"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Conto de Natal (Um) - Charles Dickens


Em meio ao frio e à neve da cidade de Londres, à véspera do Natal, todos preparam-se para a celebração do nascimento de Cristo. As donas de casa ocupam-se alegremente com seus assados, os homens, ansiosos, não veem a hora de voltar para casa, e as crianças perdem o sono pensando nos presentes. Apenas uma pessoa não parece feliz com o Natal: o velho Scrooge, homem de negócios sovina, ranzinza e solitário. Ele não vê razão para tanta alegria e inquieta-se, apenas, com a folga que terá de dar a seu secretário. Mas ele recebe a visita fantasmagórica de Marley, seu falecido sócio, que se arrepende de ter passado a vida atrás do dinheiro. Ele leva Scrooge em uma viagem inesquecível para tentar salvá-lo enquanto é tempo.

Missão Impossível: A Nação Secreta - [2015] - 131 min



Ethan Hunt (Tom Cruise) descobre que o famoso Sindicato é real, e está tentando destruir o IMF. Mas como combater uma nação secreta, tão treinada e equipada quanto eles mesmos? O agente especial tem que contar com toda a ajuda disponível, incluindo de pessoas não muito confiáveis...

Velha Juventude - [2007] - 125 min


Em 1938, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, o deprimido professor de linguística Dominic Matei (Tim Roth) vaga pelas ruas enquanto reflete sobre sua existência. Decidido a tirar a própria vida, o mestre viaja até a cidade em que ele conheceu Laura (Alexandra Maria Lara), sua antiga paixão. Porém, os planos suicidas dele são interrompidos quando Dominic é atingido por um raio. No hospital, o homem, então idoso, passa a se regenerar das queimaduras e rejuvenescer. A partir daí, Domic volta a investir em suas pesquisas sobre linguagem, mas passa a ser cada vez mais assombrado por seus sentimentos.

Crimes e Pecados - [1989} - 104 min


Duas histórias seguem paralelamente. Na primeira um oftalmologista (Martin Landau) de sucesso se depara com o fim do seu casamento e da carreira, pois sua amante (Anjelica Huston), cansada da situação, ameaça revelar o caso e também os atos ilícitos cometidos por ele. Ele decide, então, mandar matá-la. Na outra história, um produtor de documentários (Woody Allen) casado ama outra mulher (Mia Farrow), que, no entanto, prefere um outro produtor (Alan Alda). Apenas na cena final as histórias se encontram.

Kant e o fim da metafísica clássica


O primeiro a reagir aos problemas postos por Hume foi Kant, ao declarar que, graças ao filósofo inglês, pôde “despertar do sono dogmático”. O que é o sono dogmático? É tomar como ponto de partida da metafísica a ideia de que existe uma realidade em si (Deus, alma, mundo, infinito, finito, matéria, forma, substância, causalidade), que pode ser conhecida por nossa razão ou, o que dá no mesmo, tomar como ponto de partida da metafísica a afirmação de que as idéias produzidas por nossa razão correspondem exatamente a uma realidade externa, que existe em si e por si mesma.
Dogmático é aquele que aceita, sem exame e sem crítica, afirmações sobre as coisas e sobre as idéias. Hume despertou a metafísica do sono dogmático, porque a forçou a indagar sobre sua própria validade e sua pretensão ao conhecimento verdadeiro. 

A grande crise da metafísica: David Hume


O lugar ocupado pela teoria do conhecimento como condição da metafísica, isto é, a antecedência da pergunta “O que e como podemos conhecer?” diante da pergunta antiga “O que é a realidade?”, forçou a Filosofia a pagar um alto preço. Esse preço foi a crise da metafísica.
Se a realidade investigada pela metafísica é aquela que pode e deve ser racionalmente estabelecida pelas idéias verdadeiras produzidas pelo pensamento ou pela razão humana, que acontecerá se se provar que tais idéias são hábitos mentais do sujeito do conhecimento e não correspondem a realidade alguma?  

A metafísica clássica ou moderna


A partir do final do século XVI e, com maior intensidade, no início do século XVII, o pensamento ocidental começa a sofrer uma mudança considerável, que irá manifestar-se na metafísica.
Os filósofos clássicos (século XVII) julgavam-se modernos por terem rompido com a tradição do pensamento platônico, aristotélico e neoplatônico e, por conseguinte, por não mais aceitarem a tradição que havia sido elaborada pelos medievais. Um dos exemplos mais conhecidos da modernidade é a recusa do geocentrismo e a adoção do heliocentrismo, em astronomia. Um outro exemplo é a nova física ou mecânica, elaborada por Galileu contra a herança aristotélica.  

A metafísica cristã


Embora a metafísica cristã seja uma reelaboração da metafísica grega, muitas das idéias gregas não poderiam ser aceitas pelo cristianismo. Vejamos alguns exemplos:
● para os gregos, o mundo (sensível e inteligível) é eterno; para os cristãos, o mundo foi criado por Deus a partir do nada e terminará no dia do Juízo Final.
● para os gregos, a divindade é uma força cósmica racional impessoal; para os cristãos, Deus é pessoal, é a unidade de três pessoas e por isso é dotado de intelecto e de vontade, como o homem, embora superior a este, porque o intelecto divino é onisciente (sabe tudo desde toda a eternidade) e a vontade divina é onipotente (pode tudo desde toda a eternidade); 

As tradições metafísicas encontradas pelo cristianismo


Evidentemente, as duas grandes tradições metafísicas incorporadas pelo cristianismo foram o platonismo e o aristotelismo. No entanto, como as obras de Platão e Aristóteles haviam ficado perdidas durante vários séculos, antes de incorporá-las o cristianismo tomou contato com três outras tradições metafísicas, que formaram, assim, o conteúdo das primeiras elaborações metafísicas cristãs: o neoplatonismo, o estoicismo e o gnosticismo.  

As aventuras da metafísica


O cristianismo e a tarefa da evangelização

Ao surgir, o cristianismo era mais uma entre as várias religiões orientais; suas raízes encontravam-se na religião judaica, isto é, numa religião que, como todas as religiões antigas, era nacional ou de um povo particular. No entanto, havia nele algo inexistente no judaísmo e nas outras religiões antigas: a ideia de evangelização, isto é, de espalhar a “boa nova” para o mundo inteiro, a fim de converter os não-cristãos e tornar-se uma religião universal. 

Os principais conceitos da metafísica aristotélica


De maneira muito breve e simplificada, os principais conceitos da metafísica aristotélica (e que se tornarão as bases de toda a metafísica ocidental) podem ser assim resumidos:
primeiros princípios: são os três princípios que estudamos na lógica, isto é, identidade, não-contradição e terceiro excluído. Os princípios lógicos são ontológicos porque definem as condições sem as quais um ser não pode existir nem ser pensado; os primeiros princípios garantem, simultaneamente, a realidade e a racionalidade das coisas;  

A metafísica aristotélica


Na Metafísica, Aristóteles afirma que a Filosofia Primeira estuda os primeiros princípios e as causas primeiras de todas as coisas e investiga “o Ser enquanto Ser”.
Ao definir a ontologia ou metafísica como estudo do “Ser enquanto Ser”, Aristóteles está dizendo que a Filosofia Primeira estuda as essências sem diferenciar essências físicas, matemáticas, astronômicas, humanas, técnicas, etc., pois cabe às diferentes ciências estudá-las enquanto diferentes entre si. À metafísica cabem três estudos: 

Diferença entre Aristóteles e seus predecessores



Embora a ontologia ou metafísica tenha começado com Parmênides e Platão, costuma-se atribuir seu nascimento a Aristóteles por três motivos principais:

1. diferentemente de seus dois predecessores, Aristóteles não julga o mundo das coisas sensíveis, ou a Natureza, um mundo aparente e ilusório. Pelo contrário, é um mundo real e verdadeiro cuja essência é, justamente, a multiplicidade de seres e a mudança incessante.
Em lugar de afastar a multiplicidade e o devir como ilusões ou sombras do verdadeiro Ser, Aristóteles afirma que o ser da Natureza existe, é real, que seu modo próprio de existir é a mudança e que esta não é uma contradição impensável. É possível uma ciência teorética verdadeira sobre a Natureza e a mudança: a física. Mas é preciso, primeiro, demonstrar que o objeto da física é um ser real e verdadeiro e isso é tarefa da Filosofia Primeira ou da metafísica.

Missa parte por parte (A) – Luiz Cechinato

 


5ª edição. Petrópolis: Vozes, 1981. 179p.

Preparação para o casamento e para a vida familiar – Eusébio Oscar Scheid

 


3ª edição. Aparecida (SP): Santuário, 1989. 221p.

Sacramentos trocados em miúdos (Os) – José Ribólla

 


4ª edição. Aparecida (SP): Santuário, 1990. 254p.

Celebração exequial após o velório – CNBB

 


São Paulo: Paulinas, 1978. 72p.

Rito da Penitência – CNBB


 

3ª edição. São Paulo: Paulinas, 1975. 258p.

Rito para Batismo de Crianças – CNBB

 


6ª edição. São Paulo: Paulinas, 1975. 146p.

Sagrada Comunhão e o Culto do Mistério Eucarístico fora da Missa (A) – CNBB

 


3ª edição. São Paulo: Paulinas, 1980. 134p.

Rito da Iniciação Cristã de Adultos – CNBB

 


São Paulo: Paulinas, 1975. 269p.

Rito de Exéquias – CNBB

 



3ª edição. São Paulo: Paulinas, 1986. 125p.

Rito do Matrimônio – CNBB

 


4ª edição. São Paulo: Paulinas, 1972. 103p.

Sacramentário – CNBB


 

2ª edição. Petrópolis: Vozes, 1976, 538p.

Celebrações para a Semana Santa – Luiz Miguel Duarte entre outros

 


São Paulo: Paulinas, 1989. 118p.

Pastoral dos Sacramentos da Iniciação Cristã - CNBB

 


9ª edição. São Paulo: Paulinas, 1982.

Código da Vinci: roteiro ilustrado – Dan Brown


Um assassinato no museu do Louvre em Paris e pistas enigmáticas em alguns dos quadros mais famosos de Leonardo DaVinci levam à descoberta de um mistério religioso. Por mais de dois mil anos, uma sociedade secreta guarda informações que, se descobertas, poderiam comprometer o cristianismo.

Rio de Janeiro: Sextante, 2006. 208p.

Inferno – Dan Brown


"Procura e encontrarás" É com o eco destas palavras na cabeça que Robert Langdon, o reputado simbologista de Harvard, acorda numa cama de hospital sem se conseguir lembrar de onde está ou de como ali chegou. Também não sabe explicar a origem de certo objeto macabro encontrado escondido entre os seus pertences. Uma ameaça contra a sua vida irá lançar Langdon e uma jovem médica, Sienna Brooks, numa corrida alucinante pela cidade de Florença. A única coisa que os pode salvar das garras dos desconhecidos que os perseguem é o conhecimento que Langdon tem das passagens ocultas e dos segredos antigos que se escondem por detrás das fachadas históricas. Tendo como guia apenas alguns versos do Inferno, a obra-prima de Dante, épica e negra, veem-se obrigados a decifrar uma sequência de códigos encerrados em alguns dos artefatos mais célebres da Renascença - esculturas, quadros, edifícios -, de modo a encontrarem a solução de um enigma que pode, ou não, ajudá-los a salvar o mundo de uma ameaça terrível… Passado num cenário extraordinário, inspirado por um dos mais funestos clássicos da literatura, Inferno é o romance mais emocionante e provocador que Dan Brown já escreveu, uma corrida contra o tempo de cortar a respiração, que vai prender o leitor desde a primeira página até fechar o livro no final.

Rio de Janeiro: Sextante, 2013. 444p.

Jogos Sagrados – Vikram Chandra


São Paulo: Companhia das Letras, 2008. 982p. Biblioteca-Tony

Moby Dick - Hemann Melville



O livro traz o relato de um marinheiro letrado, Ishmael, sobre a última viagem de um navio baleeiro de Nantucket, o Pequod, que parte da costa leste dos Estados Unidos rumo ao Pacífico Sul, onde encontra o imenso cachalote branco que, no passado, arrancara a perna do vingativo capitão Ahab. Ao longo do livro Herman Melville explora diversos gêneros literários para compor sua história, da narrativa de viagens ao teatro shakespeareano, do sermão à poesia popular, passando pela descrição científica e a meditação filosófica. 

São Paulo: Publifolha, 1998. 205p.

Eugénie Grandet – Honoré de Balzac


Eugênia Grandet (1833), conta a história de um amor frustrado e ao mesmo tempo da falta de adaptação das pessoas à sociedade materialista. Um clássico de 1833, Eugênia Grandet é sobre a história da personagem que dá nome ao livro, e o cotidiano de sua família abastada, numa província francesa.

São Paulo: Publifolha, 1998. 205p.

Viagens de Gulliver – Jonathan Swift


Após ser o único sobrevivente de um naufrágio, o médico Lemuel Gulliver consegue chegar a uma praia desconhecida. Exausto por ter ficado dias perdido no meio do mar, desaba e adormece na areia sem conseguir encontrar ajuda. Ao acordar, Gulliver está aprisionado, dos pés até o cabelo, por um grupo de pessoas minúsculas.

São Paulo: Publifolha, 1998. 367p. 

Ilíada (A) - Homero


Ilíada é um poema épico que foi escrito no século IX a.C., pelo poeta grego Homero. O poema desenvolve-se em torno da Guerra de Troia, que provavelmente se deu no século XIII a.C. Homero descreve com detalhes o mundo grego da época apesar de não ter sido testemunha dos fatos, pois viveu quatro séculos depois.

São Paulo: Publifolha, 1998. 424p.

Para viver um grande amor – Vinícius de Moraes


Entre crônicas e poesias, somos convidados a mergulhar neste sentimento tão lindo, que o autor tanto conhecia bem. O título da obra organizada em 1962 gera muita curiosidade. Qual seria a fórmula para se viver um grande amor? Para Vinicius de Moraes o amor está em tudo, no exercício da crônica, na separação, no mais-que-perfeito, na outra face de Lucina, no profeta urbano, no teu nome. Observador como era, não deixou passar o amor na morte de um pássaro, no tempo sob o sol, no menino da ilha ou em Oscar Niemeyer.

São Paulo: Circulo do Livro, 1988. 201p. 

Para fazer download da obra em PDF clique aqui

Homem e o muro (O): memórias políticas e outras – Rubem Nogueira


Em ´O homem e o muro´, Rubem Nogueira faz um depoimento sobre sua trajetória pública, na cidade de Salvador dos anos 30 e de sua atuação no movimento Integralista. O autor revela fatos sobre a revolução que conduziu Juracy Magalhães ao governo da Bah ia, trata da prisão do engenheiro Araújo Lima e do fechamento da AIB na Bahia, descreve o ambiente de medo na capital baiana pela dominação do PCB, no decorrer da Segunda Guerra Mundial, entre outros acontecimentos que fizeram do autor uma testemunha na vida político-cultural da Bahia.

São Paulo: GRD, 1997. 415p.

Cheiro de Goiaba - Gabriel García Márquez


Em uma série de depoimentos com Apuleyo Mendoza, amigo de longa data, jornalista e também escritor, Gabriel García Márquez passa em revista sua vida, de menino pobre de Aracataca e Prêmio Nobel de Literatura. Ele fala de suas origens, como e por que começou a escrever, conta sobre as leituras que exerceram influência em sua formação literária, seu pensamento político, mulheres, superstições, manias, gostos e sua vida como celebridade mundial, quando nada mais resta da vida boêmia dos dias de juventude em que o nascer do sol ainda o surpreendia numa redação de jornal, num bar ou num quarto qualquer. Como escritor de fama internacional, tudo na vida de García Márquez precisava ser pensado de antemão - ele podia marcar em Janeiro uma entrevista para Setembro e, coisa rara num latino-americano, cumprir o compromisso! Tudo isso se encontra em 'Cheiro de goiaba'.

Livro gentilmente cedido pela Profª Lucymary (CEAT)

Violinista que veio do mar (O) - [2004] - 113 min



Em 1936, na pequena vila de Cornwell, norte da Inglaterra, nem mesmo a iminência da guerra altera o pacato cotidiano dos moradores. Mas quando uma tempestade traz um charmoso, carismático e misterioso jovem na praia da casa das irmãs Ursula e Maggie, o povoado entra em ebulição. O Violinista que Veio do Mar é um encantador e sensí­vel filme romântico sobre o tempo e o momento do amor, com soberbo elenco formado por Judi Dench, Maggie Smith, Daniel Bruhl, Natasha McElhone e belí­ssima trilha sonora com o grande violinista Joshua Bell.

Última música (A) - [2010] - 103 min


"Ronnie" Miller (Miley Cyrus) tem 17 anos, é filha de pais divorciados e seu pai (Greg Kinnear) mora longe de Nova York, numa cidade praiana. Após três anos de separação, ela ainda sente raiva por tudo o que aconteceu até o dia em que sua mãe (Kelly Preston) decide enviá-la para passar o verão com ele. Uma vez lá, depois de conhecer novas pessoas e paixões, ela encontra alguém que, além de bom músico e professor, é, acima de tudo, um verdadeiro pai.


Platão e o mundo das essências


Também ao estudarmos a lógica, vimos que Platão dedicou a sua obra à resolução do impasse filosófico criado pelo antagonismo entre o pensamento de Heráclito de Éfeso e o de Parmênides de Eleia.
Platão considerou que Heráclito tinha razão no que se refere ao mundo material e sensível, mundo das imagens e das opiniões. A matéria, diz Platão, é, por essência e por natureza, algo imperfeito, que não consegue manter a identidade das coisas, mudando sem cessar, passando de um estado a outro, contrário ou oposto. O mundo material ou de nossa experiência sensível é mutável e contraditório e, por isso, dele só nos chegam as aparências das coisas e sobre ele só podemos ter opiniões contrárias e contraditórias.  

O surgimento da ontologia: Parmênides de Eléia


Quando estudamos o surgimento da lógica, vimos a importância do pensamento de Parmênides. Foi ele o primeiro filósofo a afirmar que o mundo percebido por nossos sentidos – o cosmos estudado pela cosmologia – é um mundo ilusório, feito de aparências, sobre as quais formulamos nossas opiniões. Foi ele também o primeiro a contrapor a esse mundo mutável (feito de mudança perene dos contrários que se transformam uns nos outros) a ideia de um pensamento e de um discurso verdadeiros referidos àquilo que é realmente, ao Ser – to on, On

Metafísica ou ontologia


A palavra metafísica foi empregada pela primeira vez por Andrônico de Rodes, por volta do ano 50 a.C., quando recolheu e classificou as obras de Aristóteles que, durante muitos séculos, haviam ficado dispersas e perdidas. Com essa palavra – ta meta ta physika -, o organizador dos textos aristotélicos indicava um conjunto de escritos que, em sua classificação, localizavam-se após os tratados sobre a física ou sobre a Natureza, pois a palavra grega meta quer dizer: depois de, após, acima de.
Ta: aqueles; meta: após, depois; ta physika: aqueles da física. Assim, a expressão ta meta ta physika significa literalmente: aqueles [escritos] que estão [catalogados] após os [escritos] da física. Ora, tais escritos haviam recebido uma designação por parte do próprio Aristóteles, quando este definira o assunto de que tratavam: são os escritos da Filosofia Primeira, cujo tema é o estudo do “ser enquanto ser”. Desse modo, o que Aristóteles chamou de Filosofia Primeira passou a ser designado como metafísica.  

Da cosmologia à metafísica


A Filosofia nasce da admiração e do espanto, dizem Platão e Aristóteles. Admiração: Por que o mundo existe? Espanto: Por que o mundo é tal como é?
Desde seu nascimento, a Filosofia perguntou: O que existe? Por que existe? O que é isso que existe? Como é isso que existe? Por que e como surge, muda e desaparece? Por que a Natureza ou o mundo se mantêm ordenados e constantes, apesar da mudança contínua de todas as coisas?  

O realismo da Filosofia nascente


Estudamos até aqui a figura do sujeito do conhecimento. Passaremos, agora, ao objeto do conhecimento. Convém, no entanto, fazer uma observação preliminar, pois essa seqüência, indo do sujeito ao objeto, não foi sempre aquela seguida pela Filosofia.
A maneira como tratamos o conhecimento até este momento poderia sugerir que a Filosofia teria começado indagando como nossa razão pode conhecer a realidade. Mas não foi assim que tudo começou. Iniciar pelo sujeito do conhecimento é algo novo na Filosofia, algo que aconteceu a partir do século XVII, com o que chamamos de racionalismo clássico, cujo ponto de partida era a indagação: Pode nosso pensamento alcançar a realidade?  

Características da metafísica em seus períodos


No primeiro período, a metafísica possui as seguintes características:
● investiga aquilo que é ou existe, a realidade em si;
● é um conhecimento racional apriorístico, isto é, não se baseia nos dados conhecidos diretamente pela experiência sensível ou sensorial (nos dados empíricos), mas nos puros conceitos formulados pelo pensamento puro ou pelo intelecto;
● é um conhecimento sistemático, isto é, cada conceito depende de outros e se relaciona com outros, formando um sistema coerente de idéias ligadas entre si;
● exige a distinção entre ser e parecer ou entre realidade e aparência, seja porque para alguns filósofos a aparência é irreal e falsa, seja porque para certos filósofos a aparência só pode ser compreendida e explicada pelo conhecimento da realidade que subjaz a ela.  

A pergunta pelo que é


A metafísica é a investigação filosófica que gira em torno da pergunta “O que é?” Este “é” possui dois sentidos:

1. significa “existe”, de modo que a pergunta se refere à existência da realidade e pode ser transcrita como: “O que existe?”;

2. significa “natureza própria de alguma coisa”, de modo que a pergunta se refere à essência da realidade, podendo ser transcrita como: “Qual é a essência daquilo que existe?”. 

As indagações metafísicas


Por que há seres em vez do nada?

Por que uma coisa pode mudar e, no entanto, conservar sua identidade individual, de tal maneira que podemos dizer que é a mesma coisa, ainda que a vejamos diferente do que fora antes? Como sabemos que uma determinada roseira é a mesma que, no ano passado, não passava de um ramo com poucas folhas e sem flor? Como sabemos que Paulo, hoje adulto, é o mesmo Paulo que conhecemos criança?  


Lógica e Dialética


Vimos a diferença entre Platão e Aristóteles a respeito do papel da dialética no conhecimento. Vimos também a maneira como os estoicos e os medievais articularam lógica e dialética. Vimos, por fim, que a lógica moderna e contemporânea enfatizaram o formalismo lógico e aproximaram ao máximo lógica e matemática. Entretanto, entre o século XVII e o século XX, houve uma outra posição filosófica que, procurando superar as diferenças entre Platão e Aristóteles, de um lado, e recusando a identificação entre lógica e matemática, de outro lado, reuniu, mais uma vez, lógica e dialética. Trata-se da filosofia hegeliana, no século XIX.  

Lógica dos predicados e lógica das relações


Vimos que alguns filósofos medievais e clássicos julgaram necessário quantificar, além do sujeito da proposição, também o predicado. No século XIX, o lógico inglês Hamilton levou avante a quantificação dos predicados, chegando a oito tipos de proposições:
1. afirmativas toto-totais, em que sujeito e predicado são tomados em toda sua extensão (universais): “Todo S é todo P”. Por exemplo: “Todo triângulo é todo trilateral”;
2. afirmativas toto-parciais, em que o sujeito é tomado universalmente e o predicado particularmente: “Todo S é algum P”. Por exemplo: “Todo triângulo é alguma figura”;
3. afirmativas parti-totais, em que o sujeito é particular e o predicado é tomado universalmente: “Alguns S são todo P”. Por exemplo: “Alguns sul-americanos são todos os brasileiros”;