"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

China Comunista (Parte 02/07)


Inimigo comum: os japoneses

Mesmo assim, a vanguarda revolucionária comunista decidiu unir forças com o exército nacionalista na luta contra o inimigo comum da China: os japoneses. Tem início, então, a terceira fase do movimento revolucionário, denominada de coalizão das forças comunistas e nacionalistas, que durou de 1938 a 1945.
Depois de oito anos de intensos combates, os japoneses são finalmente derrotados na China e também pelos aliados na Segunda Guerra Mundial. Os comunistas saem fortalecidos na guerra de libertação nacional e retomam a guerra civil contra os nacionalistas, dando início à quarta e última fase do movimento revolucionário.
Finalmente, em 1949, o Exército Popular de Libertação derrota os nacionalistas, que se refugiam na ilha de Taiwan e formam um governo ditatorial, separando-se da China continental como um Estado independente. Vitoriosos, os comunistas fundam a República Popular da China.
Ao assumirem o poder, os comunistas tinham pela frente enormes tarefas diante de um imenso país, muito populoso e com muitas riquezas naturais, mas atrasado em vários aspectos: tecnológico, científico, educacional, social e econômico. A China pós-revolucionária era uma nação desorganizada, falida e em ruínas.

Construção de uma nova China

Os problemas mais urgentes eram a inflação galopante e a paralisação da produção industrial e rural. Depois de muitas décadas de penúria e humilhação, o povo chinês ansiava por mudanças que melhorassem sua condição de vida. Gradualmente, a indústria e o comércio foram nacionalizados. As finanças foram equilibradas e a reforma agrária foi realizada.
Os hábitos e costumes tradicionais do povo foram abruptamente alterados. O Estado declarou a educação popular uma obrigatoriedade. A prostituição e o uso de drogas, antes endêmicos, passaram a ser considerados crimes. As mulheres, por outro lado, se libertaram do concubinato (que as mantinham numa relação de subordinação ao marido).
Os revolucionários desfecharam uma feroz perseguição a todas as classes de indivíduos que tinham ligações com os nacionalistas. Funcionários estatais, administradores de empresas, pequenos e médios proprietários urbanos e rurais, membros de associações religiosas e tradicionais, entre outros segmentos sociais, foram declarados "inimigos do povo".
A população foi oficialmente estimulada a participar, engajando-se na denúncia, julgamento e condenação dos acusados. Todo esse processo foi marcado pelo uso de violenta repressão contra os opositores do socialismo. Como exemplo dessa política oficial, estima-se que cerca de dois milhões de indivíduos pertencentes à classe de proprietários rurais perderam a vida porque resistiram à socialização e à coletivização das terras.

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