"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Miracle em Lourdes - [2011] - 110 min.



Em 1858, a Virgem Maria apareceu 18 vezes para Bernardette, uma menina de 14 anos, em Lourdes, no sul da França. Muitas pessoas não acreditaram na menina, mas sua inocência, sinceridade e perseverança convenceu a todos.

Secuestro - [2016] - 105 min.



Víctor é uma criança que é encontrada casualmente vagando por uma estrada rural. Sua mãe, Patricia, uma conhecida advogada especializada em ensaios de mídia, logo descobre que seu filho foi encontrado. Victor é levado para o hospital e sua mãe logo segue, onde é explicado pela polícia que Víctor é agora surdo e mudo, mas pode se comunicar usando a linguagem de sinais. Na sede da polícia, Víctor explica que foi sequestrado por um homem estranho quando entrou na escola. A polícia identifica um possível suspeito chamado Charlie, um homem com problemas de dinheiro e uma esposa grávida de 8 meses. Charlie é incapaz de explicar onde ele estava quando Víctor foi sequestrado. Patricia, vendo a incapacidade da polícia de prender Charlie, contata seu antigo interesse amoroso e o pai de Victor, Raúl. Patricia o convida a ameaçar Charlie na esperança de confessar. Mas quando se descobre que Víctor fez uma falsa identificação, Patricia tenta parar Raúl, iniciando uma cadeia de eventos, cujas consequências estarão fora de controle.

Praia dos afogados (A) - [2015] - 90 min.




Numa manhã, o cadáver de um marinheiro é arrastado pela maré até a costa. Se não tivesse as mãos atadas às costas, Xusto Castelo seria outro dos filhos do mar que encontrou a morte entre as águas enquanto pescava. Sem testemunhas e pistas da embarcação do finado, o lacônico inspetor Leo Caldas mergulha-se no ambiente marinheiro da vila, tentando solucionar o crime. A praia dos afogados é um filme realizado por Gerardo Herrero, e adaptado da obra homônima de Domingo Villar.

Terceiro homem (O) - [1949] - 104 min



Após a 2ª Guerra Mundial, chega em Viena Holly Martins (Joseph Cotten), escritor americano de 6ª categoria. Holly estava em crise e sem dinheiro, mas seu velho amigo de escola Harry Lime (Orson Welles) lhe prometera um trabalho. Holly tenta encontrar Harry e então fica sabendo que ele foi atropelado e teve morte instantânea. Intrigado, o escritor decide fazer sua própria investigação sobre o misterioso passado do amigo e descobrir o que de fato aconteceu.

Uma professora sem escrúpulos - 100 min.



Molly é uma estudante popular do último ano do Ensino Médio que é feliz namorando Danny. Porém, sua vida piora quando uma nova e misteriosa professora chega na escola e começa a sabotá-la e seduzir seu namorado. Molly agora terá que lidar com problemas de consequências cada vez mais trágicas.

Pequeno demônio - [2017] - 95 min.



Gary (Adam Scott) é um homem que consegue se casar com a mulher de seus sonhos. Ainda por cima, ele tem a sorte de se tornar padrasto de um adorável menino de seis anos (Owen Atlas). O problema é que Gary descobre que o filho de Samantha (Evangeline Lily) pode ser o anticristo.

Pandora - [2016] - 136 min.



Jae-Hyeok (Kim Nam-Gil) luta para salvar a sua família e o seu país de um desastre nuclear. Jae-Hyeok vive com sua mãe (Kim Young-Ae), sua cunhada (Moon Jeong-Hee) e sobrinho Min-Jae (Bae Gang-Yoo) em uma pequena cidade coreana. Ele está namorando Yeon-Joo (Kim Joo-Hyun) e trabalha na usina nuclear local. Enquanto isso, Pyung-Sub (Jung Jin-Young) trabalha na mesma usina nuclear. Ele está preocupado com as condições lá, mas ninguém no governo o escuta. Um terremoto atinge a pequena cidade onde Jae-Hyeok vive e causa explosões na usina nuclear. A situação rapidamente fica fora de controle, levando toda a nação a entrar em pânico. Para evitar outro desastre nuclear, Jae-Hyeok e seus colegas de trabalho retornam à usina nuclear.

Zodíaco - [2007] - 162 min.



Durante os anos 60 e 70, o medo aumenta em São Francisco com os ataques de um assassino maníaco chamado Zodíaco. Investigadores e jornalistas tentam descobrir a identidade do assassino e levá-lo à justiça. Enquanto isso, Zodíaco provoca as autoridades com mensagens crípticas, cifras e telefonemas ameaçadores.

População 436 - [2006] - 92 min.



Um agente censitário dos EUA é enviado para coletar dados da população de uma remota comunidade serrana. O agente fica preso nessa cidade prisional cheia de regras e que não permite que sua população caia ou exceda a quantidade exata de 436 cidadãos.

Bórgias (Os) - [2011]



A família Bórgia foi uma proeminente dinastia italiana que ganhou muito destaque durante o período Renascentista. Rodrigo Bórgia (Jeremy Irons) é o Papa Alexandre VI, que se utiliza de suborno e várias artimanhas para manter sua posição na Igreja.

Um pequeno resumo



44. O homem é, por natureza e vocação, um ser religioso. Vindo de Deus e caminhando para Deus, o homem não vive uma vida plenamente humana senão na medida em que livremente viver a sua relação com Deus.

45. O homem foi feito para viver em comunhão com Deus, em quem encontra a sua felicidade: «Quando eu estiver todo em Ti, não mais haverá tristeza nem angústia; inteiramente repleta de Ti, a minha vida será vida plena»(18).

46Quando escuta a mensagem das criaturas e a voz da sua consciência, o homem pode alcançar a certeza da existência de Deus, causa e fim de tudo.

Como falar de Deus?



39. Ao defender a capacidade da razão humana para conhecer Deus, a Igreja exprime a sua confiança na possibilidade de falar de Deus a todos os homens e com todos os homens. Esta convicção está na base do seu diálogo com as outras religiões, com a filosofia e as ciências, e também com os descrentes e os ateus.

40. Mas dado que o nosso conhecimento de Deus é limitado, a nossa linguagem, ao falar de Deus, também o é. Não podemos falar de Deus senão a partir das criaturas e segundo o nosso modo humano limitado de conhecer e de pensar.

41. Todas as criaturas são portadoras duma certa semelhança de Deus, muito especialmente o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. As múltiplas perfeições das criaturas (a sua verdade, a sua bondade, a sua beleza) refletem, pois, a perfeição infinita de Deus. Daí que possamos falar de Deus a partir das perfeições das suas criaturas: «porque a grandeza e a beleza das criaturas conduzem, por analogia, à contemplação do seu Autor» (Sb 13, 5).

O conhecimento de Deus segundo a Igreja



36. «A Santa Igreja, nossa Mãe, atesta e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido, com certeza, pela luz natural da razão humana, a partir das coisas criadas» (12). Sem esta capacidade, o homem não poderia acolher a revelação de Deus. O homem tem esta capacidade porque foi criado «à imagem de Deus» (Gn 1, 27).

37. Nas condições históricas em que se encontra, o homem experimenta, no entanto, muitas dificuldades para chegar ao conhecimento de Deus só com as luzes da razão:

Os caminhos de acesso ao conhecimento de Deus



31. Criado à imagem de Deus, chamado a conhecer e a amar a Deus, o homem que procura Deus descobre certos «caminhos» de acesso ao conhecimento de Deus. Também se lhes chama «provas da existência de Deus» – não no sentido das provas que as ciências naturais indagam, mas no de «argumentos convergentes e convincentes» que permitem chegar a verdadeiras certezas.
Estes «caminhos» para atingir Deus têm como ponto de partida a criação: o mundo material e a pessoa humana.

32. O mundo: A partir do movimento e do devir, da contingência, da ordem e da beleza do mundo, pode chegar-se ao conhecimento de Deu: como origem e fim do universo.
São Paulo afirma a respeito dos pagãos: «O que se pode conhecer de Deus manifesto para eles, porque Deus lho manifestou. Desde a criação do mundo, a perfeições invisíveis de Deus, o seu poder eterno e a sua divindade tornam-se pelas suas obras, visíveis à inteligência» (Rm 1, 19-20) (8).
E Santo Agostinho: «Interroga a beleza da terra, interroga a beleza do mar interroga a beleza do ar que se dilata e difunde, interroga a beleza do céu [...] interroga todas estas realidades. Todas te respondem: Estás a ver como somo belas. A beleza delas é o seu testemunho de louvor [«confessio»]. Essas belezas sujeitas à mudança, quem as fez senão o Belo [«Ptdcher»]que não está sujeite à mudança?» (9).  

O desejo de Deus



27. O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso:

«A razão mais sublime da dignidade humana consiste na sua vocação à comunhão com Deus. Desde o começo da sua existência, o homem é convidado a dialogar com Deus: pois se existe, é só porque, criado por Deus por amor, é por Ele, e por amor, constantemente conservado: nem pode viver plenamente segundo a verdade, se não reconhecer livremente esse amor e não se entregar ao seu Criador»(1).

"Eu creio" - "Nós cremos"


26. Quando professamos a nossa fé, começamos por dizer: «Creio», ou «Cremos». Portanto, antes de expor a fé da Igreja, tal como é confessada no Credo, celebrada na liturgia, vivida na prática dos mandamentos e na oração, perguntemos a nós mesmos o que significa «crer». A fé é a resposta do homem a Deus, que a ele Se revela e Se oferece, resposta que, ao mesmo tempo, traz uma luz superabundante ao homem que busca o sentido último da sua vida. Comecemos, pois, por considerar esta busca do homem; depois, a Revelação divina pela qual Deus vem ao encontro do homem; finalmente, a resposta da fé.

Filosofia e bom senso



Qual é a ideia que o povo faz da filosofia? Pode-se reconstruí-la através das expressões da linguagem comum. Uma das mais difundidas é a de "tomar as coisas com filosofia", a qual, analisada, não tem por que ser inteiramente afastada. É verdade que nela se contém um convite implícito à resignação e à paciência, mas parece-me que o ponto mais importante seja, ao contrário, o convite à reflexão, à tomada de consciência de que aquilo que acontece é, no fundo, racional e que assim deve ser enfrentado, concentrando as próprias forças e não se deixando levar pelos impulsos instintivos e violentos. Poder-se-ia reagrupar essas expressões populares juntamente com as expressões similares dos escritores de caráter popular, tomando-as dos grandes dicionários, nos quais entram os termos "filosofia" e "filosoficamente", e se poderá perceber que estes têm um significado muito preciso, a saber, o de superação das paixões bestiais e elementares por uma concepção da necessidade que fornece à própria ação uma direção consciente. Este é o núcleo sadio do senso comum, o que poderia ser chamado de bom senso, merecendo ser desenvolvido e transformado em algo unitário e coerente. Tornam-se evidentes, assim, as razões que fazem impossível a separação entre a chamada filosofia "científica" e a filosofia "vulgar" e popular, que é apenas um conjunto desagregado de ideias e de opiniões.

GRAMSCI, Antônio, Concepção dialética da história. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1986. p. 15-16.

A contra ideologia



Retomando nosso percurso: o senso comum, por ser ingênuo e acrítico, geralmente está permeado pela ideologia. Para descobrir o núcleo sadio do senso comum, que é o bom senso, torna-se necessário multiplicar os espaços possíveis em que as contradições sociais sejam mais bem compreendidas, o que pode ser feito nos mesmos locais onde a ideologia se dissemina, ou seja, na família, na escola, e assim por diante.
Isso pode acontecer porque nada atua mecanicamente sobre o homem de modo a impedir qualquer reação (caso contrário, não se poderia falar em liberdade humana!). Se a família reproduz os valores vigentes, pais conscientes podem ajudar seus filhos a revitalizar certos valores; da mesma forma, algumas escolas se empenham em denunciar os conflitos em vez de camuflá-los; ou certos segmentos da Igreja fazem opção pelos pobres e não mais recomendam a paciência e resignação diante da exploração; ou o trabalhador deixa de querer ser "operário-padrão" e se filia ao sindicato, onde tem condições de adquirir sua consciência de classe.  

A ideologia



O conceito de ideologia tem inúmeros significados. Por isso é importante verificar em que sentido é usado dentro de determinado contexto.
A ideologia pode ser considerada o conjunto de ideias, concepções ou opi­niões sobre algum ponto sujeito a dis­cussão. Por exemplo, a ideologia da ra­ça pura, a ideologia da segurança nacional.
Ou, ainda, ideologia significa o con­junto de ideias sistematizadas que jus­tificam determinada prática. Por exem­plo, a ideologia de um partido político, a ideologia religiosa ou a ideologia de uma escola.
O filósofo italiano Gramsci dizia ser importante não considerar toda ideologia como sendo de antemão arbitrária e, portanto, inútil para transformar a realidade. Pois há ideologias historicamente necessárias que "organizam as massas humanas, formam o terreno sobre o qual os homens se movimentam, adquirem consciência de sua posição, lutam etc.". Pode-se dar ao conceito de ideologia "o significado mais alto de uma concepção de mundo que se manifesta implicitamente na arte, no direito, na atividade econômica, em todas as manifestações de vida individuais e coletivas" e que tem por função conservar a unidade ideológica de todo o bloco social.
Aqui, vamos privilegiar a análise feita por Marx, cuja interpretação já foi incorporada ao pensamento político e econômico até de teóricos não-marxistas, tal sua fecundidade e aplicabilidade em diversos campos de reflexão.  

O saber de todos nós



Ao considerar o conhecimento no sentido mais amplo possível, percebemos que ele se faz no enfrentamento contínuo das dificuldades que desafiam o Homem. E, como tal, não é fruto exclusivo da razão, mas também dos sentidos, da memória, do hábito, da imaginação, das crenças e desejos.
Chamamos senso comum (ou co­nhecimento espontâneo, ou conheci­mento vulgar) a essa primeira com­preensão do mundo resultante da he­rança fecunda de um grupo social e das experiências atuais que conti­nuam sendo efetuadas. Pelo senso co­mum, fazemos julgamentos, estabe­lecemos projetos de vida, adquirimos convicções e confiança para agir.
O senso comum, sendo a interpre­tação do mundo em que vivemos, dá-nos condições de operar sobre ele, ao mesmo tempo que nos orienta na bus­ca do sentido da existência.
No entanto, o senso comum não é refletido; impõe-se sem críticas ao grupo social. Por ser um conjunto de concepções fragmentadas, muitas vezes incoerentes, condiciona a aceitação mecânica e passiva de valores não-questionados. Com frequência se torna fonte de preconceitos, quando desconsidera opiniões divergentes.  

O senso comum



Vocês já repararam que só permanece­mos tranquilos quando habituados à roti­na do já conhecido? Por isso, é com certa apreensão que iniciamos um trabalho em outro local e com pessoas diferentes ou quando entramos pela primeira vez em um país estrangeiro. Até mesmo a alegria da nova amizade ou do novo amor não escon­de totalmente o desconforto das indagações que nos assaltam.
Podemos também imaginar as dificulda­des do adolescente cujas referências infan­tis deixam de servir para compreender a rea­lidade a ser enfrentada daí em diante.
A humanidade passa por crises de co­nhecimento de si própria toda vez em que há alteração da imagem feita do mundo. Veja-se o exemplo do Renascimento, quan­do os homens buscam novos valores para contrapor à concepção medieval. 

Situação cognitiva



Alguém sabe alguma coisa: é sob esta forma condensada que se apresenta toda a situação cognitiva. Antes de nos dobrarmos sobre as modalidades desta relação e sobre as suas diversas expressões, vamos esforçar-nos por explicitar o que se entende e subentende por esta afirmação.
Para que haja situação cognitiva, é preciso que a relação seja completa, isto é, que haja alguém que saiba alguma coisa. Por outras palavras, toda a situação cognitiva implica a existência de um sujeito cognoscente e de um objeto conhe­cido, unidos por uma relação cognitiva que se exprime sob a forma de um sa­ber. Todo o saber implica a existência de um sujeito cognoscente e de um obje­to conhecido em virtude de que, para lá das palavras — ou outros elementos cognitivos — que compõem esse saber, há um sujeito que conhece, isto é, que domina as palavras, e um objeto conhecido, a que as palavras se aplicam. So­mos assim levados a afirmar que não pode haver saber fora da situação cogniti­va, não pode haver saber em si.