Demócrito
Demócrito- (+ ou - 460-370 a. C) nasceu em Abdera (Trácia). Foi discípulo e sucessor de Leucipo, desenvolveu sua teoria atomista e participou da escola iniciada por seu mestre em sua terra natal. De sua vida sabem-se poucas coisas seguras, mas fala-se que viajou muito, recebeu homenagens de seus concidadãos. É famosa a tradição que lhe atribui um riso constante, presente para qualquer coisa. É um dos primeiros materialistas. Teria deixado cerca de noventa obras. Para resolver o impasse surgido nas teorias de Heráclito e Parmênides, desenvolve a teoria de que tudo seria composto por partículas minúsculas indivisíveis e invisíveis a olho nu, inclusive a alma. Os átomos da alma se desintegrariam no momento da morte. Portanto, não acredita na imortalidade da alma, embora gostasse de Pitágoras. Trabalhou muito, dizia que os trabalhos feitos de bom grado fazem mais leves as cargas dos impostos a contragosto. Na sua filosofia, o trabalho continuado torna-se mais leve por causa do átomo. Um trabalho bem feito e terminado dá mais satisfação que o descanso, e um trabalho em que não há retorno causa muito desprazer. O homem sensato dosa a avareza com o gasto, e suporta com brandura a pobreza. Quanto à forma, a emanação é igual às coisas. Os átomos são indivisíveis, pois se fossem divisíveis em partículas ainda menores a natureza acabaria por se diluir. E como nada pode surgir do nada, são eternos. O movimento existe, pois o pensamento é movimento, e também os átomos se movem. Quando os átomos estão em equilíbrio, são tão numerosos que não podem mais se mover, os mais leves são repelidos para o vazio exterior (portanto, o vazio existe) e os outros permanecem juntos, formando um conglomerado. Cada um desses conglomerados que se separam das massas dos corpos é um mundo, e existem infinitos mundos. Esta é uma visão nietzscheana da teoria de Demócrito. A essência da alma está na sua natureza animadora, de movimento. A alma é feita de átomos sutis, que se movem, lisos e arredondados. O fogo faz parte da essência do homem. Se a respiração cessa, o fogo interior escapa, e ocorre a morte. O homem é infeliz porque não conhece a natureza. Temos de nos contentar com o mundo tal como ele é. Os átomos constituem a explicação última da natureza. Foi o mais lógico dos pré-socráticos. Nietzsche o considera um poeta, Aristóteles admira sua universalidade. Sua doutrina seguiu adiante, e temos outros atomistas, como Epicuro.
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