"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

A Guerra no Brasil (Parte 09/09)

Oswaldo Aranha assina documentos durante a III Reunião
dos Chanceleres do Rio de Janeiro, 1942. (RJ). (CPDOC/ OA foto 256/16)

Reunião dos chanceleres do Rio de Janeiro

Convocada por Washington em seguida ao ataque japonês a Pearl Harbor, em dezembro de 1941, III Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores das Repúblicas Americanas realizou-se no palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro, de 15 a 28 de janeiro de 1942. O principal objetivo da reunião era a aprovação unânime de uma resolução de rompimento imediato de relações diplomáticas e comerciais dos países americanos com o Eixo. Ao final, por força da recusa argentina e chilena em firmar tal posição, foi aprovada uma resolução que apenas recomendava o rompimento de relações.
De toda forma, a conferência logrou a aprovação de uma série de resoluções que consolidavam a colaboração dos países do continente com os esforços de guerra dos Estados Unidos. Os países latino-americanos se prometeram fornecer matérias-primas estratégicas para a indústria bélica norte-americana, criar condições propícias ao livre movimento de capitais e manter a ordem interna para evitar a alteração de compromissos políticos assumidos com os Estados Unidos.
O fato de não ter havido qualquer compromisso na área militar gerou insatisfação em setores das Forças Armadas brasileiras interessados em participar militarmente no conflito mundial ao lado dos Aliados. A resolução a respeito limitava-se a criar uma agência de estudos sobre a defesa continental, isto é, uma agência que visava a encorajar a solidariedade hemisférica no plano militar, mas que não se destinava propriamente a assumir funções relevantes de defesa da região.
Como parte de sua estratégia de negociação do alinhamento brasileiro aos Estados Unidos, Vargas deixou para o último momento o anúncio do rompimento brasileiro com os países do Eixo. Finalmente, tendo obtido do governo Roosevelt o compromisso de reequipar suas Forças Armadas, o Brasil anunciou sua decisão de romper relações diplomáticas com a Alemanha, a Itália e o Japão, no dia de encerramento da Conferência.

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