"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Aristóteles (Parte 09/09)


A VISÃO DA MULHER - (Páginas 132-133.)

Para concluir, precisamos dizer alguma coisa sobre a visão que Aristóteles tinha da mulher. Infelizmente, ela não era tão animadora quanto a de Platão. Fundamentalmente, Aristóteles achava que faltava alguma coisa à mulher. Para ele, a mulher era “um homem incompleto”. Na reprodução, a mulher é passiva e receptora, enquanto o homem é ativo e produtivo. Por esta razão é que – segundo Aristóteles – o filho do casal herdava apenas as características do pai. Aristóteles acreditava que todas as características da criança já estavam presentes no sêmen do pai. Para ele, a mulher era apenas o solo que acolhia e fazia germinar a semente que vinha do “semeador”, ou seja, do homem. Para colocarmos a coisa em termos verdadeiramente aristotélicos: o homem dá a “forma”; a mulher, a “substância”.
É surpreendente e mesmo lamentável que um homem como Aristóteles, tão inteligente para tantos assuntos, pudesse se enganar desse jeito no que se refere à relação entre os sexos. Mas isto nos mostra duas coisas: primeiro, que Aristóteles não deve ter tido muita experiência prática na vida com mulheres e crianças; em segundo lugar, que uma série de coisas pode dar errado quando são apenas os homens que reinam supremos na filosofia e na ciência.
A visão distorcida que Aristóteles tinha da mulher surtiu efeitos particularmente danosos, pois foi ela – e não a visão de Platão – que predominou durante toda a Idade Média. Desta forma, a Igreja herdou uma visão da mulher para a qual não há qualquer fundamento na Bíblia. Afinal de contas, Jesus certamente não foi um inimigo das mulheres!
Vou ficando por aqui. Mas você logo vai ter notícias minhas.

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