"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Dinastias Sui e Tang: reunificação e esplendor do império (Parte 01/07)

Pintura medieval retrata funcionários da dinastia Tang

China medieval - Dinastias Sui e Tang: reunificação e esplendor do império chinês

A China atual é um país continental marcado pela diversidade cultural, étnica e lingüística. Um exemplo disso é chamarmos de língua chinesa o que, na verdade, é o mandarim, um dos vários dialetos falados no país e cujo ensino é obrigatório em todas as suas províncias.
Em Hong-kong, por exemplo, ex-possessão britânica, recentemente reintegrada à República Popular da China, a língua falada pelos habitantes é o cantonês, que é incompreensível para chineses de outras regiões.
O turista estrangeiro que visitar os rincões da China encontrará diversas minorias étnicas. Atualmente, o governo chinês reconhece a existência de pouco mais de cinqüenta grupos. Entre eles, podemos destacar as etnias hui e cazaque.
A minoria hui, por exemplo, é de religião muçulmana, que proíbe o consumo da carne de porco, a principal iguaria da cozinha chinesa. Ela jamais conseguiu se integrar inteiramente ao resto da população e costuma estar envolvida em revoltas separatistas. Por sua vez, o grupo cazaque, compartilha mais laços culturais com os turcos do que com os han, a etnia dominante no país. É encontrado em partes da China e também na Rússia, Mongólia, Uzbequistão e Cazaquistão (onde é maioria).
Por tudo isso, podemos concluir que não é fácil para um governo (não importa qual seja o regime) manter a unidade política em um território tão vasto quanto o da China. Nem hoje nem no passado mais distante. Por outro lado, podemos perceber que tal unidade foi criada e mantida muitas vezes com o uso da força bruta. E como veremos, na história chinesa, tal unidade já foi destruída e reconstruída algumas vezes.

Ameaças à unidade política chinesa

Em 221 a.C., com a dinastia Qin, surgia, pela primeira vez, um Estado unificado chinês. A dinastia seguinte, os Han, que governou a China de 206 a.C. ao ano 220 da nossa era, consolidou essa unificação. Tal unidade política não resistiu e o país se dividiu em três reinos independentes: Wei (no Norte), Shu (no Oeste) e Wu (no Leste).
No ano 552, essa China dividida estava prestes a ser invadida pelos turcos, mas isto não aconteceu, pois uma divisão política também ocorreu entre eles, dando início, mais tarde, no ano 581, a uma guerra que opôs o Turquestão do oeste e o Turquestão do leste.
Este conflito entre os turcos foi encorajado pelos chineses pois afastava deles a possibilidade de uma invasão. Livres deste perigo, os três reinos chineses começaram a lutar entre si. Cada um era controlado por uma elite guerreira e proprietária de terras, semelhante aos senhores feudais da Europa medieval. Após muitas batalhas, finalmente, no ano 589, um desses nobres, cujo nome era Wendi, saiu vitorioso e reunificou a China, dando início à dinastia Sui (589-618).

Texto produzido por Túlio Vilela. Portal UOL Educação.

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