"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

As cinco primeiras dinastias chinesas (Parte 03/03)


5) Han, 206 a.C. - 220 d.C.
Com a morte do imperador Huangdi, teve início uma grande crise política na china. Aproveitando-se dessa crise, um líder chamado Liu Bang tomou o poder e inaugurou a dinastia Han. Uma das características dessa dinastia foi a política de presentes, que consistia em conceder presentes caros aos seus vizinhos da Ásia central. Tratava-se de uma forma de comprar aliados.
Esses presentes consistiam em grandes quantidades de tecidos de seda, espelhos de bronze, perfumes, peças de cerâmica e jóias. Além dos presentes, os Han ofereciam banquetes e festas a seus vizinhos.
Foi na época dos Han que os chineses, que se julgavam o centro do mundo (daí chamarem seu país de "Império do Meio") descobriram que outros povos viviam a oeste de suas fronteiras, souberam inclusive da existência de um certo Império romano. Isso ocorreu quando Wu Ti, um imperador Han, enviou no ano 138 a.C. uma missão diplomática à Ásia Central, com o objetivo de estabelecer uma aliança com os turcos para combater os hunos.

Rota da seda

A construção de outros trechos da Grande Muralha nessa mesma época ajudou a abrir um caminho da china para o Ocidente. Ao ser ampliada, a Muralha acabou atravessando regiões montanhosas e desertos (inclusive o famoso deserto de Gobi). Poços profundos foram cavados para fornecer água para as caravanas. O caminho ficou conhecido como "A Rota da seda".
A demanda por seda chinesa estava alta em mercados como a Pérsia, a Turquia, a Índia e até o Império romano. Os dois impérios, romano e chinês, sabiam um da existência do outro, mas a enorme distância, aliada a dificuldade de transporte da época, tornou inviável um contato mais estreito entre eles.
Durante a Dinastia Han, a China conheceu um considerável aumento da população e uma série de avanços técnicos. Entre esses avanços estavam a invenção do carrinho de mão (bastante útil para transportar cargas pesadas em caminhos estreitos e tortuosos); o aperfeiçoamento da produção de ferro (com o qual faziam objetos como espadas e estribos) e a invenção do moinho movido a água, usado para moer cereais e na fundição de ferro e cobre.

Revoltas camponesas

Apesar do desenvolvimento técnico, os camponeses, que constituíam a imensa maioria da população, continuavam enfrentando condições ainda muito precárias de vida. Por isso, durante os dois primeiros séculos da Era Cristã, ocorreram violentas revoltas camponesas que foram duramente reprimidas. Segundo historiadores da corrente marxista, especialmente nos países que adotaram o regime socialista, a escravidão por dívidas era comum na China durante a Dinastia Han.
Outros historiadores discordam, afirmando que não existia escravidão, mas sim uma forma de servidão. Em todo caso, escravos ou servos, a certeza é uma só: os camponeses viviam em condições miseráveis e eram extremamente explorados pelos poderosos.
As revoltas camponesas contribuíram para o enfraquecimento do Império, o que trouxe o fim do domínio dos Han. O Império da China acabou se dividindo em três reinos: Wei (no norte), Wu (no oeste) e Shu (no leste e no sul). Essa divisão em três reinos durou do ano 220 ao ano 265 da Era Cristã.

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