"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)
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Demócrito - FIL_3Ano - Texto 05

 



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Os filósofos da natureza - FIL_3Ano - Texto 04






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Pré-Socráticos (Os) - Os Pensadores



São Paulo: Nova Cultural, 1996. 320p.
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Os filósofos da natureza - Texto de Jostein Gaarder


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A visão mitológica do mundo - Texto de Jostein Gaarder


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O que é Filosofia - Texto de Jostein Gaarder


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Xenófanes de Colófon


Xenófanes (570 a.C. - 460 a.C.) foi um filósofo e poeta grego. Levou uma vida de rapsodo, por isso, preferiu viveu de forma errante.
Xenófanes nasceu na cidade de Cólofon, localizada na Jônia, atual Turquia. Viveu exilado de sua terra durante um tempo, pois a Grécia foi dominada pelos persas em 546 aC. Com isso, adquiriu e exercitou a arte de escrever poesias em sua vida nômade.
O filósofo e poeta fundou a escola de Eléia. Combateu as idéias sobre antropomorfismo, que é o pensamento dominante de que Deus possuía características e atribuições humanas. Xenófanes já possuía a idéia de que Deus era um ser perfeito e unitário, o que só viria a acontecer com o advento das grandes religiões tradicionais. Por conta disso, é considerado um estudioso da teologia.
No livro “Metafísica, de Aristóteles, o filósofo escreveu que Xenófanes foi o primeiro a identificar que o “Um” não é apenas um conceito ou uma matéria, mas sim ligado a Deus.
Xenófanes viveu até os 92 anos de idade.


Fonte: Portal E-Biografias

Parmênides de Eléia


Parmênides é considerado o fundador da escola de pensamento de Eléia, colônia grega que ficava no litoral da região da Campânia, no sul da Itália. Para alguns estudiosos, ele teria sido discípulo do pitagórico Amínia. Outros (entre os quais Platão e Aristóteles) consideram-no um seguidor do pensamento de Xenófanes.
Ele foi admirado por seus contemporâneos por ter levado uma vida regrada e exemplar. Pouco se conhece sobre sua vida. Sabe-se que ele esteve em Atenas, no ano em que completou 65 anos (por volta da metade do século V a.C.), e ali conheceu e se tornou amigo do jovem Sócrates.
Parmênides foi o mais influente dos filósofos que precederam Platão. Em sua doutrina se destacam o monismo e o imobilismo. Ele propôs que tudo o que existe é eterno, imutável, indestrutível, indivisível e, portanto, imóvel.
Parmênides considera que o pensamento humano pode atingir o conhecimento genuíno e a compreensão. Essa percepção do domínio do "ser" corresponde às coisas que são percebidas pela mente. O que é percebido pelas sensações, por outro lado, é, segundo ele, enganoso e falso, e pertence ao domínio do não-ser. Trata-se de uma oposição direta ao mobilismo defendido por Heráclito de Éfeso, para quem "tudo passa, nada permanece". Seu pensamento influenciou a chamada "teoria das formas", de Platão.
Ao contrário da maioria dos filósofos precedentes, que divulgaram seus pensamentos em prosa, Parmênides era um poeta e escreveu sua grande obra, "Da Natureza", em versos hexâmetros semelhantes aos de Homero. Além disso, ele atribuiu suas idéias a uma revelação divina.


Fonte: "Dicionário dos Filósofos", Denis Huisman, Martins Fontes, 2001

Demócrito de Abdera


Nascido em Abdera, Demócrito viajou pelo Egito e pela Ásia e teve uma vida extremamente longa. Escreveu numa prosa arcaica mas bem elaborada, elogiada por Cícero e Plutarco, sobre filosofia da natureza, matemática, ética e música. Restam-nos de suas obras somente curtos fragmentos, mas Aristóteles analisou sua doutrina filosófica.
Esse grande filósofo desenvolveu a doutrina atomística de Leucipo e se opôs à escola de Heráclito e à de Parmênides. Segundo Demócrito, os átomos de que se compõe o universo, similares em qualidade mas diferentes em volume e forma, estão em movimento constante no espaço e se agrupam de maneiras diferentes para formar os corpos.
Demócrito acrescentava que, embora os corpos decaiam e pereçam, os próprios átomos são eternos. Para Demócrito, a alma é uma forma sutil de fogo (sendo este último composto de átomos mais sutis) animando o corpo humano.
Alguns aspectos da doutrina de Demócrito aproximam-se de noções científicas modernas.
Em ética, Demócrito sustenta que se deve buscar a felicidade na moderação dos desejos e no reconhecimento da superioridade da alma sobre o corpo.
Segundo seus contemporâneos, Demócrito estava sempre rindo das loucuras da humanidade, e ele é às vezes era chamado de filósofo risonho, em oposição ao melancólico Heráclito. 


Fonte: Dicionário Oxford de Literatura Clássica (grega e latina), Paul Harvey, Jorge Zahar Editor

Filosofia - Painéis - 2° B



Produção dos Painéis – Filosofia – 2º Ano – Turma B

Anáxagoras – Uashington e Nívia
Atenágoras – Sabrina e Letícia
Duns Scoto – Ana Carolina e Joissy
Empédocles de Agriento – Jamile Castro e Victória
Isidoro de Sevilha – Caio e Rodrigo
Leucipo de Abdera – Lucas e Isa
Parmênides de Eléia – Beatriz e Islandressa
Santo Alberto Magno – Maria Fernanda e Jéssica Sabrine
Santo Anselmo – Girleide e Mikaela
São Boaventura – Lizandra e Jaquelina
São Gregório Nazianzo – Naiany e Fernanda Thaís
São João Crisóstomo – Caroline e Eduarda

Filosofia - Painéis - 2° A



Produção dos Painéis – Filosofia – 2º Ano – Turma A

Abelardo – Milena e Yandra
Anaximandro de Eléia – Ramon e Matheus Moreira
Anaxímenes de Mileto – Regiane e Carolina
Clemente de Alexandria – Ana Paula Almeida e Eliete
Dante Alighieri – Silvana e Débora
Demócrito de Abdera – Camila Ferreira e Thaís
Eusébio – Leandro e Leonardo
Guilherme de Ockham – Raquel e Jaqueline
Heráclito de Éfeso – Alícia e Bruna
Justino – Thainá e Dária
Orígenes – Ualerton e Lívia
Pitágoras de Samos – Viviana e Mariana
Roger Bacon – Mônica e Izamara
Tales de Mileto – Samile e Rosilene
Tertuliano – Fernanda e Ana Paula Brito
Xenófanes – Douglas e Camila Alves
Zenão de Eléia – Mateus de Jesus e Rodrigo

Anaxágoras


Nasceu em Clazômene (hoje Kilizman), na atual Turquia, em 500 a. C., e se mudou para Atenas por razões desconhecidas. Entre seus alunos, encontravam-se Péricles, Tucídides, Eurípedes e, talvez, Demócrito e Sócrates.
Ensinou em Atenas durante cerca de trinta anos, até ser acusado de impiedade por sugerir que o Sol era uma massa de ferro candente e que a Lua, além de proceder da Terra, era uma rocha que refletia a luz do Sol.
Fugiu, então, para a Jônia, estabelecendo-se em Lâmpsaco (vizinha da atual cidade de Lapseki, na Turquia), onde, segundo alguns pesquisadores, deixou-se morrer de fome em 428 a. C. Para outros estudiosos, Anaxágoras formou ali uma escola que se tornou famosa, e que teria permitido ao filósofo ganhar estima e consideração.
Para Anaxágoras, tudo está em tudo, pois em cada coisa há uma partícula de todas as demais, o que permite explicar que a vida ocorra por meio de uma transformação permanente. Esses elementos ou partículas, o filósofo chamou de "homeomerias", sementes nas quais os germens das coisas não aparecem devido à sua extrema pequenez.
Anaxágoras também foi um dualista, pois acrescentou o "nous" - espírito ou inteligência - aos elementos físicos que compõem a realidade. O "nous" seria uma força de natureza imaterial capaz de ordenar as coisas - a causa motora e ordenadora que promove a separação dos elementos contidos no "magma" original.
Esse filósofo pré-socrático também teve a primazia de elaborar uma doutrina finalista do mundo, que seria ordenado segundo a melhor disposição para o homem, doutrina essa admitida e seguida por Platão (nos diálogos "Fédon", "Filebo" e "Timeu").
Em "Fédon", Platão escreve que, segundo Anaxágoras, o "nous" é o organizador e a causa de todas as coisas. As verdadeiras causas se encontrariam nessa "inteligência", sendo as demais, naturais e concretas, simples concausas ou causas secundárias. A idéia do "nous" também foi adotada por Aristóteles.
Anaxágoras também teria sido o primeiro a explicar o fenômeno dos eclipses solares.

Fonte: Enciclopédia Mirador Internacional

Alguns sofistas importantes

Protágoras (480-410 a.C.) foi o sofista mais destacado de seu tempo. Sustentava que existem tantas verdades quantas opiniões e tantas opiniões quantos homens. O único critério para distinguir o verdadeiro do falso era a utilidade e também a opinião da maioria. Assim, as leis da pólis eram apenas convenções sancionadas por uma opinião majoritária. Pode-se resumir o fundamental de sua filosofia na sentença: "o homem é a medida de todas as coisas, das que são, enquanto são, e das que não são, enquanto não são". Também é muito característica de seu pensamento sua teoria dos "raciocínios duplos": "Em toda questão, há dois raciocínios opostos entre si", quer dizer, de cada coisa se pode dar sempre duas versões opostas, já que, se não há verdade, um juízo é tão válido quanto seu contrário. Outro sofista importante, Górgias (484-375 a.C.), sentenciava que tudo o que existe é pura aparência. Chegava a sustentar que, se alguma coisa existisse verdadeiramente, das duas uma: ou não poderíamos conhecê-la bem, ou, se a conhecêssemos, não poderíamos comunicar isso. Seu ceticismo era total. Menos céticos eram Trasímaco e Calicles, que viam no direito do mais forte a expressão de uma lei natural, não convencional. Hípias, em troca, sustentava que a autêntica lei natural se expressa por meio do princípio de igualdade entre os homens.Compreende-se que os sofistas fossem alvo de tantas críticas. Os grandes filósofos gregos, como Sócrates, Platão e Aristóteles, os consideravam perigosos e elaboraram parte de suas próprias concepções como respostas destinadas a desmontar o espírito da sofística, tão arraigado, por outro lado, na época.

A filosofia clássica e o helenismo - Os sofistas

O triunfo da democracia em Atenas (século V a.C.), seu esplendor econômico e cultural, juntamente com sua preponderância política na Grécia, provocaram uma situação inédita que levantou novos problemas e orientou para outros rumos a especulação filosófica: do problema da physis ao problema antropológico. Problemas práticos — política, moral, religião, educação, linguagem etc. — ocuparam os novos personagens da época, os sofistas. Sua atitude relativista — em política, em moral, chegando mesmo a questionar a possibilidade de um conhecimento verdadeiro e comum — era a expressão do espírito da época. A democracia supõe conceder valor à opinião e, portanto, à diversidade de pontos de vista, o que é incompatível com a defesa de uma verdade absoluta.

O movimento sofista

Dá-se o nome de sofistas a um conjunto de pensadores gregos que florescem na segunda metade do século V a.C. e que têm em comum, ao menos, os fatos de terem sido os primeiros educadores profissionais (organizavam cursos completos e cobravam grandes quantias para ensinar) e de que entre seus ensinamentos a retórica e um conjunto de disciplinas humanísticas (política, moral, etc.) ocupavam lugar de destaque. O advento da democracia trouxe consigo uma mudança notável na natureza da liderança: a linhagem já não era suficiente, e a liderança política passava pela aceitação popular. Numa sociedade onde a assembléia do povo tomava as decisões e onde a aspiração máxima era a vitória, um político precisava dominar a arte de convencer, a arte de persuadir as massas de que a sua era a melhor proposta. Precisava, além disso, ter certas idéias a respeito da lei, a respeito do justo e do conveniente, e também a respeito do estado. Eram esses os ensinamentos que os sofistas proporcionavam.
A palavra "sofista" foi, no princípio, um sinônimo de "sábio" (sophos). Depois, o termo ganhou o sentido pejorativo de hábil enganador. Isso mostra até que ponto os sofistas foram personagens controvertidos em sua própria época. Na atualidade, os sofistas encontraram mais compreensão e estima: são considerados os criadores de um movimento que mereceu o nome de "iluminismo grego".

Atitude comum dos sofistas: relativismo

Os sofistas não formaram escola nem defenderam uma doutrina comum, mas apresentam algumas coincidências — fundamentalmente, sua atitude relativista e até cética. Sua vontade pouco dada à especulação abstrata levou-os a aceitar os sentidos como fonte válida do conhecimento, ao contrário do que sustentavam alguns pré-socráticos, sobretudo a partir de Parmênides. Se os sentidos mostram coisas diferentes a indivíduos diferentes, como decidir qual deles está de posse da verdade? A verdade é relativa a cada um: não há verdade absoluta, cada coisa é o que parece ser para cada um. Seu relativismo os conduz com freqüência ao ceticismo: se cada humano tem sua verdade, faz sentido falar de conhecimento ou de verdade? Mas também nos problemas do homem e da sociedade eles se mostram relativistas: tinham podido comprovar em suas numerosas viagens que não há dois povos que tenham as mesmas leis nem os mesmos costumes.

Convencionalismo da lei

A constatação de que outros povos têm culturas diferentes — com leis, normas, costumes e valores morais totalmente diferentes das que eles, os gregos, pensavam ser as únicas possíveis — trouxe para o centro da discussão filosófica o tema do convencionalismo das leis (nomos). Até esse momento, as leis eram consideradas como algo inamovível, absoluto e comum — eram por natureza; a partir de agora, as leis são vistas como uma criação convencional, arbitrária e provisória, relativas, portanto, à comunidade ou até ao próprio indivíduo.
Os sofistas defendiam o caráter convencional não apenas das instituições políticas, mas também das normas morais: o que se considera bom e mau, justo e injusto, não é universalmente válido e imutável.

Demócrito


Demócrito- (+ ou - 460-370 a. C) nasceu em Abdera (Trácia). Foi discípulo e sucessor de Leucipo, desenvolveu sua teoria atomista e participou da escola iniciada por seu mestre em sua terra natal. De sua vida sabem-se poucas coisas seguras, mas fala-se que viajou muito, recebeu homenagens de seus concidadãos. É famosa a tradição que lhe atribui um riso constante, presente para qualquer coisa. É um dos primeiros materialistas. Teria deixado cerca de noventa obras. Para resolver o impasse surgido nas teorias de Heráclito e Parmênides, desenvolve a teoria de que tudo seria composto por partículas minúsculas indivisíveis e invisíveis a olho nu, inclusive a alma. Os átomos da alma se desintegrariam no momento da morte. Portanto, não acredita na imortalidade da alma, embora gostasse de Pitágoras. Trabalhou muito, dizia que os trabalhos feitos de bom grado fazem mais leves as cargas dos impostos a contragosto. Na sua filosofia, o trabalho continuado torna-se mais leve por causa do átomo. Um trabalho bem feito e terminado dá mais satisfação que o descanso, e um trabalho em que não há retorno causa muito desprazer. O homem sensato dosa a avareza com o gasto, e suporta com brandura a pobreza. Quanto à forma, a emanação é igual às coisas. Os átomos são indivisíveis, pois se fossem divisíveis em partículas ainda menores a natureza acabaria por se diluir. E como nada pode surgir do nada, são eternos. O movimento existe, pois o pensamento é movimento, e também os átomos se movem. Quando os átomos estão em equilíbrio, são tão numerosos que não podem mais se mover, os mais leves são repelidos para o vazio exterior (portanto, o vazio existe) e os outros permanecem juntos, formando um conglomerado. Cada um desses conglomerados que se separam das massas dos corpos é um mundo, e existem infinitos mundos. Esta é uma visão nietzscheana da teoria de Demócrito. A essência da alma está na sua natureza animadora, de movimento. A alma é feita de átomos sutis, que se movem, lisos e arredondados. O fogo faz parte da essência do homem. Se a respiração cessa, o fogo interior escapa, e ocorre a morte. O homem é infeliz porque não conhece a natureza. Temos de nos contentar com o mundo tal como ele é. Os átomos constituem a explicação última da natureza. Foi o mais lógico dos pré-socráticos. Nietzsche o considera um poeta, Aristóteles admira sua universalidade. Sua doutrina seguiu adiante, e temos outros atomistas, como Epicuro.

Leucipo

Leucipo-(século V a. C) Filósofo grego, criador da teoria atomista, que foi desenvolvida por Demócrito. É considerado discípulo de Zenão, mas também especula-se sobre ser na verdade discípulo de Parmênides e Melisso*. Atribuem a Leucipo uma obra: A Grande ordem do Mundo. Neste livro diz que nenhuma coisa se engendra ao acaso, mas a partir da razão e da necessidade. Seria natural de Mileto ou Eléia. Segundo Hegel, Leucipo concebeu a determinabilidade não de modo superficial, mas de maneira especulativa. Haveria no mundo a matéria e o vazio. A matéria é constituída de átomos, que se movem em torvelinho. O absoluto é o átomo, o verdadeiro. O um e o princípio são abstratos. Princípio do um é ideal, o pensamento é a essência das coisas. Sua filosofia, para Hegel, não é empírica. Os átomos movem-se por necessidade, se chocam e se rechaçam. São distintos entre si pela ordem e pela posição. Leucipo queria aproximar o pensamento do fenômeno e da percepção sensível, para Aristóteles. A alma também se constituiria de átomos. Leucipo explicou o fenômeno do peso de acordo com o tamanho dos átomos e suas combinações. Os átomos seriam partículas minúsculas e indivisíveis por sua pequenez. O mundo teria a parte cheia e a parte vazia. Foi o primeiro a conceber uma parte vazia no universo. A parte cheia seria constituída de átomos. Rejeitou a descoberta dos pitagóricos de que a Terra é esférica.

Anaxágoras

Anaxágoras-(+ ou - 499-428 a. C)- filósofo da escola jônica nascido na Ásia menor, foi o primeiro filósofo a se transferir para Atenas, de onde foi banido por considerar o sol uma pedra incandescente e a lua uma Terra, negando a divindade desses corpos celestes. Interessava-se muito por astronomia. Houve um processo que acabou por condená-lo, apesar de ser amigo de Péricles, seu mestre e protegido. Péricles foi um grande líder político. Sócrates que nasceu cerca de trinta anos depois de Anaxágoras também foi condenado. Atenas considerava a novidade, a filosofia, uma impiedade e ateísmo. Anaxágoras se recusava a prestar culto aos grandes deuses gregos. Era filho de Hegesibuldo. Disse que as coisas corpóreas eram infinitas, e elas pareciam engendrar-se e destruir-se pela combinação e dissolução. No início, todas as coisas seriam infinitas em quantidade e pequenez, pois o pequeno também era infinito. Toda a matéria estava condensada. O ar e o éter são o maior conjunto de coisas. Muitas coisas de todas as espécies são contidas em todos os compostos e sementes. Em tudo há um pouco de tudo. Em cada minúscula partícula, ou semente, há uma parte de todas as coisas, pois todas as coisas são formadas por essas sementes. Essas coisas se resolviam e separavam pela força e rapidez, a força é a rapidez que produz. E o espírito começou a se mover, e em todo movimento havia uma separação, e as partículas se desdobravam, o espírito sempre é, sempre afirma. O compacto, o fluído, o frio e o sombrio se colocaram onde se formou a terra, e o ralo o quente e o seco forma para longe do éter. As visões das coisas invisíveis são aparentes, a lua reflete os raios de sol, em sua filosofia. E as coisas, que estavam juntas foram separadas por esse espírito inteligente e puro (nous), que ordenava a matéria e se movia, separando os opostos e criando os seres diferenciados. Os graus de inteligência dos seres animados (animais e plantas) dependem da estrutura do corpo em que o nous está ligado sem se misturar. Para Hegel, Anaxágoras foi um sóbrio entre os ébrios. Fundamenta sua crítica dizendo que ele foi o primeiro a dizer que o pensamento é universal, em si e para si, o puro pensamento é verdadeiro. Universal pela noção de causalidade. Essa noção, se não é universal, se não considera a coisa em si, costuma dizer coisas como: a causa da existência do capim é servir de alimento para os herbívoros, e a destes é servir de alimento para os carnívoros, os troncos fluem para determinado lugar, pois estão precisando deles lá e assim por diante. O nous de Anaxágoras é universal, move-se para diante. Cada idéia é um círculo de si mesma, e o bem universal de sua espécie. O nous é a alma que a tudo move, que liga e separa, uma atividade que põe uma primeira determinação como subjetiva, mas essa é feita objetiva, e assim se torna outra, e de novo esta oposição é sobreposta, assim até o infinito. Isso é dialética.

Empédocles

Empédocles- (+ ou – 490- 435 a. C) natural de Agrigento na Sicília. A democracia estava em fase de implantação e ele a defendeu. Virou figura lendária, um misto de cientista, de místico, de pitagórico e órfico. Escreveu dois poemas. No primeiro apresenta uma única visão do processo cosmogônico, e o segundo é religioso. Refutou as teses que atribuem a origem do universo a um único elemento. Identificou quatro substâncias básicas, que ele chamou de raízes: a água, a terra, o fogo e o ar. Tudo se consiste desses quatro elementos, e as transformações que advêm a eles seriam visíveis a olho nu. Essas substâncias são eternas, imutáveis. Jostein Gaardner afirma que talvez Empedócles tenha visto uma madeira queimar, alguma coisa aí se desintegra. Alguma coisa na madeira estala, ferve, é a água, a fumaça é o ar, o responsável é o fogo, e as cinzas são a terra. As verdades não seriam mais absolutas, como nos eleatas, mas proporcionais à medida humana. As coisas são imóveis, mas o que percebemos com os sentidos não é falso. Duas forças atuariam nas substâncias, o amor e o ódio. O amor agiria como força de atração e união, o ódio como força de dissolução. Em quatro fases, existe a alternância do amor e do ódio. Estabelece um ciclo, com a tensão da convivência dessas forças motrizes. Empédocles dizia que alguns animais vêem melhor de dia do que de noite, e vice versa. O pensamento se produz com a sensação. Admitiu a multiplicidade de itens de uma criação, como um pintor que mistura diferentes pigmentos em sua obra. Fala muito da deusa do amor Afrodite, portadora da vida e da beleza. Em sua filosofia todos os animais têm pensamentos. A inteligência cresce de acordo com os dados sensoriais do tempo presente. Hegel afirma que para Empédocles, outros elementos que não os quatro básicos, não são em si e para si. Não poderíamos visualizar o mundo sem os quatro elementos básicos. Nietzsche traça um perfil de Empédocles: cabelos longos, sandálias de couro nos pés e uma coroa na cabeça. Com vestido cor de púrpura. É um filósofo trágico, pessimista, ativo. Queria provar que era um deus, atribuía-se qualidades místicas. Todos os movimentos, segundo ele nasceram de uma natureza não mecânica, mas levam a um resultado mecânico. Conta a lenda que se atirou no vulcão Etna para provar que era um deus.

Zenão

Zenão, de Eléia – (século V a. C) cerca de quarenta anos mais jovem que o seu mestre e conterrâneo Parmênides. Nasceu na Eléia, e interviu na política, dando leis à sua pátria. Zenão teria deixado cerca de quarenta argumentos, sendo que nove foram conservados pelo doxógrafos. São dispostos em problemas de grandeza, do espaço, do movimento e da percepção sensível. Ele parte da divisibilidade infinita do espaço, pois um corpo percorrendo um espaço infinito em um tempo finito estaria imóvel. Seus argumentos constituem-se verdadeiras aporias (caminhos sem saída), indo até ao absurdo. Foi considerado por Aristóteles o inventor da dialética, no sentido de diálogo que parte das premissas do adversário e o põe em contradição, numa posição insustentável. Defendeu as teorias do ser de seu mestre, Parmênides, contra os seus adversários, notoriamente os pitagóricos, que pregavam o ser múltiplo e divisível. O infinito não pode ser percorrido num tempo finito, só em um tempo infinito. Seus argumentos ficaram conhecidos como paradoxos de Zenão.
Paradoxo de Aquiles: o mais lento na corrida jamais será alcançado pelo mais rápido, pois o que persegue deve sempre começar a atingir o ponto de onde partiu o que foge. Outro argumento pretende afirmar que uma flecha está em repouso ao ser projetada. É a conseqüência da suposição de que o tempo seja composto de instantes. Ele demonstra que quando há o múltiplo, há o grande e o pequeno. Quando grande, o múltiplo é infinito, segundo a grandeza. Para Hegel, a dialética de Zenão possui mais objetividade que a atual. Ele ainda se conteve com os limites da metafísica. Segundo muitas lendas tornou-se célebre em sua morte, quando salvou um Estado de seu tirano, sacrificando sua vida, pois foi torturado e não delatou seus companheiros de conjura. Por isso foi assassinado.

Parmênides

Parmênides- (+ ou – 544-450 a. C) filósofo da escola eleática, da região de Eléia, hoje Vília, Itália. Foi discípulo de Amínisas. Conheceu a filosofia de sua época. Escreveu um poema, cujo preâmbulo tem duas partes, a primeira trata da verdade, a segunda da opinião. Suas conclusões são contrárias às de Heráclito, seu contemporâneo. Na primeira parte do poema proclama a razão absoluta, que é o discurso de uma deusa. Para se chegar à verdade não podemos confiar nos dados empíricos, temos de recorrer à razão. Desta forma nada pode mudar, só existe o ser, imutável, eterno e único, em oposição ao não ser. Teve como discípulo Zenão, também de Eléia.
Segundo Nietzsche, foi em um estado de espírito que Parmênides encontrou a teoria do ser, considerando o vir a ser. Pensou: algo que não é pode vir a ser? Não. – Temos de ignorar os sentidos e examinar as coisas com a força do pensamento. O que está fora do ser não é o ser, é nada, o ser é um. Ao colocar como “imperativo categórico” o ser, e com ele a verdade que se chega na razão, Parmênides inaugura uma manifestação humana de conseqüências funestas. A refutação dos dados empíricos, em favor do que pode ser comprovado com a razão age sobre o resultado final dos mesmos. Assim, com o possível de ser explicado em primeiro plano, deixamos de lado um aspecto da percepção: a mudança, pois mudar é deixar de ser. O devir, nesses parâmetros é uma ilusão, o fluxo da natureza também e o que é confiável é aquilo que é assimilado e compreendido. Põe se barreiras na percepção pura, que provêm da mente aberta, para usar um termo de Aldous Huxley.