Desde o final do século XIX da nossa era e durante o século
XX, estudos históricos, arqueológicos, linguísticos, literários e artísticos
corrigiram os exageros das duas teses, isto é, tanto a redução da Filosofia à
sua origem oriental, quanto o “milagre grego”.
Retirados os exageros do orientalismo, percebe-se que, de
fato, a Filosofia tem dívidas com a sabedoria dos orientais, não só porque as
viagens colocaram os gregos em contato com os conhecimentos produzidos por
outros povos (sobretudo os egípcios, persas, babilônios, assírios e caldeus),
mas também porque os dois maiores formadores da cultura grega antiga, os poetas
Homero e Hesíodo, encontraram nos mitos e nas religiões dos povos orientais,
bem como nas culturas que precederam a grega, os elementos para elaborar a
mitologia grega, que, depois, seria transformada racionalmente pelos filósofos.