Durante muito tempo a Filosofia
preocupou-se em definir a origem e as causas da linguagem.
Uma primeira divergência sobre o
assunto surgiu na Grécia: a linguagem é natural aos homens (existe por
natureza) ou é uma convenção social? Se a linguagem for natural, as palavras
possuem um sentido próprio e necessário; se for convencional, são decisões
consensuais da sociedade e, nesse caso, são arbitrárias, isto é, a sociedade
poderia ter escolhido outras palavras para designar as coisas. Essa discussão
levou, séculos mais tarde, à seguinte conclusão: a linguagem como
capacidade de expressão dos seres humanos é natural, isto é, os humanos nascem
com uma aparelhagem física, anatômica, nervosa e cerebral que lhes permite
expressarem-se pela palavra; mas as línguas são convencionais, isto é,
surgem de condições históricas, geográficas, econômicas e políticas
determinadas, ou, em outros termos, são fatos culturais. Uma vez constituída
uma língua, ela se torna uma estrutura ou um sistema dotado de necessidade
interna, passando a funcionar como se fosse algo natural, isto é, como algo que
possui suas leis e princípios próprios, independentes dos sujeitos falantes que
a empregam.