"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Metamorfose - Kafka



A metamorfose é a mais célebre novela de Franz Kafka e uma das mais importantes de toda a história da literatura. Sem a menor cerimônia, o texto coloca o leitor diante de um caixeiro-viajante - o famoso Gregor Samsa - transformado em inseto monstruoso. A partir daí, a história é narrada com um realismo inesperado que associa o inverossímil e o senso de humor ao que é trágico, grotesco e cruel na condição humana - tudo no estilo transparente e perfeito desse mestre inconfundível da ficção universal.

Gentilmente cedido pela Profª  Lucymary - CEAT

A lista de Schindler - 195 min.


A inusitada história de Oskar Schindler (Liam Neeson), um sujeito oportunista, sedutor, "armador", simpático, comerciante no mercado negro, mas, acima de tudo, um homem que se relacionava muito bem com o regime nazista, tanto que era membro do próprio Partido Nazista (o que não o impediu de ser preso algumas vezes, mas sempre o libertavam rapidamente, em razão dos seus contatos). No entanto, apesar dos seus defeitos, ele amava o ser humano e assim fez o impossível, a ponto de perder a sua fortuna mas conseguir salvar mais de mil judeus dos campos de concentração.

Gioconda ou Monalisa



Monalisa, com seu enigmático sorriso, foi inspirada em uma modelo viva, Lisa Gherardini, terceira esposa de um rico mercador florentino, Francesco Del Giocondo, 19 anos mais velho. Francesco encomendou um retrato da mulher para pendurá-lo na sala de jantar. Lisa começou a posar em 1503. Leonardo da Vinci levou 4 anos fazendo o trabalho e jamais chegou a concluí-lo como desejava. É que Francesco ficou impaciente com a demora, proibiu sua mulher de continuar posando e não pagou pela obra. O rei francês Francisco I comprou o quadro para decorar o banheiro e pagou o equivalente a 15,3 quilos de ouro.  

Sexo na história



Na Roma Antiga, um homem casado podia ter relações sexuais com escravas, prostitutas, divorciadas e viúvas. Mas nunca com virgens e casadas. Algumas mulheres casadas se registravam como prostitutas para escapar da proibição. Mesmo se fosse descobertas, não eram punidas.
Em 1490, as prostitutas andavam pelas ruas de Roma, na Itália, em companhia de sacerdotes. A explicação é simples. A cidade, que era habitada essencialmente por homens, tinha cerca de 7 mil "mulheres públicas". Elas se alojavam em casas pertencentes a mosteiros e igrejas, por isso ficavam amigas dos padres da "cidade eterna".
Quem assistiu ao filme O Gladiador certamente não sabia dos efeitos afrodisíacos da arena. No livro A Arte do Amor, escrito há cerca de 2 mil anos, Ovídio observa que as mulheres ficavam mais dispostas e atenciosas quando viam os gladiadores disputando a vida no meio das feras. Um estudo científico confirmou o efeito desta descarga de estimulante cardíaco. Uma injeção de adrenalina pode levar alguém a se sentir apaixonado por qualquer pessoa atraente que esteja perto. 

Fonte: O Guia dos Curiosos

Salvador Dali - Individual - Marylin Monroe


Salvador Dali - Individual - Tourada Individual


Salvador Dali - Individual - Tourada individual 2


Kierkegaard (Parte 07/07)



— Aquele que vive no estágio estético está sujeito a sentimentos de medo e a sensação de vazio. Mas se ele experimenta esses sentimentos, então também há esperança. Para Kierkegaard, o medo é uma coisa quase positiva. Ele é um sinal de que a pessoa se encontra numa “situação existencial”. O esteta pode então decidir se quer dar o salto para um estágio superior. Ou ele acontece, ou então não acontece. De nada ajuda estar na iminência de pular e depois não realizar o salto. Ou uma coisa ou outra. E também não é possível que outra pessoa dê o salto em seu lugar. Você mesma tem de decidir e você mesma tem que pular.  

Kierkegaard (Parte 06/07)



— Vimos, portanto, o que Kierkegaard entendia por “existência”, “verdade subjetiva” e “fé”. Kierkegaard chegou até esses conceitos por meio da crítica à razão filosófica, sobretudo a Hegel. Só que esses conceitos também expressam toda uma crítica da civilização. Para Kierkegaard, a sociedade urbana moderna transformou o homem em “público”, em “instância coletiva”, e a primeira característica da multidão é justamente este “palavrório” inconseqüente. Hoje talvez empregássemos a palavra “conformidade”, ou seja, o fato de que todos “acham” ou “defendem” uma mesma coisa, mas ninguém tem uma relação verdadeiramente apaixonada com o tema.  

Kierkegaard (Parte 05/07)



— Kierkegaard também disse que a verdade era “subjetiva”. Não no sentido de que é totalmente indiferente o que pensamos ou aquilo em que acreditamos. Kierkegaard só queria dizer que as verdades realmente importantes são pessoais. Somente tais verdades são “verdades para mim”, são verdades para cada um.
— Você poderia me dar um exemplo dessas verdades subjetivas?
— Uma questão importante, por exemplo, é a de se saber se o cristianismo é verdade. Para Kierkegaard, esta não é uma questão para ser encarada do ponto de vista teórico ou acadêmico. Para alguém que se entende como algo que existe, trata-se aqui de vida ou morte. E isto não se discute simplesmente porque se gosta de discutir. Trata-se de algo que deve ser abordado com absoluta paixão.  

Kierkegaard (Parte 04/07)



— Aos dezessete anos, Kierkegaard começou a estudar teologia, mas logo foi se interessando cada vez mais por questões filosóficas. Doutorou-se aos vinte e oito anos com a tese “O conceito da ironia em Sócrates”. Nesta obra, Kierkegaard acerta as contas com a ironia romântica e com a forma descompromissada de os românticos brincarem com a ilusão. À ironia romântica Kierkegaard contrapõe a “ironia socrática”. Sócrates também fizera uso do recurso estilístico da ironia, mas só com o intuito de chamar a atenção de seus ouvintes para uma atitude mais séria em relação à vida. Sócrates era para Kierkegaard, ao contrário do que significa para os românticos, um pensador existencial, ou seja, alguém que transporta toda a sua existência para dentro de sua reflexão filosófica. Ao contrário dos românticos, que para Kierkegaard não tinham feito nada disso.  

Kierkegaard (Parte 03/07)



Sentaram-se e Sofia bebeu um golinho do vidro vermelho. No mesmo instante as coisas dispersas voltaram a se concentrar, só que um pouco demais, pois Sofia sentiu novamente que as diferenças haviam deixado de ser importantes. Tocou os lábios rapidamente no gargalo do frasco azul e o mundo ficou mais ou menos como era antes de Alice chegar trazendo aqueles frascos com líquidos estranhos.
— Mas qual é verdadeiro? — perguntou Sofia. — É o líquido vermelho ou o azul que nos permite experimentar o mundo como realmente ele é?
— Ambos, Sofia. Não podemos dizer que os românticos estavam enganados. Mas talvez eles tenham sido parciais demais.  

Kierkegaard (Parte 02/07)



Sofia tirou a rolha do vidro vermelho e encostou-o cautelosamente nos lábios. O suco tinha um gosto adocicado e estranho. Mas isto não era tudo. Imediatamente aconteceu algo à sua volta: primeiro, foi como se a imagem do lago, da floresta e da cabana se fundissem numa coisa só. Depois lhe pareceu que tudo o que ela via era apenas uma pessoa e que esta pessoa era ela mesma. Quando finalmente olhou para Alberto, ele também parecia ter se transformado numa parte dela mesma.
— Que coisa estranha — disse ela. — De repente, tudo o que vejo parece estar relacionado. Tenho a sensação de que tudo é apenas uma única consciência.
Alberto concordou com a cabeça, mas Sofia teve a sensação de que era ela mesma quem concordava.
— Isto é o panteísmo, ou a filosofia da unidade — disse Alberto. — É o espírito do mundo dos românticos, que experimentavam tudo como um único e grande “eu”. Mas é também Hegel, que, sem perder o indivíduo totalmente de vista, considerava tudo expressão de uma razão universal.  

Kierkegaard (Parte 01/07)


(…)
De repente, Sofia ouviu alguém batendo na porta. Alberto olhou para ela muito sério.
— Não queremos ser perturbados, queremos?
Bateram mais forte.
— Vamos falar agora sobre um filósofo dinamarquês, que ficou muito irritado com a filosofia de Hegel — disse Alberto.
Mas começaram a bater tão forte que a porta chegava a tremer.
— É claro que é o major nos enviando outra de suas personagens fantásticas, só para ver se consegue nos pegar de novo — disse Alberto. — Para ele isto não é problema.  

A lista de Schindler - Thomas Keneally


A história verdadeira deste homem que enfrentou perigos inacreditáveis e sacrificou tudo o que possuía, colocando em jogo a própria liberdade, para salvar mais de mil pessoas. Partindo dos testemunhos dos Schindlerjuden – os judeus de Schindler -, Thomas Keneally compôs um romance notável e comovente, que retrata a coragem, a generosidade e a perspicácia de um herói em meio às cinzas do holocausto. Escrito com paixão, mas também com absoluta fidelidade aos fatos, A Lista de Schindler valeu a seu autor o cobiçado Prêmio Booker, da Inglaterra.

Grécia Antiga


Teatro Grego Antigo

A Grécia da Antiguidade  que se desenvolveu entre 2000 a.C. e 500 a.C., nos legou a herança de sua cultura que atravessou os séculos, chegando até os nossos dias. Foram influências no campo da filosofia, das artes plásticas, da arquitetura, do teatro, enfim, de muitas idéias e conceitos que deram origem às atuais ciências humanas, exatas e biológicas.
Não se pode confundir a Antiguidade grega com o país Grécia que existe hoje. Os gregos atuais não são descendentes diretos desses povos que começaram a se organizar há mais de quatro mil anos atrás. Muita coisa se passou entre um período e outro e aqueles gregos antigos perderam-se na mistura com outros povos. Depois, a Grécia antiga não formava uma nação única, mas era composta de várias cidades, que tinham suas próprias organizações sociais, políticas e econômicas.  

Hegel (Parte 07/07)



— A razão se revela sobretudo através da língua. E a língua é o universo dentro do qual nascemos. A língua norueguesa pode muito bem sobreviver sem o senhor Hansen, mas o senhor Hansen dificilmente sobreviveria sem a língua norueguesa. Não é o indivíduo que cria a língua, mas a língua que cria o indivíduo.
— Acho que concordo com isto.
— Assim como o indivíduo nasce no interior de uma língua, ele também nasce no interior de um meio histórico. E ninguém tem uma relação “livre” com este meio. Quem não consegue seu lugar no Estado é, portanto, um ser “a-histórico”. Você deve se lembrar de que este pensamento foi muito importante para os grandes filósofos de Atenas. Um Estado sem cidadãos é tão inconcebível quanto um cidadão sem Estado.  

Hegel (Parte 06/07)



— A razão de Hegel é, portanto, uma razão dinâmica. Como a realidade está impregnada de opostos e contradições, uma descrição da realidade tem necessariamente de ser cheia de opostos e contradições. Aqui vai um exemplo: diz-se que o físico atômico Niels Bohr mandou pendurar uma ferradura na porta de sua casa.
— Isto é para dar sorte.
— Mas isto não passa de superstição e Niels Bohr podia ser qualquer coisa, menos supersticioso. Um dia recebeu a visita de um amigo, que pensou a mesma coisa: “Quer dizer que você acredita nessas coisas”, observou o amigo. E Bohr respondeu: “Não. Mas me disseram que apesar disso a coisa funciona mesmo”.  

Hegel (Parte 05/07)



— Há cento e cinqüenta anos, muitos lutavam pelos direitos das mulheres. E também havia muitos que lutavam energicamente contra eles. Se analisarmos hoje os argumentos de ambas as partes, não temos dificuldades em ver quem eram os mais racionais. Mas não podemos nos esquecer de que estamos analisando o assunto a posteriori. Ficou provado que os que defendiam a igualdade de direitos estavam certos. Muitas pessoas sem dúvida se sentiriam envergonhadas se lessem o que seus avós disseram a respeito deste tema.
— Sim, posso imaginar. E o que Hegel achava?
— Sobre a igualdade de direitos?
— Sim. Ou é melhor não falarmos sobre o assunto?
— Você quer ouvir uma citação?
— Com prazer.  

Hegel (Parte 04/07)



— Os eleatas tinham razão quando afirmavam que nada se transformava; mas não estavam certos quando diziam que não podemos confiar em nossos sentidos. Heráclito tinha razão quando dizia que podemos confiar em nossos sentidos, mas não estava certo quando afirmava que “tudo flui”.
— Isto porque existe mais do que apenas uma substância primordial. A composição se altera, mas não a substância em si.
— Exatamente. O pensamento de Empédocles, que estabelecia uma ponte entre os dois pontos de vista opostos, é chamada por Hegel de a negação da negação.
— Deus meu!  

Hegel (Parte 03/07)



— Assim, para Hegel, não podemos separar uma filosofia ou um pensamento de seu contexto histórico. Mas, e agora estou me aproximando de outro ponto, a razão é “progressiva”, pois sempre se acrescenta algo de novo ao que já existia. Isto significa que o conhecimento humano progride cada vez mais e caminha com a humanidade toda em sua marcha “para a frente”.
— Pensando assim, a filosofia de Kant estava mesmo um pouco mais certa do que a de Platão, não é?
— É. Entre Platão e Kant o “espírito do mundo” desenvolveu-se, progrediu. Retomando a imagem do rio, podemos dizer que ele tem agora um volume maior de água. Entre um ponto e outro mais de dois mil anos se passaram. Mas Kant não deve achar que suas “verdades” ficarão como pedras irremovíveis à margem do rio. Os seus pensamentos também não são a derradeira expressão da sabedoria e serão expostos às severas críticas da geração subseqüente. E foi assim mesmo que aconteceu.  

Hegel (Parte 02/07)



— Todos os sistemas filosóficos anteriores a Hegel tinham tentado estabelecer critérios para o que o homem pode saber sobre o mundo. Isto vale para Descartes e Spinoza, Hume e Kant. Cada um deles se interessou por aquilo que constitui a base de todo o conhecimento humano. Só que todos eles falaram sobre premissas atemporais para o conhecimento do homem sobre o mundo.
— E não é esta a tarefa do filósofo?
— Hegel achava impossível encontrar tais pressupostos atemporais. Ele achava que as bases do conhecimento humano mudavam de geração para geração. Por conseqüência, também não existiam “verdades eternas” para ele. Não existe uma razão desvinculada de um tempo. O único ponto fixo a que a filosofia pode se ater é a própria história.  

Hegel (Parte 01/07)



(…)
Alberto e Sofia sentaram-se nas poltronas junto à janela que dava vista para o lago.
— Georg Wilhelm Friedrich Hegel foi um legítimo filho do Romantismo — começou Alberto. — Poderíamos até dizer que ele seguiu fielmente a evolução do espírito alemão. Hegel nasceu em 1770, em Stuttgard, e aos dezoito anos começou a cursar teologia em Tübingen. A partir de 1799, começou a trabalhar com Schelling em Iena, justamente quando e onde o movimento romântico viveu seu período de crescimento mais explosivo. Depois de ter lecionado em Iena, Hegel passou a trabalhar como professor universitário em Heidelberg, centro do Romantismo nacional alemão. Por fim, em 1818, tornou-se professor em Berlim, exatamente na época em que esta cidade começou a se transformar no centro intelectual da Europa. Em novembro de 1831, Hegel morreu de cólera. A esta altura, porém, o “hegelianismo” já tinha muitos adeptos em quase todas as universidades alemãs.  

A história do beijo



Não se sabe como surgiu o primeiro beijo da humanidade. As referências mais antigas aos beijos foram esculpidas por volta de 2.500 a.C. nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia.
Entre os persas, na Antiguidade, os homens trocavam beijos na boca. Mas só valia para pessoas do mesmo nível. Se um dos homens fosse considerado hierarquicamente inferior, o beijo deveria ser dado no rosto.  

Persépolis - 95 min.


Marjane Satrapi (Gabrielle Lopes) é uma garota iraniana de 8 anos, que sonha em se tornar uma profetisa para poder salvar o mundo. Querida pelos pais e adorada pela avó, Marjane acompanha os acontecimentos que levam à queda do xá em seu país, juntamente com seu regime brutal. Tem início a nova República Islâmica, que controla como as pessoas devem se vestir e agir. Isto faz com que Marjane seja obrigada a usar véu, o que a incentiva a se tornar uma revolucionária.

O invisível - 102 min



Nick Powell (Justin Chatwin) tem um futuro brilhante até ser brutalmente atacado, abandonado e dado como morto. Ele agora se encontra no limbo, um local intermediário entre os mundos dos vivos e dos mortos. Completamente invisível para os vivos, Nick precisa descobrir o que aconteceu com ele e o motivo pelo qual foi atacado.

O milagre das águas: a história de N.Srª Aparecida


Em 1904, um senhor paraplégico, em consequência de um acidente, é levado por seu filho João, de lugar em lugar, numa cadeira de rodas. Ao saber que o pai era da terra da Santa, o menino quer a todo custo empreender uma longa viagem, com destino a Aparecida do Norte. A contra gosto por já não ter fé, Pai José, como é chamado o velho pelo menino, consente na viagem; e no caminho vai contando a história da Santa nascida nas águas. O que se vê na tela é a fantasia do menino João, encantado com a história, e triste por não saber da situação dos negros escravos de então. A fé inocente e poética do menino acaba por provocar uma situação de tirar lágrimas.

Sujeito



Geralmente, quando pensamos no significado comum da palavra “sujeito”, nos vem à mente uma pessoa que praticou uma determinada ação ou alguém sobre o qual falamos alguma coisa. De fato é assim que vemos aparecer, na gramática, o sujeito como o responsável sobre a ação dos verbos nas sentenças. No entanto, em filosofia, fazemos, geralmente, uma distinção entre quatro tipos de sujeito: o sujeito ontológico, o sujeito do conhecimento, o sujeito social e o sujeito moral. Há, também, o ‘sujeito lógico’, contudo ele se assemelha muito ao sujeito da gramática.  

Ciência



Neste momento, falaremos, de modo geral, acerca da ciência, de seu vínculo com a filosofia e com a ânsia humana de conhecer. Notamos, desde o início dos primeiros grupos sociais sobre os quais se tem alguma noticia documentada, que estes não se satisfaziam em somente caçar, pescar, plantar, mas que também estavam interessados em procurar dominar o mundo que os cercava. Assim, de início, aperfeiçoavam seus instrumentos de caça e pesca, mas também procuravam criar instrumentos cortantes para trabalhar o couro, os alimentos e outros materiais. Com o passar do tempo, o homem pôde fazer uso do fogo e, com ele, todo um novo mundo de descobertas e possibilidades se abriu diante de seus olhos. 

Religião



Se tentarmos lembrar o que vimos à respeito das primeiras explicações propostas pelas sociedades antigas sobre os eventos físicos do mundo, assim como sobre o próprio fenômeno da vida, que também não deixa de ser um evento físico no mundo, veremos que estas explicações se baseavam em histórias acerca de seres fantásticos como deuses, ninfas, titãs, sátiros e outras entidades com poderes maiores ou menores sobre o destino dos seres mortais. Estas histórias foram reunidas sob o nome de Mitologia, sendo que cada povo, cada cultura, podia possuir a sua mitologia particular.  

Política



Neste segundo momento do nosso curso de filosofia vamos nos voltar para alguns dos temas sobre os quais, por um motivo ou por outro, houve um intenso esforço de pensamento no ocidente: Razão, Arte, Conhecimento, Ciência, Lógica, Linguagem, Mente, Espírito, Ética, Ideologia, Política, Religião, Estética, Sujeito, Metafísica e Cultura. Muitas vezes, estes temas encontram-se relacionados uns com os outros de várias maneiras. Por motivos de simplificação, porém, vamos tentar isolá-los um dos outros e da história cronológica da humanidade.
Para nós serão como quadros filosóficos que poderemos observar e apreciar sem um apego maior à situação em que apareceram. No entanto, na medida em que se tornar impossível tratá-los assim, faremos referência às suas respectivas situações ambientais e temporais. O primeiro tema de que trataremos é o da Política.

O Período Moderno: O Racionalismo



No período que sucedeu ao renascentista, encontramos os diversos pensadores voltados para um até então ignorado objeto de conhecimento, a saber: a própria capacidade humana de conhecer. O período Moderno do pensamento ocidental inaugura um forte movimento de introspecção filosófica. A questão era entender por quais vias poderia se dar o conhecimento, se por meio de alguma faculdade exclusiva do espírito (ou mente) ou se por meio de estruturas estritamente fisiológicas.
Assim, ao invés de se perguntarem “O que é o mundo?”, os filósofos começaram a fazer a pergunta “O que é o sujeito que conhece o mundo?”. Há uma segunda inversão e percebemos que, novamente, o eixo da investigação filosófica se desloca para focar o Homem no centro das discussões, necessariamente pela forte influência dos anos da Renascença. Podemos dizer que este deslocamento traduz-se no pensamento voltando-se sobre si mesmo. É o pensamento voltando-se para o pensamento, refletindo-se em si mesmo e se perguntando: “Como conheço?”, “Como percebo o mundo?”, “O que pode ser pensado?”, “Será que realmente conheço o que penso conhecer?”.