"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Dinastias Sui e Tang: reunificação e esplendor do império (Parte 06/07)


Fase de prosperidade

Durante a dinastia Tang, a China conheceu uma fase de grande prosperidade e progresso técnico e material. Entre as inovações que marcaram o período está o aparecimento do primeiro relógio mecânico, no ano 732, inventado por um monge budista chinês.
Outras invenções que marcaram o período foram a bússola e a técnica de imprimir livros. Enquanto na Europa, nos mosteiros católicos, os chamados monges copistas tinham que transcrever manualmente livros antigos para se obter novas cópias, na China já era possível imprimir vários exemplares de um mesmo livro.
Essa mesma técnica de impressão permitiu que as provas para os concursos públicos chineses da época fossem impressas. Durante a dinastia Tang, a China teve suas fronteiras ampliadas e o comércio se expandiu. O período também foi marcado pela fundação de várias escolas de medicina, não apenas na capital, Chang'an, mas também nas províncias.
Uma das conseqüências do desenvolvimento econômico foi o extraordinário aumento da população, favorecido pela melhoria nas condições de vida da maioria dos habitantes. Segundo o primeiro censo, realizado em 754, a população da China já havia ultrapassado a faixa dos 50 milhões, um número excepcional para a época.
No entanto, essa prosperidade não durou para sempre. O final da dinastia Tang foi conturbado, marcado por uma série de crises. Durante o reinado de Taizong, os camponeses pagavam impostos em espécie (entregando parte do arroz que plantavam) ou na forma de trabalho; mas, a partir de 780, o governo passou a exigir que os impostos fossem pagos em dinheiro. Tal exigência era impossível de ser cumprida pela maioria dos camponeses e, por isso, muitos deles perderam suas terras.

Perseguição aos budistas

Outro problema que surgiu foi a escassez de cobre e outros metais para cunhar moedas. Naquela época, o dinheiro era todo na forma de metal. Falta de metal era igual a falta de dinheiro. O governo colocou a culpa nos templos budistas que usavam bronze e outros metais para construir seus sinos e estátuas.
Em meados do século 9, ele começou a confiscar todos os objetos de metal dos templos budistas para derretê-los e cunhar novas moedas. Outra medida foi baixar um decreto que acusava o budismo de ser uma religião estrangeira (surgiu onde hoje é o Nepal), que estava enfraquecendo o país.
O governo se apropriou das terras onde estavam vários mosteiros budistas. Alguns foram destruídos enquanto outros foram transformados em edifícios públicos. Devido à extensão da China, essas medidas antibudistas só conseguiram ser cumpridas em algumas regiões. Nas outras, eles continuaram praticando sua religião nos templos e mosteiros.

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