficiais, não exigia técnicas especiais, grandes investimentos e nem pessoal especializado para sua extração.
Por conta disto, e também pela cobiça que a descoberta das minas de metais preciosos despertava no espírito daqueles homens, houve uma corrida desordenada para os locais das descobertas, que ficaria conhecido como "Minas Gerais", assim conhecido por reunir diferentes jazidas. Dizia-se, então, que nas Minas não havia justiça, nem governo, apenas "montanhas de ouro".

O Regimento para as Minas. A Intendência das Minas


A Coroa portuguesa tratou de agir buscando controlar, aos poucos, aquela área. Institui, em 19 de abril de 1702, o Regimento do Superintendente Guarda Mores e Oficiais para as Minas de Ouro, estabelecendo a autoridade real na administração da atividade mineradora.
A propriedade anterior não foi questionada, uma vez que as descobertas ocorreram em terras ainda não ocupadas pelos colonizadores e colonos.
No Regimento, mantido com algumas alterações até o Império, criava-se o cargo do Intendente das Minas, cujas atribuições independiam das outras autoridades coloniais, só prestando contas e obediência ao governo da Metrópole. Entre as múltiplas funções cabia a este administrador, que na maioria das vezes desconhecia a mineração, a cobrança do quinto, assim como a supervisão de todos os serviços executados nas lavras (terreno de onde se extraía metais e pedras preciosas).
A Intendência tinha também como responsabilidade a distribuição das datas, terrenos auríferos demarcados em lotes. Ao descobridor da jazida cabia o direito de escolher a sua data. Esta variava de tamanho de acordo com o número de escravos que o minerador possuísse. Assim, eram dadas 2 ½ braças (antiga medida linear de comprimento, equivalente a cerca de 5,5 .m2) por escravo, até o máximo de trinta. Este sistema de distribuição era excludente. Privilegiava os indivíduos de maiores posses: quem fosse proprietário de um maior número de cativos, teria uma data maior. Onde houvesse extração de ouro criava-se uma Intendência cuja atribuição, com o tempo, reduziu-se a cobrar o quinto e a fiscalizar os descaminhos do ouro, atividade para a qual estava bem aparelhada.

A Guerra dos Emboabas


O rápido e caótico povoamento do território das Minas logo provocou problemas. Não era fácil chegar àquela área, o que tornava complexo o abastecimento que vinha de longe. Faltavam escravos, utensílios diversos, animais de carga. Tudo isso acrescido aos perigos dos caminhos nem sempre bem guardados.
Desordem e insegurança associadas serviram de pano de fundo para a chamada Guerra dos Emboabas.
Nesses conflitos pelo controle das Minas enfrentaram-se, de um lado, os paulistas - descobridores daquela área - e, do outro, os "emboabas", gente chegada às Minas após os paulistas terem se estabelecido ali.
Outros interesses estiveram em jogo, em um território onde a autoridade real desejava se fixar rápida e definitivamente. A disputa pelo monopólio do comércio de gêneros, por exemplo, gerava desentendimentos com os habitantes das Minas, que pretendiam ver garantido o abastecimento dos arraiais. A Coroa, que impusera a cobrança de taxas sobre toda mercadoria que entrasse nas Minas, enfrentava problemas também para reprimir alguns emboabas que contrabandeavam gêneros alimentícios. O sangrento conflito, em que o medo, as traições e as vinganças pontuavam como poderosa artilharia, ao lado de pistolas, facas e setas, terminou em 1709, com a expulsão dos paulistas da área, abrindo a possibilidade para a ação da Coroa portuguesa naquele território. Formava-se a região das Minas.

Os Núcleos Urbanos e a Região das Minas


Tornava-se urgente confirmar a autoridade real na região que estava se formando, através de medidas que garantissem a arrecadação dos tributos e a organização do povoamento das Minas. Isto implicava estabelecer regras para enfrentar o contrabando, garantindo o recebimento dos tributos que a Coroa considerava seus, assim como transformar os acampamentos em núcleos urbanos capazes de abrigar o aparelho burocrático composto por administração e justiça.
Estas medidas visavam subordinar mais diretamente a região mineradora ao centro de decisão metropolitano, assegurando o que a Coroa entendia como sendo "lei e ordem" .
Com o fim do conflito dos Emboabas, a criação da capitania real de São Paulo e Minas do Ouro, em 1709, desmembrada da capitania do Rio de Janeiro era uma tentativa de integrar a região das Minas à administração colonial controlada pela Metrópole portuguesa.
O governador desta capitania real, Antônio de Albuquerque, foi designado diretamente por Lisboa e investido de plenos poderes pelo rei, em 9 de novembro de 1709. Iniciava-se o controle efetivo da atividade aurífera pelas autoridades reais portuguesas. Cabia ao governador a responsabilidade de ordenar melhor a população, fundando vilas, e de neutralizar eventuais conflitos aplicando medidas punitivas.

O Monopólio Régio e os Tributos


A ação fiscal tinha enorme significado para Portugal, pois o que era arrecadado sob forma de tributos destinava-se ao sustento da corte, financiava a construção de obras grandiosas (igrejas, conventos, palácios) e pagava as inúmeras dívidas contraídas, especialmente com a Inglaterra.
Fiscalizar e controlar, evitando o contrabando, não era tarefa fácil. Eram inúmeras as dificuldades. A região mineradora encontrava-se no interior da Colônia, em um território cercado por serras e matas. Para diminuir o contrabando foram montadas barreiras nos três caminhos: de São Paulo a Minas Gerais, passando pelo Rio de Janeiro, chamado de Caminho Antigo; do Rio de Janeiro para Minas Gerais, denominado Caminho Novo; e o que ligava a Bahia a Minas Gerais, conhecido como Caminho do Sertão Geral. Isto não resultou no efeito desejado já que os contrabandistas sempre achavam uma forma de evitar a fiscalização. Outras medidas foram tentadas como, por exemplo, a cobrança de tributos de acordo com o número de escravos que o minerador possuísse - a "capitação". Isto gerou inúmeros protestos, até a revogação da medida, já que a propriedade de muitos escravos não significava, necessariamente, a extração de grande quantidade de ouro

As Casas de Fundição


O rei de Portugal, então, determinou a instalação das Casas de Fundição, subordinadas à Intendência. Nelas, todo ouro extraído em pó ou em pepitas, seria fundido e "quintado"- ou seja, retirados os 20% correspondentes ao quinto real. As barras obtidas eram cunhadas, comprovante do pagamento do tributo, e devolvidas ao portador acompanhadas de um certificado de origem, confirmando o cumprimento das formalidades legais.
O estabelecimento dessas Casas de Fundição não foi bem aceito pela população da capitania onde se localizavam as minas. Falava-se que os mineradores alarmados com a ação fiscal, sentiam-se cada vez mais insatisfeitos e inseguros.
A Coroa, por sua vez, visando assegurar o controle daquela região, criou juntas de julgamento. Além disso enviou, em 1719, duas "Companhias de Dragões" - forças militares profissionais provenientes do norte de Portugal - com a finalidade de controlar os escravos, escoltar o transporte de ouro e reprimir distúrbios . Nessa época também foram criadas milícias para enfrentar casos de emergência. Embora formadas, principalmente por brancos contavam nas sua fileiras, com ex-escravos, negros e mulatos.
A pesada ação fiscal também atingia o Distrito Diamantino onde, a partir de 1729, no arraial do Tijuco, iniciava -se a extração de diamantes. Naquele território ocorriam constantes casos de arbitrariedades e violência. A Coroa estabelecia que a extração de diamantes era negócio exclusivo dela e tentava, através de uma ação rigorosa e enérgica, proceder à cobrança de tributos e evitar o contrabando. Neste contexto, aumentavam os protestos entre os mineradores, e a preocupação entre os contrabandistas, ante a avidez e ao controle do fisco.

O Levante de Vila Rica

Em 1720 a insatisfação crescente levou à revolta conhecida como o Levante de Vila Rica.
O governador da região, Conde de Assumar, estrategicamente recebeu alguns revoltosos - homens ricos e importantes -, fingindo aceitar as principais exigências que faziam : não instalar as Casas de Fundição e diminuir o número de tributos. Em seguida , prendeu todos os implicados punindo-os com rigor e violência. O líder do movimento, Felipe dos Santos, foi enforcado e esquartejado. Após a vitória sobre os revoltosos, no mesmo ano, o rei ordenou a separação da capitania de São Paulo e de Minas Gerais, consolidando-se a autoridade real sobre as "Minas Gerais."

As Vilas e a Cidade de Mariana


Inúmeras vilas, assim como a cidade de Mariana, foram surgindo, nesta época.
Para a Coroa portuguesa a ocupação da região, através de uma rede de núcleos urbanos, representava a garantia do seu poder.
Por conta disto, na região mineradora predominou a vida urbana, ao contrário do litoral açucareiro onde predominava a vida rural.
Os centros urbanos estavam relativamente próximos uns dos outros, ocupando áreas montanhosas, razão da existência de tantas ladeiras nestas vilas. Subindo por elas, em ruas calçadas e desalinhadas, os escravos malvestidos transportavam mercadorias, enquanto mineiros e comerciantes ricos, com roupas luxuosas, caminhavam em torno da praça.
Em meio ao burburinho das ruas e ao barulho ritmado dos cascos dos animais de carga, as moradias urbanas eram visíveis. Pelo menos na aparência, assemelhavam-se àquelas das províncias do norte de Portugal, embora tenham recebido algumas adaptações locais. A arquitetura utilizada nas construções religiosas sofria a mesma influência.
As casas desse período, erguidas com simplicidade técnica pela mão-de-obra escrava, geralmente possuíam largas fachadas e recebiam cobertura de telhas. As portas eram de madeira, assim como as janelas - algumas de treliça , preservando a intimidade e favorecendo a ventilação interna, pois o vidro importado, era caro e quase inexistente.
Através de uma janela entreaberta observavam-se os aposentos internos espaçosos, com teto alto que arejava o ambiente. Certas casas aproveitavam o espaço do teto para erguer um outro piso, gerando um novo andar(sobrado). No porão dos sobrados, geralmente muito úmido, ficavam os escravos. Um outro tipo de habitação era a casa térrea. Com piso de "chão batido" distinguia-se do sobrado, com piso assoalhado. E ainda havia as chácaras, situada nos arredores dos núcleos urbanos.
As casas, construídas lado a lado e separadas por paredes finas, não possuíam água encanada. Os escravos cuidavam deste abastecimento. Falava-se que, no constante vaivém ao chafariz, os cativos comentavam sobre o cotidiano de seus senhores, além de, eventualmente, planejarem fugas.
Quando havia algum mobiliário, geralmente importado, era composto por poucas cadeiras, alguns tamboretes, uma ou outra mesa com banco, caixas baús, assim como oratórios com imagens de santos. Nos primeiros tempos a precariedade do mobiliário era atribuída à falta de recursos. Entretanto, muitos entendiam que, naquela época, também faltavam carpinteiros competentes.
Em meados do século XVIII as primeiras camas começavam a compor o mobiliário doméstico mas, de um modo geral, persistia o uso de redes. Estas podiam assumir o papel de cadeiras, embora fosse comum sentar no chão.
Nas cozinhas, geralmente localizadas fora da casa, no quintal, os utensílios diários eram de barro, ferro ou pedra-sabão. Aqui e ali, comentava-se que em algumas casas o proprietário possuía louças e, até alguns talheres que eram raros. Como era comum comer com as mãos, a curiosidade crescia em relação a esses objetos. A crescente urbanização, certamente, possibilitou o desenvolvimento de inúmeras técnicas na construção civil. Também proporcionou uma migração de construtores, mestres de ofício e artistas para as vilas mineiras.

A Expansão do Comércio Local


Inicialmente, a população das minas, com o olhar voltado para o enriquecimento rápido, concentrava suas energias na descoberta e na exploração de jazidas auríferas. Mineradores e escravos dedicavam-se quase que exclusivamente a estas atividades. Como conseqüência, sentiu-se a necessidade do abastecimento dos mais diversos produtos.
Vendas, boticas, estalagens, negras quitandeiras e ambulantes disputavam, em troca das suas mercadorias e dos seus serviços, o ouro dos mineradores. Contudo, dessa dinâmica econômica nem todos participavam, já que os produtos eram caros.
Muitas mercadorias chegavam de Portugal através do porto do Rio de Janeiro : vinhos, biscoitos, tecidos finos, sapatos, utensílios diversos e, sobretudo, escravos.
Outras vinham de diferentes partes da Colônia, articulando, economicamente, as regiões : feijão, milho e marmelada, da vila de São Paulo; gado, para o abate, trazido da Bahia pelos tropeiros: bestas e mulas (para transportes pesados), assim como o charque, do sul; escravos recém-chegados da África, do nordeste açucareiro, ou do Rio de Janeiro.
Muitos comerciantes enriqueceram. Assim, constituíram um grupo social de peso considerável, com interesses próprios. Segundo a historiadora Laura Vergueiro, a maioria das grandes fortunas nas Gerais formou-se devido "mais ao comércio do que à atividade mineradora".

"Vila Rica, Vila Pobre"


A sociedade mineradora não era constituída, apenas, por senhores e escravos. O grande fluxo de pessoas na direção do Eldorado produzia um variado mosaico social, formado também de padres, advogados, artesãos, burocratas e militares.
Esta diversificação de atividades produzia a uma impressão de que, na sociedade mineradora, as riquezas e as oportunidades eram acessíveis a todos. A vida dessa região gerava o comércio com outras partes da Colônia, desenvolvia núcleos urbanos, estabelecia o aparelho burocrático e militar, embelezava os altares das igrejas, sustentava as despesas do Reino protuguês. O metal precioso, contudo, não enriquecia as Minas do século XVIII, que foi uma região pobre. A maior parte ia para a Metrópole sob a forma de tributos ou permanecia entesourada em forma de obras de arte. Por outro lado, gastava-se muito importando gêneros, adquirindo mão-de-obra escrava para o trabalho em lavras nem sempre de teor aurífero significativo.
O número crescente de alforrias na região mineradora, resultava mais das dificuldades enfrentadas pelos senhores do que do desejo da formação de uma sociedade igualitária.
A riqueza estava nas mãos de um número limitado de pessoas naquela sociedade aparentemente próspera.
Vila Rica, por exemplo, uma das primeiras vilas da região, fundada em 1711, havia crescido na metade do século XVIII. Sua população alcançava cerca de 20 mil pessoas, quantidade considerada grande naquela época. Entretanto, a maioria era de negros e mulatos pobres vivendo em uma estrutura social onde riqueza e opulência eram apenas aparência... O historiador Eduardo Frieiro referiu-se à Vila Rica como "Vila Pobre". Entendia nunca ter havido tal opulência "a não ser na fantasia, amplificadora de escritores inclinados às hipérboles românticas (...) A realidade foi bem diversa."

A Sociedade Mineradora

Desta estrutura social diferenciada faziam parte os setores mais ricos da população - chamados "grandes" da sociedade - mineradores, fazendeiros, comerciantes e altos funcionários, encarregados da administração das Minas e indicados diretamente pela Metrópole.
Compunham o contingente médio, em atividades profissionais diversas, os donos de vendas, mascates, artesãos (como alfaiates, carpinteiros, sapateiros) e tropeiros. E ainda pequenos roceiros que, em terrenos reduzidos, entregavam-se à agricultura de subsistência. Plantavam roças de milho, feijão, mandioca, algumas hortaliças e árvores frutíferas. Também faziam parte deste grupo os faiscadores - indivíduos nômades que mineravam por conta própria. Deslocavam-se conforme o esgotamento dos veios de ouro. No final do século XVIII, esta camada social foi acrescida de elementos ligados aos núcleos de criação de gado leiteiro, dando início à produção do queijo de Minas.
Incluíam-se também nessa camada intermediária os padres seculares. Na Colônia, poucos membros do clero ocupavam altos cargos como, por exemplo, o de bispo. Este morava na única cidade da capitania: Mariana.
Por outro lado, crescia na capitania real o número de indivíduos sujeitos às ocupações incertas. Vivendo na pobreza, na promiscuidade e muitas vezes no crime, não tinham posição definida na sociedade mineradora. Esta camada causava constante inquietação aos governantes. Ela era geralmente composta por homens livres: alguns brancos, mestiços ou escravos que haviam conseguido alforria.
O Estado, percebendo a necessidade de agir junto a essa população incapaz de prover seu próprio sustento, associou a repressão à "utilidade". O encargo que eventualmente representava transformava-se, através do castigo, em trabalhos diversos e, conseqüentemente, em "utilidade".
Esta população, entendida como de "vadios", recrutada à força ou em troca de alimento, foi utilizada em tarefas que não podiam ser executadas pelos escravos, necessários ao trabalho da empresa mineradora. Era freqüente a ocupação destes que eram vistos como desclassificados sociais na construção de obras públicas como presídios, Casa da Câmara, entre outras. Também compuseram corpos de guarda e de polícia privada dos "Grandes" da sociedade mineradora, ou ainda empregavam-se como capitães-do-mato. Em outras situações, como na disputa pela posse da Colônia do Sacramento, participaram dos grupos militares que guardavam as fronteiras do Sul.
Os escravos, ali como de resto em toda a Colônia, representavam a força de trabalho sobre a qual repousava a vida econômica da real capitania das Minas Gerais. Vivendo mal-alimentados, sujeitos a castigos e atos violentos, constituíam a parcela mais numerosa da população daquela região. Isto gerava uma constante preocupação para as autoridades já que, apesar da repressão cruel, não eram raras as tentativas de levantes escravos e a formação de quilombos, como o do Ambrósio e o Quilombo Grande. A destruição de ambos, em 1746 e 1759 respectivamente, não impediu que ocorressem outras fugas e a formação de novos quilombos.

As Ordens Terceiras

A Coroa não via com bons olhos a presença do clero regular na região. Entendia que estes religiosos tinham representado um importante papel nos choques e desafios ao poder real. Agora, suspeitava que eram também responsáveis pelos desvios do ouro e dos diamantes para fora das capitanias.
Nos anos 20 do século XVIII, as ordens monásticas regulares - jesuítas, franciscanos, carmelitas - foram expulsas da capitania das Minas Gerais. Conventos e mosteiros não podiam ser erguidos na região.
Tal determinação incentivou o aparecimento das ordens religiosas leigas, que representavam grupos de uma sociedade caracterizada por intensa mestiçagem.
Nas décadas de 40 e 50 do século XVIII, os comerciantes ricos e outros "Grandes" integravam as ordens terceiras do Carmo e de São Francisco. Os pardos e pretos participavam de outras ordens como a da Nossa Senhora do Rosário (padroeira dos negros escravos e forros) e a de Nossa Senhora das Mercês, protetora dos mulatos.
A estratificação existente na sociedade mineradora reproduzia-se nestas corporações que competiam entre si devido à sua composição.
Por seu turno esta rivalidade desempenhava outro importante papel nas Gerais, patrocinando a construção de muitas igrejas e, estimulando a vida religiosa.
Muitas capelas e igrejas foram custeadas, erguidas e adornadas pelas irmandades. Ao clero cabia as funções especificamente religiosas como, por exemplo, o batismo, o casamento, além dos registros de nascimento e testamento. Construtores, arquitetos, marceneiros, mestres de obras, entalhadores, escultores, pintores e músicos formavam também, na região, uma geração responsável pelo desenvolvimento da arquitetura, das artes plásticas e da música.

O Barroco Mineiro


Sob o patrocínio das irmandades ocorreu uma transformação nos conceitos artísticos da Colônia, que sofriam a influência do estilo barroco europeu. Em um momento em que o estilo neoclássico começava a dominar Lisboa, o barroco era novidade para aquela região.
Aos poucos, vencendo algumas limitações técnicas e materiais, delineava-se, na arquitetura, por exemplo, a fisionomia de uma autêntica arte local conhecida como Barroco Mineiro. Este estilo utilizou, com grande vantagem, materiais típicos, como o cedro e a pedra-sabão (uma variedade macia da esteatita), adaptando-os às necessidades das obras.
As primeiras capelas, erguidas nos arraiais auríferos, seguiu-se a edificação de templos com magníficos altares, tetos pintados e imagens adornadas com ouro e pedras preciosas.
Surgiram além das igrejas, edifícios públicos e inúmeras moradias. As inovações artísticas pareciam acompanhar a vida econômica e financeira de uma região ilusoriamente próspera.
Nessa sociedade onde, em função da exploração das minas, crescia o número de escravos negros, a mestiçagem ocorria freqüentemente. Nos anos 70 do século XVIII era esmagadora a presença de mulatos e negros na capitania das Minas. Dados da época davam conta de que, dos cerca de 320 mil habitantes, 60 mil eram brancos. Então eram mulados muitos daqueles que participavam desta verdadeira escola que, nascida de mestres europeus, frutificou e amadureceu, encontrando sua própria expressão do "Belo".
Entre eles o mais famoso foi Antônio Francisco Lisboa (1730/1814), responsável por uma vasta obra na arquitetura e na escultura, destacando-se com projetos nas igrejas e nos centros urbanos.
Nascido filho ilegítimo do português Manuel Francisco Lisboa (autor da planta da igreja do Carmo da Vila Rica) com uma escrava negra, seus trabalhos revelavam o extraordinário desenvolvimento do Barroco Mineiro. Considerado gênio por muitos, sofria de uma doença que o deformava - origem do apelido "Alejadinho" - e, por isto trabalhava com o martelo e o cinzel amarrados nos braços. Considerava-se um "escultor ornamental" que utilizava, no exercício de sua arte, o padrão decorativo do entalhe (madeira esculpida).
Entre as suas inúmeras obras, a mais significativa encontra-se na atual cidade de Congonhas do Campo, no santuário de Nosso Senhor Bom Jesus de Matosinho.
Decorando o interior das igrejas mineiras, simultaneamente desenvolveu-se uma escola de pintura que, assimilando elementos estrangeiros, soube traduzi-los e adaptá-los às características regionais.
Um dos seus representantes mais importantes foi Manuel da Costa Ataíde. Retratou no teto da igreja de São Francisco, em Ouro Preto, a Virgem Maria como uma mulher morena que, cercada de anjos mulatos, acolhia piedosamente os fiéis em sua glória no teto da igreja de São Francisco, em Ouro Preto, fugindo aos padrões da pintura européia.
A música, tanto para o serviço religioso quanto para o entretenimento, era utilizada, desde o tempo da construção dos primeiros arraiais e das primeiras capelas de taipa, no território das Minas.
Assim como na arquitetura e nas artes plásticas, os músicos, em sua maioria, eram negros e mulatos, escravos ou libertos, conduzidos por um regente branco, geralmente um vigário ou padre.
Para os escravos, mesmo os que não tinham qualquer instrução musical, aquela atividade era muito atraente. Podiam através dela, desfrutar de melhores condições e prestígio e, se juntassem algum pecúlio, em certas circunstâncias, podiam comprar a alforria.
Nas festas religiosas, aparentemente o grande momento de congraçamento entre as irmandades ,a música estava sempre presente. Os instrumentos mais utilizados eram o cravo e a flauta. Entre os vários músicos, como o português padre José Maurício (1752-1815), destacava-se Antônio de Sousa Lobo, mulato, chamado de "Mestre Capela," que liderava um grupo muito conhecido e solicitado.

Festas Barrocas: O Triunfo Eucarístico e o Áureo Trono Episcopal


Entre as manifestações que movimentaram a vida social na região das Gerais ficaram célebres as opulentas festas do Triunfo Eucarístico e do Áureo Trono Episcopal. Brilhantes e luxuosas, contavam com a participação de grupos vocais, instrumentais e dançantes. Conforme registros sobre elas, ao lado de peças religiosas eram executadas obras não religiosas como serenatas e concertos.
A festa do Triunfo Eucarístico foi realizada com pompa e ostentação, em 25 de maio de 1733, quando o Santíssimo Sacramento foi transferido da igreja do Rosário para a matriz do Pilar de Vila Rica. Expressava o estado coletivo de euforia, celebrando o apogeu do metal precioso - símbolo temporal de riqueza e de poder - que "iluminava" a aventura mineradora, no seu apogeu, nas Gerais.
A outra festividade, do Áureo Trono Episcopal, ocorrida em 1748, teve como objetivo comemorar a criação do bispado de Mariana, com um variado programa de cerimônias públicas suntuosas. A celebração tinha como personagem principal, mais do que o metal precioso, a sociedade mineradora, agora com sua própria sede eclesiástica.
As opulentas festas barrocas, Triunfo Eucarístico e Áureo Trono Episcopal, eram espetáculos visuais: janelas adornadas com colchas de damasco e seda, flores, alegorias, figuras a cavalo luxuosamente vestidas etc., mascaravam os conflitos sociais. Davam ilusão, ao integrar no ritual, por exemplo, "pagens mulatinhos" vestidos com pompa e requinte, que todos participavam das riquezas. Como se a grandeza e a abundância da empresa aurífera estivesse ao alcance de toda população.
Tais manifestações barrocas, devem ser percebidas como uma forma de dar visibilidade ao poder da igreja de Roma e do Estado português.
Segundo documentos da época, entre 1733 e 1748, o ouro extraído na região das Gerais viveu a etapa de maior produtividade. Os dois festejos barrocos serviram para periodizar o encerramento do apogeu das minas e o lento processo de decadência que, nos anos 70 do século XVIII, já era visível e palpável.
Em meio a estas festividades e procissões religiosas, organizadas pelas Ordens Terceiras e pelas Irmandades, a população esquecia a rotina e o trabalho diário. Entendidas como grandes acontecimentos, enfumaçavam as diferenças sociais que separavam os que produziam as riquezas daqueles que as usufruíam. Bastava olhar o que acontecia nos caminhos, nas encostas dos morros, nos becos, nas vendas e nas tavernas, para entender que, atrelada a uma riqueza ilusória, estava a pobreza. Usando a linguagem do barroco, encobriam os fatos já que, conforme assinalou a historiadora Laura de Mello e Souza, (...) "o luxo era ostentação pura, o fausto era falso, a riqueza começava a ser pobreza e o apogeu a decadência."

A Sociedade Mineradora


A descoberta de metais preciosos nos últimos anos do século XVII possibilitaria ao Reino português superar a crise econômico-financeira vivida desde a Restauração, assim como a intensificação da ocupação do interior, a aceleração do crescimento demográfico e o surgimento de uma nova região em sua Colônia americana: as Minas. Caracterizada pela forte presença e controle do poder real e dos demais colonizadores - expressados nos inúmeros núcleos urbanos e na constituição de uma força militar profissional, os "dragões" -, as Minas distinguir-se-iam das demais regiões coloniais pela intensa vida urbana; pelo incremento das atividades produtivas e comerciais voltadas para o mercado interno; pelo surgimento de novos grupos sociais, ao lado dos "Grandes" e dos negros escravos; e pela difusão do estilo barroco, presente nas artes, nas construções e nas festas que marcavam o cotidiano de seus habitantes.
Portugal após a Restauração
As Primeiras Notícias de Ouro e a Carta Régia de 1603
"As Minas Gerais ". A Corrida para o Eldorado
O Regimento para as Minas. A Intendência das Minas
A Guerra dos Emboabas
Os Núcleos Urbanos e a Região das Minas
O Monopólio Régio e os Tributos
As Casas de Fundição
O Levante de Vila Rica
As Vilas e a Cidade de Mariana
A Expansão do Comércio Local
"Vila Rica, Vila Pobre"
A Sociedade Mineradora
As Ordens Terceiras
O Barroco Mineiro
Festas Barrocas: O Triunfo Eucarístico e o Áureo Trono Episcopal


Fonte: Portal Multirio

A maravilhosa mitologia grega



Presentes em todas as culturas, os Mitos situam-se entre a Razão e a Fé, mas são considerados sagrados. Os principais tipos de mito referem-se à origem dos deuses, do mundo e ao fim das coisas. Distinguem-se mitos que contam o nascimento dos deuses (Teogonia), mitos que contam a criação do mundo (Cosmogonia), mitos que explicam o destino do homem após a morte (Escatologia) e outros. Segundo alguns especialistas, os mitos encarnam fenômenos fundamentais da vida: o Amor, a Morte, o Tempo, etc., e certos fenômenos, como as Florestas, as Tempestades, têm sempre um mesmo valor simbólico, seja qual for a civilização considerada. Em muitas mitologias, delineiam-se hierarquias de deuses, cada uma com um ou mais deuses supremos. A supremacia pode ser partilhada pelos membros de um casal, ou ser atribuída simultaneamente a dois ou três deuses distintos.
A Mitologia Helênica é uma das mais geniais concepções que a humanidade produziu. Os gregos, com sua fantasia, povoaram o céu e a terra, os mares e o mundo subterrâneo de Divindades Principais e Secundárias. Amantes da ordem, instauraram uma precisa categoria intermediária para os Semideuses e Heróis.
A mitologia grega apresenta-se como uma transposição da vida em zonas ideais. Superando o tempo, ela ainda se conserva com toda a sua serenidade, equilíbrio e alegria. A religião grega teve uma influência tão duradoura, ampla e incisiva, que vigorou da pré-história ao século IV e muitos dos seus elementos sobreviveram nos Cultos Cristãos e nas tradições locais.
Complexo de crenças e práticas que constituíram as relações dos gregos antigos com seus deuses, a religião grega influenciou todo o Mediterrâneo e áreas adjacentes durante mais de um milênio. Os gregos antigos adotavam o Politeísmo Antropomórfico, ou seja, vários deuses, todos com formas e atributos humanos. Religião muito diversificada acolhia entre seus fiéis desde os que alimentavam poucas esperanças em uma vida paradisíaca além túmulo, como os heróis de Homero, até os que, como Platão, acreditavam no julgamento após a morte, quando os justos seriam separados dos ímpios. Abarcava assim entre seus fiéis desde a ingênua piedade dos camponeses até as requintadas especulações dos Filósofos, e tanto comportava os excessos orgiásticos do culto de Dioniso como a rigorosa ascese dos que buscavam a purificação.
No período compreendido entre as primeiras incursões dos povos helênicos de origem Indo-européia na Grécia, no início do segundo milênio a.C, até o fechamento das escolas pagãs pelo imperador bizantino Justinianus, no ano 529 da era cristã, transcorreram cerca de 25 séculos de influências e transformações. Os primeiros dados existentes sobre a religião grega são as Lendas Homéricas, do século VIII a.C, mas é possível rastrear a evolução de crenças antecedentes. Quando os indo-europeus chegaram à Grécia, já traziam suas próprias crenças e deuses, entre eles Zeus, protetor dos clãs guerreiros e senhor dos estados atmosféricos. Também assimilaram cultos dos habitantes originais da península, os Pelasgos, como o oráculo de Dodona, os deuses dos rios e dos ventos e Deméter, a deusa de cabeça de cavalo que encarnava o ciclo da vegetação.
Depois de se fixarem em Micenas, os gregos entraram em contato com a civilização cretense e com outras civilizações mediterrâneas, das quais herdaram principalmente as divindades femininas como Hera, que passou a ser a esposa de Zeus; Atena, sua filha; e Ártemis, irmã gêmea de Apolo. O início da filosofia grega, no século VI a.C, trouxe uma reflexão sobre as crenças e mitos do povo grego. Alguns pensadores, como Heráclito, os Sofistas e Aristófanes, encontraram na mitologia motivo de ironia e zombaria. Outros, como Platão e Aristóteles, prescindiram dos deuses do Olimpo para desenvolver uma idéia filosoficamente depurada sobre a divindade. Enquanto isso, o culto público, a religião oficial, alcançava seu momento mais glorioso, em que teve como símbolo o Partenon ateniense, construído por Péricles.
A religiosidade popular evidenciava-se nos festejos tradicionais, em geral de origem camponesa, ainda que remoçada com novos nomes. Os camponeses cultuavam Pã, deus dos rebanhos, cuja flauta mágica os pastores tentavam imitar; as ninfas, que protegiam suas casas; e as nereidas, divindades marinhas. As conquistas de Alexandre o Grande facilitaram o intercâmbio entre as respectivas mitologias, de vencedores e vencidos, ainda que fossem influências de caráter mais cultural que autenticamente religioso. Assim é que foram incorporadas à religião helênica a deusa frígia Cibele e os deuses egípcios Ísis e Serápis. Pode-se dizer que o sincretismo, ou fusão pacífica das diversas religiões, foi a característica dominante do período Helenítico.

Diferenças entre Mito e Filosofia

1º) MITO: fixa a narrativa no passado;
FILOSOFIA: se preocupa em explicar como e porque, no passado, no presente e no futuro;

2º) MITO: narra a origem através de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças divinas sobrenaturais e personalizadas (Urano, Ponto e Gaia);
FILOSOFIA: explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais (céu, mar e terra).

3º) MITO: não se importa com contradições, com o fabuloso e o incompreensível; a autoridade é posta na confiança religiosa no narrador;
FILOSOFIA: não admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis; exige explicação coerente, lógica e racional; autoridade: vem da razão, que é a mesma em todos os seres humanos, e não da pessoa do filósofo.

O MITO HOJE

* - As manifestações míticas hoje são formas de encarnações dos desejos inconscientes humanos. * - São criados mitos para responder a esses desejos, os quais a razão não pode preencher adequadamente.
* - Também, pode-se encontrar manifestações que são heranças do passado mítico da humanidade.

Exemplos de manifestações míticas:

1ª) Aquelas que são inventadas pelos desejos inconscientes que existem em todos. Ex: a vontade inconsciente de que o bem vença o mal.
2ª) Aquelas que são encarnações do nosso desejo de segurança. Ex: os heróis nas histórias em quadrinhos são gerados pela nossa vontade de proteção ideal e imaginária.
3ª) Aquelas personagens que são encarnações de tudo aquilo que gostaríamos de ser. Os meios de comunicação mexem com esse imaginário das pessoas, apresentando artistas e esportistas como sendo fortes, saudáveis, com uma profissão de sucesso, ricos.
4ª) Aquelas que foram herdadas por nós pelos primitivos, como é o caso dos rituais de passagem: festas de formatura, de ano novo, os bailes de 15 anos (apresentam, em quase tudo, semelhanças com os rituais primitivos de passagem).

Frank Licsko - Road To...


Primeira Guerra Mundial - Prof. Dodô cantando

Fim da Primeira Guerra Mundial - 90 anos

Especial do "Folha Online" sobre os 90 anos
do fim da Primeira Guerra Mundial -
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Cronologia da Primeira Guerra Mundial

Clique aqui e acesse a cronologia dos eventos da Primeira Guerra Mundial.

A propaganda na Primeira Guerra Mundial

Cada uma das nações que participaram da Primeira Guerra Mundial de 1914-18 usou posters - não somente como meios de justificar a participação de sua própria população, mas também como meios de obter homens, dinheiro e recursos para sustentar a campanha militar. É interessante ver alguns posters e relacionar sua direção de arte e o apelo emocional com cada um dos países e seu história. Um fato interessante é que apesar dos EUA entrarem na guerra relativamente tarde - em abril 1917 - eles produziram muitos mais posteres do que toda a outra nação. Clique aqui

A Primeira Guerra Mundial

A ORIGEM DA FILOSOFIA


PHILO = amizade
SOPHIA = sabedoria

“(...) sabedoria pertence aos deuses, mas os homens podem desejá-la, tornando-se filósofos” (Pitágoras – século V a.C)
O filósofo é movido pelo desejo de observar, contemplar, julgar e avaliar pelo desejo de saber

A filosofia é grega

  • busca de um conhecimento racional, lógico e sistemático da realidade natural e humana;
  • busca da origem e causas do mundo e suas transformações;
  • busca da origem e causas das ações humanas;
  • busca da origem do próprio pensamento.

Mito e Filosofia
O que é um mito ?
Narrativa sobre a origem de alguma coisa.

Origem da palavra MITO:
do grego MYTHOS = mytheyo (narrar) + mytheo (designar)

Como o mito narra a origem do mundo e de tudo o que nele existe ?
1. decorrência de relações sexuais entre as forças divinas pessoais
2. por rivalidade ou uma aliança entre os deuses que faz surgir alguma coisa no mundo
3. por recompensas ou castigos que os deuses dão a quem os desobedece ou a quem os obedece

GENEALOGIAS


Cosmogonias = Gonia (nascimento) + Cosmos (mundo organizado)
e
Teogonias = Gonia (nascimento) + Theos (divinos)

“A FILOSOFIA, percebendo as contradições e limitações dos mitos, foi reformulando e racionalizando as narrativas míticas, transformando-as numa outra coisa, numa explicação nova e diferente” (Marilena Chauí).

INFORMÁTICA: O FUTURO, HOJE

Nas últimas décadas diversos aspectos de nossa vida têm sofrido grandes transformações e, sem dúvida, os computadores e a moderna tecnologia da informática cumprem um papel decisivo nessas transformações.
Há pouco mais de 40 anos, uma viagem à lua, teleconferências, discagens telefônicas entre dois continentes, retiradas de dinheiro fora do horário bancário, sofisticados exames clínicos e robôs que constroem outras máquinas eram, na mais otimista das hipóteses, temas de livros de ficção científica, possíveis apenas num futuro ainda distante. Nos dias de hoje, graças ao desenvolvimento dos computadores e da tecnologia da informação, essa ficção futurística tornou-se realidade cotidiana.
Se considerarmos um homem comum numa grande cidade, poderemos perceber, acompanhando seu dia-a-dia, quantos contatos ele tem com a informática. Ao retirar dinheiro num caixa automático, ao utilizar o telefone e até quando lê o seu jornal diário, o homem moderno está fazendo uso da informática. No entanto, entre os diversos aspectos através dos quais esse tipo de tecnologia se manifesta, inegavelmente é o microcomputador aquele que mais revela a presença da informática no mundo de hoje. Sua popularidade, tem sido a responsável por uma verdadeira revolução em nossos hábitos e em nossa organização social.
A informática que torna a INFORmação autoMÁTICA não deve intimidar e tão pouco iludir, ela e computadores foram criados para resolver problemas e auxiliar as pessoas.
Hoje, podemos constatar o avanço tecnológico em diversas áreas como: medicina, telecomunicações, transportes, educação etc. Sem dúvida, esta tecnologia que tem nos acompanhado e continuará cada vez mais nos próximos anos, permitirá que novos progressos venham a ser conquistados, em prazos cada vez mais curtos, alterando ainda mais nossos hábitos e organização social, transformando o FUTURO em PRESENTE. Para compreendermos melhor essa transformação, é necessário conhecermos o processo através do qual a informática se desenvolveu, e a trajetória do computador, até chegar ao microcomputador atual.



Após terem lido o texto "Informática: O Futuro, Hoje", vamos refletir e responder a questão abaixo:
“A informática tem sido a responsável por uma verdadeira revolução em nossos hábitos e em nossa organização social. Você acredita ser possível viver em um mundo sem a informática?”. Justifique sua resposta.

Tenentismo

Tenentismo.Texto 01 / Texto 02 / Texto 03

A Revolta da Chibata



A Revolta da Chibata.

A Revolta da Vacina



A Revolta da Vacina

Padre Cícero

Pe. Cícero.
Texto 01 / Texto 02

Cangaço

Cangaço.

A Guerra do Contestado

A Guerra do Contestado.

A Guerra de Canudos


A Guerra de Canudos.

A Revolta da Armada ou Revolução Federalista


A Revolta da Armada ou Revolução Federalista.
Fotografias sobre a Revolta da Armada (clique aqui)

Rebeliões na Primeira República

Rebeliões na Primeira República - clique aqui

República Velha ou Primeira República

República Velha ou Primeira República (1889-1930)
Texto 01 / Texto 02

A colonização portuguesa no Brasil


A colonização portuguesa no Brasil.

A descoberta do Brasil

A descoberta do Brasil.

A colonização da América inglesa

A colonização da América inglesa.

A colonização espanhola e inglesa na América

A colonização espanhola e inglesa na América.

A colonização da América espanhola

A colonização da América espanhola.

Jia Lu - Canopy of Light - Original Oil