"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Afonso Pena


Político mineiro, Afonso Augusto Moreira Pena nasceu no dia 30 de novembro de 1847 em Santa Bárbara, filho de um imigrante português que foi procurar ouro em Minas Gerais, no início do século XIX.
Estudou direito em São Paulo e entrou na política em 1874, como deputado provincial. Foi eleito em seguida deputado por quatro legislaturas sucessivas, de 1878 a 1889.
Além de legislador também atuou no Executivo, durante o Império, como chefe dos ministérios da Guerra (1882), da Agricultura (1883) e da Justiça (1885). Com a proclamação da República, foi eleito deputado constituinte, em 1890, e presidente da província de Minas Gerais, em 1892. Promulgou a lei que mudou a capital mineira de Ouro Preto para a então Curral Del Rei, onde foi construída a cidade de Belo Horizonte.
Foi eleito presidente da República, em 1906, apoiado pela aliança política do café-com-leite formada por paulistas e mineiros. Logo que assumiu, tomou medidas para valorizar o café na economia. Promoveu a construção de estradas de ferro e portos e ampliou a colonização do interior brasileiro. Em 1907 ampliou a rede de comunicação do país ao ligar a Amazônia ao Rio de Janeiro por meio do telégrafo. Em 1908 perdeu parte do apoio político por ter delegado sua assessoria política a jovens lideranças.
Afonso Pena ficou com sua imagem política abalada e, no mesmo período, perdeu o segundo de seus nove filhos com Maria Guilhermina de Oliveira Penna. Os dois episódios abalaram sua saúde, ocasionando sua morte por pneumonia no dia 14 de junho de 1909 no Rio de Janeiro, sem que tivesse terminado o mandato.

Fonte: Portal UOL Educação

Rodrigues Alves


Francisco de Paula Rodrigues Alves venceu as eleições presidenciais com o apoio de Campos Sales e dos Partidos Republicanos Paulista e Mineiro. Grande proprietário de terras paulista e ex-ministro da Fazenda do governo de Prudente de Moraes, Rodrigues Alves foi eleito com respaldo da aliança política entre as oligarquias agrárias de São Paulo e Minas Gerais, selada pelo acordo da Política dos Governadores.
O governo de Rodrigues Alves foi beneficiado por uma fase de razoável estabilidade econômica. O "boom" da exportação de borracha da Amazônia e a possibilidade de contar com capitais estrangeiros fez com que o presidente adotasse uma política de modernização, voltada para a reurbanização de áreas e locais públicos que se encontravam em situação de degradação. A capital do país, a cidade do Rio de Janeiro, foi o alvo principal desse projeto modernizador.

Projeto modernizador do Rio de Janeiro

Na época, o Rio de Janeiro era uma área urbana decadente. O acúmulo de lixo e a sujeira nas ruas nas zonas periféricas e centrais atraía insetos e ratos que transmitiam doenças fatais como a febre-amarela, a varíola e a peste bubônica, resultando na morte de milhares de pessoas anualmente. As vielas, os becos e as ruas mal iluminadas tornavam a cidade desolada e bastante perigosa durante a noite.
Foi preciso, então, sanear a cidade a partir da realização de obras públicas, limpeza e combate às doenças. O objetivo almejado pelo governo de modernização urbana da capital federal recebeu amplo apoio e respaldo do prefeito da cidade, Pereira Passos. Mas a forma como foi realizada gerou revolta e protestos populares, abrindo a primeira crise política do governo de Rodrigues Alves.
A reconstrução, limpeza e o embelezamento da cidade foram feita às custas das camadas pobres da população. Efetuando desapropriações desordenadas, as habitações populares (casebres e cortiços) foram postas abaixo para o alargamento das ruas, avenidas e construções de praças públicas.
Os pobres foram expulsos para os morros e áreas periféricas da cidade, dando origem às favelas que existem até hoje. A valorização das novas áreas gerou uma grande especulação imobiliária, prejudicando também as camadas sociais de classe média.

A Revolta da Vacina

Mas foi o problema da saúde pública que desencadeou revoltas populares que, por sua vez, geraram uma grave crise política. O combate às doenças foi liderado pelo médico sanitarista Osvaldo Cruz. Estudioso das doenças tropicais, Osvaldo Cruz conseguiu que o governo decretasse a Lei da Vacina Obrigatória, que forçava toda a população a se vacinar para proteger-se das doenças epidêmicas.
Os agentes de saúde pública efetuavam despejos e agressões para obrigar os populares a tomarem vacina. O povo, revoltado, foi para as ruas e enfrentou a polícia num movimento que ficou conhecido como a Revolta da Vacina.
Aproveitando-se da insatisfação popular, alguns militares florianistas, opositores de Rodrigues Alves, tentaram derrubá-lo do governo através de um golpe, liderado por Lauro Sodré. Contudo, o governo reagiu rapidamente, decretando estado de sítio. Em seguida, organizou tropas militares de São Paulo e Minas Gerais e perseguiu e reprimiu todos os revoltosos.

A anexação do Acre

Na época do governo de Rodrigues Alves, o Acre era uma província da Bolívia, embora habitado por nordestinos que imigraram para a região, devido à seca e o aumento da produção da borracha. O Brasil passou então a reivindicar o território do Acre.
Em 1903, chegou-se a uma solução com o governo boliviano, com a assinatura do Tratado de Petrópolis. O governo brasileiro pagou 2 milhões de libras esterlinas pelo Acre e se comprometeu a construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Essa ferrovia daria à Bolívia uma saída para o Oceano Atlântico.

O Convênio de Taubaté

O governo de Rodrigues Alves inaugurou a "política de valorização do café". Idealizada pelos cafeicultores de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, seu objetivo era solucionar o problema da superprodução do café num momento em que os preços do produto no mercado mundial estavam em queda.
Para se livrarem dos prejuízos financeiros, os cafeicultores reunidos no Convênio determinaram que o governo comprasse e estocasse os excedentes, ou seja, todo o café que não fosse vendido. O café adquirido pelo governo seria depois vendido num momento mais favorável.
Contudo, mesmo sendo um governo representante dos interesses das oligarquias cafeicultoras mais influentes, Rodrigues Alves discordou das decisões firmadas no Convênio de Taubaté, argumentando que elas prejudicavam o país. Mesmo assim, no último ano do governo de Rodrigues Alves, a política de valorização do café foi posta em prática, e reforçada por seu sucessor, Afonso Pena.

Fonte: UOL Educação

Canal do Panamá

Fonte: Canal Discovery

Localizado no istmo do Panamá, na América Central, o Canal do Panamá foi construído entre 1908 e 1914 para ligar os oceanos Atlântico e Pacífico. O local foi escolhido por ser o istmo a parte mais estreita do continente americano. A primeira proposta de se construir o canal é de 1534, sob o reinado do imperador espanhol Carlos V.
Em 1879, o francês Ferdinand de Lesseps - que abriu o Canal de Suez (no Egito, ligando o mar Mediterrâneo ao mar Vermelho) - inicia os trabalhos após acordo com o governo colombiano (o Panamá pertencia à Colômbia). O despreparo dos europeus frente a doenças tropicais, como malária e febre amarela, e as dificuldades de execução de obras de engenharia em áreas pantanosas levaram o projeto à falência dez anos depois.

EUA induz Panamá à independência

Interessados em uma ligação marítima mais rápida entre a costa leste e costa oeste, são os Estados Unidos que insistem no projeto e a Colômbia quer a reavaliação do contrato. Em 1903, como não chegam a um acordo, os EUA induzem o Panamá - na época, uma província da Colômbia - à independência. Formado o novo país, o governo americano obtém autorização para a construção do canal em troca de sua concessão e uma faixa de terra de 8 km de largura em cada lado do canal.
Depois de várias disputas pela soberania do canal, Panamá e Estados Unidos assinam em 1977 um acordo e o controle passou definitivamente aos panamenhos no ano 2000. O canal passa atualmente por reformas, que deverão custar bilhões de dólares. No acordo de sua devolução, consta uma cláusula que prevê que, em caso de ameaça, os EUA podem ocupar o canal.
O canal tem 82 quilômetros de extensão, 152,4 metros de largura, 26 metros de profundidade e três eclusas duplas. Sua travessia leva de 16 a 20 horas. Apesar da alta taxa de pedágio - cerca de US$ 28 mil -, em função dos custos de manutenção, o canal tem tráfego intenso. Em 1993, serviu de passagem para 12,257 mil navios. É um ponto estratégico militar e econômico, porque evita que grandes navios tenham de fazer a volta ao redor da América do Sul para atingir outro oceano.

Como funciona o Canal do Panamá

A travessia do Canal do Panamá é feita por três comportas, em que a água funciona como um elevador. Vindo do Atlântico, por exemplo, o navio entra na comporta, com a água no mesmo nível do oceano. Os portões são fechados e as válvulas de enchimento abertas. A água entra através de poços do piso, elevando o navio 26 metros, até o nível do Lago de Gatun. As válvulas são fechadas e os portões superiores abertos. O navio sai da comporta para o lago. E segue para as outras comportas, onde acontece o processo inverso de descida até o nível do oceano Pacífico.

Economia centro-americana

A agricultura é a principal atividade econômica da América Central e do Caribe, com exceção do Panamá, que possui um setor de serviços desenvolvido graças à demanda gerada pelo canal. Entre os principais produtos exportados estão café, banana, algodão, açúcar, fumo e carne.
Alguns países se destacam em outras áreas, como Trinidad e Tobago com o petróleo e a Jamaica com a bauxita. O desenvolvimento industrial ainda é incipiente, mas os países centro-americanos apresentam crescente diversificação, que resulta no aumento de empregos especializados. É o caso de Porto Rico e Barbados, com a indústria de componentes eletrônicos. O setor bancário cresce com o surgimento de novos paraísos fiscais e o turismo tem ganhado força.

Fonte: Portal UOL Educação

A Revolução Mexicana

Emiliano Zapata

A Revolução Mexicana foi um grande movimento armado que começou em 1910 com uma rebelião liderada por Francisco I. Madero contra o antigo autocrata general Porfirio Diaz. Foi a primeira das grandes revoluções do século XX.
Esta revolução foi caracterizada por uma variedade de líderes de cunho socialista, liberal, anarquista, populista, e em prol do movimento agrário.

Causas

A elite agrária predominava completamente no México, sempre determinando quem seria o governante máximo. Em 1876 assumiu Porfírio Dias, que governou de forma ditatorial. Mesmo tendo havido um pequeno desenvolvimento industrial durante o período em que esteve à frente do país, a elite agrária permaneceu no poder, pois a base econômica continuou a ser a exportação de produtos agrícolas e de minérios.
Porfírio Diaz governou o México por mais de trinta anos. Mantinha-se uma aparência de democracia, pois eram realizadas eleições periodicamente, mas elas eram manipuladas para que ele sempre se reelegesse. Em 1910, nas eleições, Diaz novamente foi eleito, porém seu opositor, Francisco Madero conseguiu rebelar a população e assumiu, com a promessa de realizar a tão esperada reforma agrária.
Tal promessa, no entanto, não foi cumprida agravando ainda mais a já péssima condição de vida dos camponeses. Liderados então por Emílio Zapata e Pancho Villa, eles iniciaram a luta contra Madero, conseguindo tirá-lo do poder. Posteriormente, derrubaram também o seu sucessor, o general Huerta.
Primeiramente, Zapata e Villa propunham a expropriação dos latifúndios (inclusive os pertencentes à Igreja) para posterior divisão entre camponeses; o reconhecimento dos direitos indígenas sobre as terras que lhes haviam sido tomadas e a nacionalização das terras daqueles que fossem considerados inimigos da revolução.
Nas eleições de 1914, o latifundiário Carranza, apoiado pelos Estados Unidos, foi eleito presidente. Sua principal promessa era a elaboração de uma nova Constituição, que, de fato, foi aprovada em 1917.
A nova Constituição, aparentemente liberal, caracterizava-se por conceder ao Estado do direito de expropriar terras, caso fosse utilizá-las para benefício público, ao mesmo tempo que reconhecia os direitos dos índios sobre as terras de uso comum. No campo das relações de trabalho, criou-se o salário mínimo e determinou-se que a duração da jornada de trabalho seria de oito horas. A Igreja Católica foi sensivelmente abalada em seu poder com a separação entre Estado e Igreja.
Para garantir que Carranza fosse bem-sucedido em seu governo, os Estados Unidos chegaram a invadir o território mexicano em uma tentativa de prender Pancho Villa.
A morte de Zapata, assassinado em 1919, e de Pancho Villa, morto em 1923, foi um golpe duro para os camponeses. O governo norte-americano pressionava para que as reformas fossem implantadas rapidamente, a fim de evitar novos problemas. A Igreja Católica, por sua vez, exercia pressão sobre o governo, porque desejava recuperar o que havia perdido. Tudo isso levou o processo revolucionário praticamente ao fim.
Em 1929 foi criado o Partido Nacional Revolucionário (PRN), resultado da unificação das diferentes correntes revolucionárias, e que seria a base do Partido Revolucionário Institucional (PRI), criado em 1946. Essa mudança implicou o abandono dos princípios revolucionários de 1910.
Apesar da significativa reforma agrária implementada pela Revolução, com o tempo os camponeses perderam muitas terras que haviam conquistado. As dificuldades em conseguir uma produção em larga escala e a baixo custo, as dívidas bancárias, a concorrência dos produtos agrícolas norte-americanos e a maior mecanização das propriedades mais modernas acabaram por inviabilizar a pequena propriedade.
A luta dos camponeses mexicanos pela terra se estende até os dias atuais, como acontece, aliás, em outros países da América latina, inclusive no Brasil. No México, na última década do século XX, essa luta foi a retomada de forma mais intensa com a criação do Exército Zapatista de Libertação Nacional, na província de Chiapas. O nome desse movimento é uma homenagem a Emiliano Zapata, um dos líderes mais expressivos da Revolução de 1910.

Fonte: Portal Só História

Campos Sales


O ex-governador Manuel Ferraz de Campos Sales substituiu Prudente de Moraes na presidência da República. Seu governo consolidou os interesses das oligarquias rurais, sobretudo dos cafeicultores paulistas.
Quando assumiu o governo federal, Campos Sales herdou uma grave crise econômica que prejudicava o país. A inflação atingia níveis insuportáveis, a moeda brasileira se desvalorizava a cada dia, enquanto nosso principal produto de exportação, o café, atravessava uma fase de superprodução interna e baixos preços no mercado mundial.

A política econômica de Campos Sales

O enfrentamento da crise econômica foi o alvo principal das medidas do governo de Campos Sales. Começou com a renegociação da dívida externa do país, com os credores ingleses. Os banqueiros britânicos fizeram um novo acordo financeiro com o Brasil chamado de funding loan.
Por esse acordo, os banqueiros fizeram um vultoso empréstimo de cerca de 10 milhões de libras ao Brasil e aceitaram uma moratória, isto é, a suspensão temporária do pagamento dos juros e da dívida externa. Como garantia do acordo, os banqueiros fizeram algumas exigências ao governo brasileiro, que as aceitou.
Essas garantias determinavam que, se o acordo não fosse honrado pelo governo brasileiro, os credores ingleses tinham direito a toda a renda das alfândegas do Rio de Janeiro e de outros Estados caso fosse necessário, às receitas da Estrada de Ferro Central do Brasil e do serviço de abastecimento de água do Rio de Janeiro.
Os credores exigiram também que o governo brasileiro combatesse a inflação e adotasse medidas no sentido de valorização da moeda nacional. O ministro da Fazenda, Joaquim Murtinho se encarregou dessa política econômica. Reduziu drasticamente as despesas do governo, ao suspender a construção de obras públicas e investimentos no setor industrial, além de aumentar e criar novos impostos. Os salários dos trabalhadores também tiveram de ser drasticamente contidos.

Defesa dos interesses agrários

Ao adotar todas essas medidas econômicas, Campos Sales pretendia que o país se especializasse como produtor e exportador de mercadorias agrícolas: café, borracha, algodão, minério, cacau, erva-mate etc. Era a defesa da tese de que a vocação do Brasil era ser um país agro-exportador. Essa idéia agradava as grandes potências industriais que tinham a oportunidade de continuar a vender ao Brasil produtos manufaturados.
A política econômica posta em prática pelo ministro Joaquim Murtinho, gerou enormes problemas sociais, pois a indústria parou de crescer e, com isso, o desemprego aumentou, enquanto o custo de vida tornou-se insuportável para a população de assalariados. Contudo, o compromisso do governo de Campos Sales era com as elites dominantes do país.

Estabilidade política

Mas, mesmo sendo um representante da elite mais influente do país, ou seja, os cafeicultores paulistas, foi necessário ao presidente Campos Sales adotar algumas medidas políticas para assegurar esses interesses. Foi com esse objetivo que se criou a chamada Política dos Governadores, por meio da qual foi possível obter a estabilidade política.
Antes disso, esta era permanentemente comprometida em razão da existência de divergências de interesses entre as oligarquias agrárias e do sistema federativo republicano vigente. Campos Sales saiu-se vitorioso neste empreendimento, e ainda conseguiu que o candidato por ele indicado para sucedê-lo no governo, o paulista Rodrigues Alves, vencesse as eleições presidenciais.

Fonte: UOL Educação

Prudente de Morais


Na história da República no Brasil, o paulista Prudente de Morais foi o primeiro presidente civil. Após o período republicano inicial que ficou conhecido como República da Espada, tendo como presidentes os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, Prudente de Morais representou a conquista da oligarquia cafeeira do posto mais importante na política brasileira.
Prudente José de Morais Barros nasceu na cidade de Itu no interior de São Paulo no dia 4 de outubro de 1841. Seu pai faleceu ainda durante sua infância, o que o fez se mudar juntamente com sua família para a cidade da Constituição, que hoje recebe o nome de Piracicaba, também no interior de São Paulo.
Em São Paulo formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1863 e retornou logo em seguida para Piracicaba dando início a sua carreira de advogado. Mas já em 1865 foi eleito vereador na cidade e assumiu o cargo de presidente da Câmara Municipal. Sua carreira política tomou força e o jovem político subiu rapidamente. Em 1868 tornou-se deputado provincial pelo Partido Liberal, todavia em 1876 trocou de partido. Vestindo a camisa do Partido Republicano Paulista (PRP) foi eleito mais três vezes como deputado provincial pelo estado de São Paulo e uma vez como deputado da Assembléia Geral do Império.
Prudente de Morais integrava a campanha abolicionista e também a republicana. Quando a República foi proclamada em 1889 foi nomeado pelo presidente marechal Deodoro da Fonseca como governador da província de São Paulo, exercendo o cargo até 1890. No mesmo ano foi eleito senador e trocou de função.
Não tardou e Prudente de Morais concorreu pela primeira vez para o posto de Presidente da República contra o marechal Deodoro da Fonseca em 1891, quando já era presidente do Congresso Constituinte. Entretanto, neste momento a pressão militar exercida para apoiar o marechal Deodoro da Fonseca foi mais forte e o mesmo acabou eleito indiretamente para a presidência.
Após o governo de outro militar, marechal Floriano Peixoto, que assumiu em decorrência da renúncia de Deodoro, Prudente de Morais candidatou-se novamente para a sucessão de Floriano. Desta vez foi eleito. Sua vitória colocava o primeiro civil na presidência do Brasil e representava a vitória da oligarquia cafeeira de São Paulo.
Seu governo não foi fácil e já começou enfrentando situações complicadas. Enfrentou logo de partida a oposição dos florianistas (seguidores do ex-presidente Floriano Peixoto) e a reorganização do Partido Monarquista. Teve que se esforçar muito contra as medidas antiinflacionárias do governo e a queda do preço do café no mercado mundial.
Como se não fosse suficiente, algumas revoltas complicaram mais ainda o governo de Prudente de Morais, que ficou conhecido como o Pacificador. No Rio Grande do Sul encerrou a Revolução Federalista através de um tratado de paz e no sertão baiano teve que combater uma revolta liderada por Antônio Conselheiro conhecida como Canudos, em 1897.
Externamente, o presidente Prudente de Morais precisou interferir em um incidente diplomático que envolvia o Brasil e a Inglaterra em 1896. Sem nenhum motivo, a Inglaterra invadiu e ocupou a Ilha de Trindade, mas felizmente o presidente resolveu a questão de forma favorável ao Brasil.
No âmbito pessoal, Prudente de Morais sofreu um atentado no dia 5 de novembro de 1897, no qual seu Ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt, foi ferido em seu lugar e acabou falecendo.
Apesar de todas as dificuldades, traçou e realizou uma inteligente política econômica. Foi capaz de firmar definitivamente a República e reatar as relações diplomáticas com Portugal. Isso fez com que Prudente de Morais desfrutasse de grande popularidade no fim do seu mandato.
Após deixar o cargo foi sucedido por Campos Sales e retornou para Piracicaba, onde continuou exercendo trabalhos de advocacia durante alguns anos, até adoecer por conta de uma tuberculose e falecer no dia 13 de dezembro de 1902.
Prudente de Morais foi homenageado dando nome as cidades de Presidente Prudente (SP), Prudente de Morais (MG) e Prudentópolis (PR).

Fonte: Portal História Brasileira

Floriano Peixoto


Floriano Vieira Peixoto nasceu no dia 30 de abril de 1839 em Maceió, Alagoas. Filho de lavradores pobres, foi criado pelo tio e padrinho, o coronel José Vieira de Araújo Peixoto. Cursou o primário em Maceió e a Escola Militar no Rio de Janeiro, para onde foi mandado aos 16 anos. Revelou distinção e bravura no exército, especialmente na Guerra do Paraguai, da qual participou até o desfecho, em Cerro Corá. Como lembrança, guardou a manta do cavalo de Solano Lopes.
Exercia o papel de ajudante general-de-campo, segundo posto abaixo do ministro do Exército, o visconde de Ouro Preto, quando teve início o movimento republicano em 1889. Recusou-se a fazer parte da conspiração, mas também não se dispôs a combater as tropas republicanas rebeladas.
Com a proclamação da República, ocupou o Ministério da Guerra, em 1890, e foi eleito vice-presidente de Deodoro da Fonseca no ano seguinte. Com a renúncia de Fonseca, assumiu a presidência e governou no regime que ficou conhecido como "mão de ferro" até o final do mandato, em 1894. Venceu um período conturbado por movimentos rebeldes, entre eles a Revolta da Armada, no Rio de Janeiro, e a Revolução Federalista, que começou no Rio Grande do Sul e tinha como objetivo destituir Peixoto do poder. Neste movimento, o conflito aconteceu entre republicanos de orientação positivista e liberais, liderados por Silveira Martins, político de destaque durante o Império.
Em sua homenagem o governador catarinense Hercílio Luz decretou a mudança de nome da capital, de Desterro para Florianópolis em 10 de outubro de 1894. Abandonou a carreira política assim que deixou o cargo de presidente. Morreu em Divisa, hoje distrito de Floriano, no município de Barra Mansa, Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1895.

Karl Popper


Karl Raimund Popper (Viena, 28 de Julho de 1902 — Londres, 17 de Setembro de 1994) foi um filósofo da ciência austríaco naturalizado britânico. É considerado por muitos como o filósofo mais influente do século XX a tematizar a ciência. Foi também um filósofo social e político de estatura considerável, um grande defensor da democracia liberal e um oponente implacável do totalitarismo.
Ele é talvez mais bem conhecido pela sua defesa do falsificacionismo como um critério da demarcação entre a ciência e a não-ciência, e pela sua defesa da sociedade aberta.
Nascido numa família de classe alta de origem judaica secularizada, foi educado na Universidade de Viena. Concluiu o doutoramento em filosofia em 1928 e ensinou numa escola secundária entre 1930 e 1936. Em 1937, a ascensão do Nazismo levou-o a emigrar para a Nova Zelândia, onde foi professor de filosofia em Canterbury University College, Christchurch. Em 1946, foi viver na Inglaterra, tornando-se assistente (reader) de lógica e de método científico na London School of Economics, onde foi nomeado professor em 1949. Foi nomeado cavaleiro da Rainha Isabel II em 1965, e eleito para a Royal Society em 1976. Reformou-se da vida académica em 1969, apesar de ter permanecido activo intelectualmente até à sua morte, em 1994. Recebeu a insígnia de Companheiro de Honra (Companion of Honour) em 1982.
Popper recebeu vários prémios e honras no seu campo, incluindo o prémio Lippincott da associação americana de ciência política, o prémio Sonning, e o estatuto de membro na sociedade real, na academia britânica, London School of Economics, Kings College de Londres e o Darwin College de Cambridge.

Fonte: Enciclopédia Wikipédia

Amizade

Deodoro da Fonseca


O militar e político brasileiro marechal Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente brasileiro, assim como o responsável por proclamar a República Brasileira no ano de 1889. Seu prestígio o colocou a frente das forças republicanas e antiescravistas, que culminaram com a queda do Império.
No dia 5 de agosto de 1827 nascia Manuel Deodoro da Fonseca na Cidade de Alagoas, hoje chamada de Marechal Deodoro. Filho de Manoel Mendes da Fonseca ingressou na Escola Militar do Rio de Janeiro em 1843 onde completou o curso de Artilharia em 1847. No ano seguinte, 1848, com apenas 21 anos, já integrava as tropas das forças armadas brasileiras no combate a Revolta Praieira que ocorria em Pernambuco. Mais tarde, participa da Guerra da Cisplatina e também da Guerra do Paraguai, sua conduta no campo de batalha e a determinação e afinco que o militar apresentava o tornava diferenciado dos demais, ganhando então prestígio e reconhecimento.
Já em 1868 chegou ao posto de coronel, sendo promovido logo mais, em 1874, ao posto de Brigadeiro e finalmente tornando-se Marechal no ano de 1884. No ano seguinte, 1885, é nomeado chefe de armas da província do Rio Grande do Sul, na qual se tornaria o presidente no mesmo ano.
Em 1886, Deodoro da Fonseca vai para o Rio de Janeiro, onde assume a liderança da facção do Exército que defendia a abolição da escravatura no Brasil. Então estabelecido no Rio de Janeiro, preside o recente Clube Militar, que engrossava a questão militar no cenário contra a monarquia e defensora do republicanismo, no período de 1887 até 1889. Muito prestigiado, os integrantes do movimento que planejava depor o imperador brasileiro Dom Pedro II o escolhem para ser o líder do processo. A aceitação do militar era praticamente unânime. Desta forma, no dia 15 de novembro de 1889 o Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República Brasileira, depondo o imperador Dom Pedro II e assumindo o governo provisório republicano.
Deodoro da Fonseca nomeia então para ministros de seu governo republicanos que eram historicamente renomados e liberais da monarquia. Mas com o passar do tempo todo o apoio que o Marechal recebera durante anos passou a desmoronar. A conduta do militar à frente do governo brasileiro causou insatisfação em muitos dos seus seguidores que esperavam outros rumos para o Brasil republicano. Como presidente provisório acabou entrando em conflito com as lideranças civis, também resistiu à convocação da Assembléia Constituinte. Sua eleição como presidente não mais em caráter provisório só foi garantida porque os militares exerceram grande pressão sobre o Congresso, que o elegeu de forma indireta em 1891.
Como presidente eleito continuou causando incômodo com suas atitudes no poder. Entretanto, marcou seu governo pela promulgação de avanços na constituição brasileira. Ainda em 1890, época do governo provisório, criou o Código Penal brasileiro e reformou o Código Comercial. Em 1891 promulgou então a primeira Constituição Republicana do Brasil, dando passos de inspiração liberal e com um caráter muito próximo da norte americana. Colocou ponto final em elementos constitucionais típicos do período monárquico como Poder Moderador, Senado Vitalício e união entre Igreja e Estado. Instituindo também o casamento civil e a laicização dos cemitérios.
Seu governo perderia completamente as forças quando resolve extinguir o Congresso no dia 3 de novembro de 1891, provocando uma reação violenta. Na tentativa de derrotar a oposição, elabora um golpe de Estado. Mas não tinha mais o apoio de outrora, o próprio exército já não lhe dava mais sustentação e enfrenta a resistência liderada pelo vice-presidente, o marechal Floriano Peixoto. Sem ter como se sustentar, renuncia no dia 23 de novembro de 1891.
Depois de deixar a presidência, o marechal Deodoro da Fonseca continuou morando no Rio de Janeiro e ficou enfermo. Antes de morrer o ex-presidente pediu para ser enterrado em trajes civis, mas seu desejo não foi atendido. No dia 23 de agosto de 1892 Deodoro da Fonseca faleceu em decorrência de uma dispnéia (dificuldade respiratória) e seu enterro foi tomado por pompas e honras militares.
Deodoro se tornou o grande ícone da Proclamação da República, já teve o rosto estampado em notas das moedas brasileiras, recebeu vários monumentos em sua homenagem e foi representado algumas vezes no cinema e na televisão.

Texto produzido por Antonio Gasparetto Junior. Fonte: Portal História Brasileira.

A Amizade - Texto - Filosofia - 2º Ano


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Parte 07/07

A Guerra do Fogo - 97 min


O filme retrata um período na pré-história e dois grupos de hominídeos. O primeiro, que quase não se diferencia dos macacos por não ter fala e se comunicar através de gestos e grunhidos, é pouco evoluído e acha que o fogo é algo sobrenatural por não dominarem ainda a técnica de produzi-lo; o outro grupo é mais evoluído e tem uma comunicação e hábitos mais complexos, como a habilidade de fazer o fogo. Esses dois grupos entram em contato quando o fogo da primeira tribo é apagado em uma guerra com uma tribo hominídeos mais primitivos, que disputam pela posse do fogo e do território. Noah, Gaw e Amoukar (membros do primeiro grupo) são destacados então para uma jornada para trazer uma nova chama acesa para a tribo. Nesse caminho deparam -se com um grupo de canibais, e resgatam de lá Ika, uma mulher pertecente ao grupo mais evoluído. Do contato com essa mulher, os três caçadores do fogo aprendem muitas coisas novas, já que ela domina um idioma muito mais elaborado que o deles, assim como domina também a técnica de produção do fogo. Levados por diversas circunstâncias a um encontro com a tribo de Ika, percebem que há uma maneira diferente de viver; observam as diferentes formas de linguagem, o sorriso, a construções de cabanas, pintura corporais, o uso de novas ferramentas, e mesmo um modo diferente de reprodução ...

Fanny Brennan - Wedding

Fanny Brennan - Free Swing

Fanny Brennan - The Visitor

Fanny Brennan - Sky Shades

Gandhi


O nome dele era Mohandas Karamchand Gandhi. Mahatma, que significa "grande alma", era o título que lhe deram. Gandhi foi filósofo, patriota e o criador do movimento de independência nacional da Índia. Inspirado pelo mandamento hindu "ahimsa", que estimula o respeito pela vida, pelo sermão da montanha, pelos ensinamentos de John Ruskin e Leon N.Tolstoi, este advogado formado na Inglaterra inicia a luta contra o colonialismo na África do Sul (então britânica) defendendo a igualdade de direitos da população indiana naquele país.
Em 1894 funda o Natal Indian Congress e põe em prática seus métodos de resistência pacífica. Em 1914, de volta à Índia, organiza o movimento de resistência e de independência contra o poder colonial britânico. Pertencendo à casta dos vaishyas (comerciantes), Gandhi defende a moderação das divergências entre as castas e o fim do confronto entre muçulmanos e hindus. Dirige o Partido do Congresso desde 1920 e torna-se seu líder espiritual, conservando esse status mesmo depois de sua demissão, em 1934. Além de organizar o movimento popular contra os interesses britânicos na Índia, de apelar à desobediência civil e de promover a não cooperação com os ingleses, Gandhi intervém de maneira exemplar em numerosos conflitos, fato que o conduz ao cárcere por diversas ocasiões, onde prossegue a luta fazendo greve da fome.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Gandhi defende a neutralidade total. É um dos iniciadores do movimento "Quit India" (Deixem a Índia), que, em 1942, exige o fim imediato da dominação britânica. No final da guerra, sua política tem sucesso: a Inglaterra concede finalmente a independência à Índia em 1947, ainda que a unidade do território colonial seja sacrificada, com a formação do Estado muçulmano do Paquistão. Sem conseguir superar as divergências entre hindus e muçulmanos, Gandhi é assassinado em 1948 por um hindu fanático.

Fonte: Portal NetSaber

Chico Mendes


Francisco Alves Mendes Filho, conhecido como Chico Mendes, líder dos seringueiros e ecologista nato, procedente de uma humilde família de nortistas, nasceu a 15 de dezembro de 1944, no seringal denominado Porto Rico, localizado no município de Xapuri, Estado do Acre. Esta região, que no passado pertencia a bolivianos e peruanos, tornou-se palco de grandes lutas históricas entre brasileiros e bolivianos, mas com a derrota dos estrangeiros passou a pertencer ao Brasil.
Chico Mendes teve uma infância pobre, como milhares de brasileiros excluídos, nativos da região Norte. Morou sempre em casa de madeira com piso de barro. Ainda criança, tornou-se seringueiro. Aprendeu a ler e escrever aos 24 anos de idade e vestiu seu primeiro terno aos 40 anos.
Com o passar dos anos, o seu ideal de infância de amar e preservar o meio ambiente foi amadurecendo, através da experiência e da sabedoria nata de homem da floresta que era. Sentia-se na obrigação de abraçar a causa e lutar em prol da preservação da Amazônia, principalmente quando se deparava com o descaso dos grandes empresários e fazendeiros que, acobertados por forças governamentais, guiados pela opulência e pela ambição, enviavam seus empregados armados com motosserras, machados, facões e tratores para derrubar as árvores, provocar queimadas, sem sequer tomar conhecimento da dimensão da destruição que estavam provocando, não somente na fauna e na flora da região amazônica, mas em todo o ecossistema mundial.
Foi a partir daí que decidiu levantar a bandeira em prol da preservação das matas. Tornou-se líder sindical em 1975, e um formador de consciência junto à população de excluídos e semi-escravizados dos seringais da região. Nesse mesmo ano, com a fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia, ele foi escolhido para ser o secretário do órgão.
Em 1976, participou ativamente junto aos seringueiros, na luta contra o desmatamento. Isto se deu através dos empates, um movimento pacífico, que consiste em reunir grande número de seringueiros, trabalhadores rurais, índios e pescadores desarmados, com suas mulheres e filhos, dando-se as mãos no meio da selva ou na beira dos rios, a fim de impedir as derrubadas das árvores pelos peões dos fazendeiros e seringalistas, que surgiam armados de foices, machados, motosserras e máquinas. Através desses movimentos, os seringueiros e pescadores ribeirinhos tentavam neutralizar e conscientizar os predadores, sobre as conseqüências da destruição e devastação ambientais e as atitudes brutais dos grandes empresários. Muitas vezes, eles conseguiram atrasar os projetos dos fazendeiros, dando tempo aos líderes sindicais para que estruturassem coalizações políticas a favor da preservação das matas, das terras e das reservas extrativistas.
Em 1977, o ecologista participou da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri sendo também eleito vereador pelo partido do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
No ano de 1979, na Câmara Municipal de Xapuri, realizou-se um grande fórum de debates entre as lideranças sindicais, populares e religiosas, liderado por Chico Mendes. Esse evento constituiu-se em motivo suficiente para que ele fosse acusado de subversão, passando a sofrer torturas e ameaças de morte.
Em 1980, juntamente com Luís Inácio Lula da Silva, Chico Mendes fundou o Partido dos Trabalhadores (PT). Realizou comícios e levantes populares, com o objetivo de conscientizar os trabalhadores sobre a defesa de seus direitos.
No 1º Encontro Nacional dos Seringueiros, em 1985, Chico Mendes apresentou a proposta União dos Povos da Floresta, um documento reivindicatório, visando a união das forças dos índios, trabalhadores rurais e seringueiros em defesa e preservação da Floresta Amazônica e das reservas extrativistas em terras indígenas. As reivindicações e denúncias sobre a devastação da mata e o massacre dos índios, constantes naquele documento, tiveram uma grande repercussão nacional e internacional.
Dois anos após o evento, ou seja, em 1987, chegaram ao Brasil representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e de várias partes do mundo, para constatar a veracidade das denúncias contidas no referido documento. Meses depois, Chico Mendes ganhou o prêmio de destaque GLOBAL 500.
A luta pela preservação ecológica foi uma constante na vida do homem da floresta que, pacificamente, conseguiu mobilizar e conscientizar a sociedade rural, bem como Organizações Não-Governamentais (ONGs), nacionais e internacionais.
Por outro lado, sua perseverança em proteger o meio ambiente e as espécies nativas da região, despertou o ódio dos grupos de fazendeiros e empresas que insistiam na exploração e na devastação da floresta.
Durante todo o ano de 1988, Chico Mendes sofreu ameaças de morte e perseguições por parte de pessoas ligadas a partidos políticos e organizações clandestinas destinadas à exploração desregrada da região.
No dia 22 de dezembro de 1988, após inúmeros conflitos, o sindicalista e ecologista Chico Mendes teve a sua vida ceifada por mãos criminosas.

Fonte: Fundação Joaquim Nabuco

Che Guevara


Ernesto Guevara Lynch de la Serna, o Che, nasceu em 14 de maio de 1928 em Rosário, na Argentina. No entanto, sua certidão de nascimento é do dia 14 de junho do mesmo ano. O revolucionário argentino completaria 80 anos neste sábado se estivesse vivo.
Che era o mais velho de uma família de cinco filhos de ascendência espanhola e irlandesa.
Embora sofresse de asma desde a infância, ele acabou tornando-se desde cedo um atleta. Jogador de rúgbi, ele foi apelidado pelos colegas de "Fuser" --junção de "El Furibundo" [O irado] com seu sobrenome, "Serna" --devido ao seu estilo agressivo de jogo.
Apesar da vontade de estudar engenharia, Guevara ingressa em 1948 na Universidade de Buenos Aires para estudar medicina.
Durante o período de estudo, passa grande parte do tempo viajando pela América Latina.
A mais famosa de suas viagens aconteceu em 1952, ao lado do amigo bioquímico Alberto Granado. Em uma motocicleta, a dupla atravessou vários países da região. O trajeto foi registrado por Guevara em seus "Diários de Motocicleta", que foram traduzidos para o inglês em 1996 e usados como base para um filme dirigido pelo brasileiro Walter Salles, em 2004.
Em 1955, Che se casa com Hilda Gadea e tem sua primeira filha. No mesmo ano, conhece Fidel Castro em uma viagem para o México. Fidel vivia exilado no país, depois da tentativa fracassada de tomar o quartel de Moncada, em Cuba. A empatia entre os dois é imediata.
No ano seguinte, em dezembro, Fidel, Che e mais 80 rebeldes partem para Cuba. Eles se estabelecem em Serra Maestra, onde iniciam uma guerrilha de sucesso, que resulta na queda do presidente cubano Fulgêncio Batista. Em janeiro de 1959, Fidel assume o poder na ilha.
Fidel, Che e Camilo Cienfuegos --que morreria em 1959-- foram os principais líderes da Revolução Cubana.
Guevara assume posição de destaque no governo revolucionário, ocupando, entre outros, o cargo de ministro da Indústria.

Passagem pelo Brasil

No início dos anos 60, Guevara realiza uma série de viagens pelo mundo, visitando países como China e a ex-União Soviética. Em 1961, ele passa pelo Brasil, quando é condecorado pelo então presidente Jânio Quadros com a Ordem do Cruzeiro do Sul.
Decidido a propagar os ideais da revolução socialista, até então bem-sucedida em Cuba, Che deixa o país em 1965.
Seu destino é o Congo, na África, e seu objetivo, como ele mesmo disse na época, é "enfrentar o imperialismo em outro fronte". No país africano, ele inicia uma guerrilha armada, com o apoio de alguns rebeldes cubanos, que logo fracassa.
O próximo passo de Che é a Bolívia, que, como quase todos os países latino-americanos na época, vivia sob uma ditadura militar, apoiada pelos Estados Unidos.
No território boliviano, a tática foi a mesma: guerrilha. Sem a ajuda dos camponeses locais e em dificuldades por causa do pequeno número de guerrilheiros, a incursão também fracassa.
No dia 8 de outubro de 1967, Che é capturado por militares bolivianos, que tiveram o apoio da CIA [agência de inteligência norte-americana]. No dia seguinte, 9 de outubro, ele é morto com oito tiros na pequena aldeia de La Higuera, onde seu corpo foi enterrado.
Em 1997, seus restos mortais foram encontrados e transferidos para a cidade de Santa Clara, em Cuba.

Fonte: Folha Online

Nelson Mandela


Nelson Rolihlahla Mandela foi um líder rebelde e, posteriormente, presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Principal representante do movimento anti-apartheid, considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era tido pelo governo sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas na cadeia.
De etnia Xhosa, Mandela nasceu no pequeno vilarejo de Qunu, distrito de Umtata, na região do Transkei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson". Seu pai morreu logo depois, e Nelson seguiu para uma escola próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental.
Em 1934, Mandela mudou-se para Fort Beaufort, cidade com escolas que recebiam a maior parte da realeza Thembu, e ali tomou interesse no boxe e nas corridas. Após se matricular, ele começou o curso para se tornar bacharel em direito na Universidade de Fort Hare, onde conheceu Oliver Tambo e iniciou uma longa amizade.
Ao final do primeiro ano, Mandela se envolveu com o movimento estudantil, num boicote contra as políticas universitárias, sendo expulso da universidade. Dali foi para Johanesburgo, onde terminou sua graduação na Universidade da África do Sul (UNISA) por correspondência. Continuou seus estudos de direito na Universidade de Witwatersrand.
Como jovem estudante do direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois fundou com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA.
Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de segregação racial, Mandela tornou-se mais ativo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade - documento contendo um programa fundamental para a causa anti-apartheid.
Comprometido de início apenas com atos não-violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.
Em 1961, ele se tornou comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para a Argélia para treinamento paramilitar.
Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).
No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países.
Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.
Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da paz em 1993.
Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.
Ele se casou três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com as divergências políticas entre o casal vindo a público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano.
Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª., a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.
Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão.
Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a AIDS.
A comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um ato público com shows, que ocorreu em Londres, em julho de 2008, e contou com a presença de artistas e celebridades engajadas nessa luta.

Fonte: Portal UOL Educação

A Coluna Prestes (1925-1927)


Em 1924, o movimento tenentista ganhou força com os vários levantes organizados contra a hegemonia política das oligarquias. No estado de São Paulo a mobilização dos militares ganhou enorme força chegando até mesmo a obrigar a fuga de milhares de pessoas da capital. Paralelamente, outras revoltas de menor porte aconteceram no Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Pará, Amazonas e Sergipe. Contudo, a superioridade das tropas oficiais conseguiu contrapor-se à manifestação desse militares.
No caso da revolta paulista, os militares participantes resolveram sair do estado empreendendo novos focos de resistência estabelecidos nas cidades paranaenses de Guairá, Foz do Iguaçu e Catanduvas. Nesse meio tempo, Juarez Távora e João Alberto, participantes da resistência paulista, partiram para o Rio Grande do Sul com o intuito de auxiliar nos preparativos de uma nova revolta militar a ser consumada no 1º Batalhão Ferroviário, na cidade de Santo Ângelo.
Um dos principais líderes locais dessa nova revolta tenentista foi Luis Carlos Prestes, que, com o auxílio de seus comandados, partiu com destino à Foz do Iguaçu. Essa primeira ação tinha como objetivo engrossar as fileiras da coluna paulista, que se encontrava na mesma região. No mês de abril de 1925, os militares gaúchos concluíram seu plano após sofrer várias perdas nos confortos com as tropas oficiais. A partir de então, estaria formada a chamada Coluna Prestes.
Entre suas primeiras ações, a nova coluna decidiu organizar um destacamento comandado por Isidoro Dias Lopes, que iria para a Argentina liderar os militares sulistas. Enquanto isso, os remanescentes da Coluna Prestes concluíram a travessia do rio Paraná e seguiram para o Mato Grosso passando pelo território paraguaio. Depois disso, passaram por Goiás, Minas Gerais e retornaram para o território goiano. No final daquele ano, partiram para a região nordeste passando pelo Maranhão, Piauí e Ceará.
No ano seguinte, os participantes da Coluna partiram mais uma vez para a região sul do país atravessando o Rio Grande do Norte e a Paraíba, estado onde travaram um violento conflito contra o padre Aristides Ferreira da Cruz. Dando prosseguimento aos seus planos, os revoltosos atravessaram os territórios pernambucano e baiano, até atingirem a região norte de Minas Gerais. Chegando lá, a Coluna Prestes sofreu uma violenta perseguição que obrigou os militares a retornarem à região Nordeste.
A coluna partiu para a Bahia, chegou ao Piauí e retornou à região Centro-Oeste até chegar ao Mato Grosso, em outubro de 1926. Nesse momento, os líderes da coluna tinham como opção lutar até o fim ou partir para o exílio. No ano seguinte, parte da coluna atravessou a região do Pantanal e exilou-se no Paraguai. Os demais participantes, já desgastados com a perseguição governamental, decidiram encerrar sua luta revolucionária com o exílio na Bolívia.
Durante os três meses que percorreram por vários estados brasileiros, os membros da Coluna Prestes andaram mais de 25.000 quilômetros. No período em que atravessou várias cidades do país, tentou mobilizar as populações locais a se voltarem contra a opressão política das oligarquias. No entanto, a ausência de um projeto político mais claro impossibilitou a formação de um movimento suficientemente forte para derrubar as autoridades estabelecidas.
Luis Carlos Prestes saiu conhecido do conflito como o “cavaleiro da esperança” e, tempos depois, mudou-se para a Argentina. Nessa época, consolidou uma orientação política mais bem definida ao filiar-se ao Partido Comunista Brasileiro. Pouco tempo depois, com a agitação que marcou a Revolução de 1930, parte dos tenentes que integraram a coluna concederam apoio ao governo capitaneado por Getúlio Dornelles Vargas.

Texto produzido por Rainer Sousa. Fonte: Portal MundoEducação.

Outro texto sobra a Coluna Prestes nesse blog - clique aqui

Tenentismo


A partir da década de 1920, um movimento de caráter político-militar começou a se organizar no interior dos exércitos do Brasil. Jovens militares que ocupavam as patentes de oficial, tenente e capitão começaram a expressar o seu descontentamento frente aos desmandos do governo das oligarquias. Representando em parte os anseios dos setores médios da população brasileira, esses militares pregavam a moralização e o fim da corrupção no âmbito das práticas políticas da nação.
Entre outros pontos, os tenentes defendiam a instauração do voto secreto e o fim da corrupção eleitoral. Em certa medida, eram defensores de um regime político calcado na ordem democrática e liberal. No entanto, parte desses oficiais do Exército também via que a situação de urgência do país buscava a constituição de um governo forte e centralizado.
Uma das primeiras revoltas organizadas por esses militares começou a se organizar no ano de 1921, realizando oposição ao processo eleitoral da época. Os oficias eram contrários à eleição de Arthur Bernardes, que viria a se tornar presidente. Visando repreender as críticas desses oficiais ao novo governo, Arthur Bernardes ordenou o fechamento do Clube Militar. Inconformados com o decreto autoritário, uma guarnição do forte de Copacabana bombardeou a cidade e exigiu a renúncia do novo presidente.
A rebelião motivou uma violenta reação do governo que acabou desarticulando a maioria de seus participantes. Apenas um pequeno grupo, noticiado pelos jornais da época como “Os Dezoito do Forte”, resistiram às forças oficiais saindo em marcha pelo litoral carioca. As tropas fiéis ao presidente saíram à procura desse grupo resistente, executando a maioria dos envolvidos. O evento acabou potencializando a ocorrência de novas rebeliões militares.
Na data de 5 de julho de 1924, um novo grupo de tenentes paulistas tomaram das armas para enfrentar o governo. Ao longo de quase um mês, o grupo comandado pelo general Isidoro Dias Lopes entrou em confronto com as tropas governamentais. Em pouco tempo, novos levantes tenentistas viriam a se espalhar por outros cantos do Brasil. Uma parte dos militares envolvidos no levante em São Paulo, se refugiaram em Foz do Iguaçu, onde se encontraram com um grupo de tentes gaúchos.
A união desses militares possibilitou a formação da chamada Coluna Prestes. Esse grupo de guerrilheiros, de origem militar e civil, era liderado por Luís Carlos Prestes pregando mudanças por todo o território brasileiro. Ao longo de três anos, os participantes da Coluna Prestes percorreram mais de 24 mil quilômetros fugindo da perseguição dos oficias legalistas e convocando outras pessoas a fazer parte do movimento.
A falta de apelo popular de seus líderes acabou enfraquecendo o movimento, que se dissipou na Bolívia, no ano de 1927. Os participantes do movimento encerraram a sua luta. Alguns dos integrantes, entre eles Luis Carlos Prestes, resolveram militar pelas vias partidárias ao se aproximar do Partido Comunista do Brasil. Mesmo não obtendo resultados concretos, o tenentismo dava sinais de desgaste sofrido pelas teias de dominação estabelecidas pelo regime das oligarquias.

Texto produzido por Rainer Sousa - Fonte: Portal MundoEducação

Outros textos sobre Tenentismo nesse blog: texto1, texto2, texto3, texto4

Zeus


Como divindade suprema do Olimpo, chamado "pai dos deuses e dos homens", Zeus simbolizava a ordem racional da Civilização Helênica. Zeus é o personagem mitológico que, segundo Hesíodo e outros autores, nasceu de Réia e de Cronos, o qual engolia os filhos para evitar que se cumprisse a profecia de que um deles o destronaria. Após o nascimento de Zeus, Réia ocultou a criança numa caverna, em Creta, e deu uma pedra envolta em faixas para o marido engolir. Quando chegou à idade adulta, Zeus obrigou o pai a vomitar todos os seus irmãos, ainda vivos, e o encerrou sob a terra. Transformou-se então no novo senhor supremo do cosmo, que governava da morada dos deuses, no cume do Monte Olimpo. A esposa de Zeus foi sua irmã Hera, mas ele teve numerosos amores com deusas e mulheres mortais, que lhe deram vasta descendência. Entre as imortais, contam-se Métis, que Zeus engoliu quando grávida para depois extrair Atena da própria cabeça; Leto, que gerou Apolo e Ártemis; Sêmele, mãe de Dioniso; e sua irmã Deméter, que deu à luz Perséfone. Com Hera concebeu Hefesto, Hebe e Ares. O deus assumia com freqüência formas zoomórficas - cisne, touro - ou de nuvem ou chuva, em suas uniões com mortais, que deram origem a uma estirpe ímpar de heróis, como os Dióscuros (Castor e Pólux), Héracles (Hércules) e outros que ocupam lugar central nos ciclos lendários. Os templos e estátuas em honra a Zeus dominavam todas as grandes cidades, embora seu culto fosse menos popular do que o das respectivas divindades locais. Era representado comumente como homem forte e barbado, de aspecto majestoso, e com essa imagem foi adotado pelos Romanos, que o identificaram com Júpiter.

Urano


Na mitologia grega, a figura imponente de Urano, personificação do céu, encarnava o impulso fecundante primário da natureza. Urano é o deus do firmamento na mitologia grega. Segundo a Teogonia, de Hesíodo, Urano foi gerado por Gaia (a Terra), nascida do Caos original e mãe também das Montanhas e do Mar. Da posterior união de Gaia com Urano, nasceram os Titãs, os Ciclopes e os Hecatonquiros. Por odiar os filhos, Urano encerrava-os no corpo de Gaia, que lhes pediu que a vingassem. Só Cronos, um dos Titãs, lhe atendeu. Com uma harpe (cimitarra), castrou Urano quando este se uniu a Gaia. Das gotas de sangue que caíram sobre ela nasceram as Erínias, os Gigantes e as Melíades (ninfas dos freixos). Os testículos decepados flutuaram no mar e formaram uma espuma branca, de que nasceu Afrodite, a deusa do amor. Com seu ato, Cronos separara o céu da Terra e permitira que o mundo adquirisse uma forma ordenada. Na Grécia clássica não havia culto a Urano. Este fato, aliado a outros elementos da narrativa, sugere uma origem pré-grega. O uso da harpe indica fonte oriental e a história apresenta semelhança com o mito hitita de Kumarbi. Em Roma, Urano foi identificado com o deus Céu.

Ulisses


A figura de Ulisses transcendeu o âmbito da mitologia grega e se converteu em símbolo da capacidade do homem para superar as adversidades. Segundo a versão tradicional, Ulisses (em grego, Odisseu) nasceu na ilha de Ítaca, filho do rei Laerte, que lhe legou o reino, e Anticléia. O jovem foi educado, como outros nobres, pelo Centauro Quirão e passou pelas provas iniciáticas para tornar-se rei. A vida de Ulisses é relatada nas duas epopéias homéricas, a Ilíada, em cuja estrutura coral ocupa lugar importante, e a Odisséia, da qual é o protagonista, bem como no vasto ciclo de lendas originadoras dessas obras. Depois de pretender sem sucesso a mão de Helena, cujo posterior rapto pelo tebano Páris desencadeou a guerra de Tróia, Ulisses casou-se com Penélope. A princípio resistiu a participar da expedição dos aqueus contra Tróia, mas acabou por empreender a viagem e se distinguiu no desenrolar da contenda pela valentia e prudência. A ele deveu-se, segundo relatos posteriores à Ilíada, o ardil do cavalo de madeira que permitiu aos gregos penetrar em Tróia e obter a vitória. Terminado o conflito, Ulisses iniciou o regresso a Ítaca, mas um temporal afastou-o com suas naves da frota. Começaram assim os vinte anos de aventuras pelo Mediterrâneo que constitui o argumento da Odisséia. Durante esse tempo, protegido por Atena e perseguido por Posêidon, cujo filho, o Ciclope Polifemo, o herói havia cegado, conheceu incontáveis lugares e personagens: a terra dos lotófagos, na África setentrional, e a dos lestrigões, no sul da Itália; as ilhas de Éolo; a feiticeira Circe; e o próprio Hades ou reino dos mortos. Ulisses perdeu todos os companheiros e sobreviveu graças a sua sagacidade. Retido vários anos pela ninfa Calipso, o herói pôde enfim retornar a Ítaca disfarçado de mendigo. Revelou sua identidade ao filho Telêmaco e, depois de matar os pretendentes à mão de Penélope, recuperou o reino, momento em que conclui a Odisséia. Narrações posteriores fazem de Ulisses fundador de diversas cidades e relatam notícias contraditórias acerca de sua morte. No contexto da mitologia helênica, Ulisses corresponde ao modelo de marujo e comerciante do século VII a.C. Esse homem devia adaptar-se, pela astúcia e o bom senso, a um mundo cada vez mais complexo e em contínua mutação. A literatura ocidental perpetuou, como símbolo universal da honradez feminina, a fidelidade de Penélope ao marido, assim como achou em Ulisses e suas viagens inesgotável fonte de inspiração.

Tróia


A Ilíada, um dos épicos de Homero, narra a guerra que causou a destruição da Tróia lendária. A Tróia histórica constitui um dos mais ricos e extensos sítios arqueológicos do mundo antigo. Tróia é uma cidade proto-histórica, atualmente identificada com uma das nove cidades superpostas descobertas na colina Hissarlik, na Turquia. Foi erguida por colonos gregos, por volta do ano 700 a.C., no estreito de Dardanelos, no extremo noroeste da Anatólia, um local que já havia sido ocupado por sucessivas populações pré-helênicas. A lenda do conflito entre aqueus e troianos pela posse da cidade forneceu o argumento da Ilíada e obras posteriores. Entre 1870 e 1890, Heinrich Schliemann identificou o local da antiga Tróia na colina de Hissarlik, e ali descobriu sete cidades superpostas, destruídas por guerras ou catástrofes. Wilhelm Dörpfeld, que o auxiliava desde 1882, prosseguiu as escavações e identificou restos de mais duas cidades. Os estudos que o americano Carl William Blegen realizou entre 1932 e 1938 confirmaram a existência das nove cidades. Tróia I, o estrato mais antigo, data de 3000 a 2600 a.C., primeira fase do bronze antigo. É um pequeno recinto fortificado com menos de cinqüenta metros na parte mais larga. Tróia II, ainda bem pequena e fortificada, tinha cem metros de extensão máxima. Seria mais um castelo simples, porém rico, destruído pelo fogo por volta de 2300 a.C. Nesse estrato descobriu-se jóias e objetos preciosos que Schliemann, acreditando que se tratava da Tróia homérica, denominou tesouro de Príamo. Tróia III, IV e V foram cidades de importância local que existiram no período de 2300 a 1900 a.C., quando terminou o bronze antigo. Tróia VI, bem mais importante e rica, surgiu pouco antes de 1725 a.C. e foi destruída por um terremoto em aproximadamente 1275 a.C. De suas ruínas ergueu-se Tróia VII-a, a verdadeira Tróia épica, destruída por volta de 1200 a.C. Tróia VIII é da época clássica da Grécia e Tróia IX pertence ao período helenístico-romano, quando Alexandre nela fez um sacrifício dedicado a Aquiles, de quem julgava descendente. No século IV d.C., desapareceram completamente os vestígios históricos da cidade. Páris, filho do rei Príamo de Tróia, raptara Helena, esposa de Menelau, rei de Esparta e famosa por sua beleza. Para se vingar, Menelau formou um poderoso exército comandado por Agamenon e no qual se destacaram Aquiles e Ulisses. O cerco de Tróia, de dez anos, foi marcado por feitos heróicos de ambos os lados, até que, sob inspiração de Ulisses, os gregos construíram um gigantesco cavalo de madeira e o abandonaram perto das portas de Tróia, fingindo uma retirada. Apesar dos presságios de Cassandra, os troianos levaram para dentro da cidade o cavalo, que trazia em seu interior os guerreiros de Ulisses. Abertas as portas, os gregos saquearam e destruíram Tróia. O herói troiano Enéias, filho de Vênus, escapou com alguns partidários e, depois de muitas aventuras, se instalou no Lácio. Os descendentes desse grupo deram origem ao povo romano. É quase certo que a lenda tenha um núcleo de verdade, mas é impossível provar-lhe a historicidade. Uma interpretação de documentos hititas, feita em 1957, favoreceu a hipótese de que os aqueus fossem um povo pré-helênico originário da Europa. Na época de Tróia VI, os aqueus, a partir da região, teriam se espalhado pelo Egeu e formado colônias de micenianos, de onde mais tarde saíram conquistadores de Tróia VII-a. As freqüentes migrações de povos nessa época, no entanto, não permitem comprovar a hipótese.

Titãs


A dramática lenda dos titãs constitui um expressivo exemplo da integração dos cultos pré-helênicos ao corpo da mitologia grega. Segundo Hesíodo, os titãs eram os 12 filhos dos primitivos senhores do universo, Gaia (a Terra) e Urano (o Céu). Seis eram do sexo masculino - Oceano, Ceo (pai de Leto), Crio, Hipérion, Jápeto (pai de Prometeu) e Cronos - e seis do feminino - Téia, Réia (mãe dos deuses), Têmis (a justiça), Mnemósine (a memória), Febe (a Lua) e Tétis (deusa do mar). Tinham por irmãos os três hecatonquiros, monstros de cem mãos que presidiam os terremotos, e os três Ciclopes, que forjavam os relâmpagos. Urano iniciou um conflito com os titãs ao encarcerar os hecatonquiros e os ciclopes no Tártaro. Gaia e os filhos revoltaram-se, e Cronos cortou com uma foice os órgãos genitais do pai, atirando-os ao mar. O sangue de Urano, ao cair na terra, gerou os gigantes; da espuma que se formou no mar, nasceu Afrodite. Com a destituição de Urano, os titãs libertaram os outros irmãos e aclamaram rei a Cronos, que desposou Réia e voltou a prender os hecatonquiros e os ciclopes no Tártaro. Salvo Jápeto e de Crio, que tomaram consortes fora da própria linhagem, os titãs uniram-se entre si e deram origem a divindades menores. Cronos e Réia que produziram descendência mais numerosa: Héstia, Deméter, Hera, Hades, Posêidon e Zeus, a primeira geração de deuses olímpicos. Avisado de que os filhos o destituiriam, Cronos engoliu todos eles exceto Zeus, salvo por um ardil da mãe. Ao tornar-se adulto, Zeus fez Cronos beber uma poção que o forçou a vomitar os filhos, e uniu-se aos irmãos, os deuses olímpicos na luta contra os titãs nas planícies da Tessália, pela posse do Monte Olimpo. Esse conflito culminou com a derrota de Cronos e dos titãs, confinados por Zeus no Tártaro. Os titãs, do mesmo modo que seus irmãos, seriam divindades primitivas, talvez de remota origem oriental, ligadas a ritos agrários. Sua vinculação aos elementos primários da natureza parece confirmada por uma lenda órfica posterior, que atribui aos titãs a origem da parte terrestre, ou material, dos seres humanos. Derrotando os Titãs, Zeus estabeleceu seu domínio como o maior do deuses. Depois, os três filhos de Cronos dividiram a herança em três partes: Zeus ficou com o amplo céu e o ar superior, Posêidon com o mar e Hades com o mundo subterrâneo.