"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

O deserto do real (Parte 07/09)



 
Razão Filosófica e Razão Científica

Tem-se comumente a idéia que o filósofo é aquele que divaga em questões abstratas, desconectadas da vida cotidiana com um discurso que não diz respeito aos interesses da maioria. Ao cientista, pelo contrário, atribui-se a imagem de um pesquisador confinado em seu laboratório preocupado com problemas práticos, imbuído na elaboração de um saber útil. No entanto, podemos questionar: até que ponto o saber filosófico não é operacional, ou seja, não tem utilidade; e o quanto o saber científico está próximo das expectativas práticas? Quais são objetivamente as diferenças entre a filosofia e a ciência?

Com os gregos a filosofia comporta todos os saberes: matemática, astronomia, geometria são exemplos de conhecimentos que surgiram juntamente com o questionamento filosófico. Na Idade Média, a filosofia torna-se um instrumento da teologia, isto é, uma vez que o conhecimento estava restrito aos monastérios, ciência é conhecimento inspirado, ou de origem divina. Na modernidade, filosofia e ciência seguem caminhos diferentes determinados por uma metodologia própria. O método determina a diferença de abordagem dos problemas em cada área e a lógica é o instrumento comum entre a ciência e a filosofia.

A filosofia caracteriza-se pelo discurso racional, isto é, teórico-reflexivo, seu método visa explicitar a relação entre particular e universal com o intuito de conceituar e ampliar a compreensão do homem no mundo.

0 Response to "O deserto do real (Parte 07/09)"