A filosofia clássica e o helenismo - Os sofistas
O triunfo da democracia em Atenas (século V a.C.), seu esplendor econômico e cultural, juntamente com sua preponderância política na Grécia, provocaram uma situação inédita que levantou novos problemas e orientou para outros rumos a especulação filosófica: do problema da physis ao problema antropológico. Problemas práticos — política, moral, religião, educação, linguagem etc. — ocuparam os novos personagens da época, os sofistas. Sua atitude relativista — em política, em moral, chegando mesmo a questionar a possibilidade de um conhecimento verdadeiro e comum — era a expressão do espírito da época. A democracia supõe conceder valor à opinião e, portanto, à diversidade de pontos de vista, o que é incompatível com a defesa de uma verdade absoluta.
O movimento sofista
Dá-se o nome de sofistas a um conjunto de pensadores gregos que florescem na segunda metade do século V a.C. e que têm em comum, ao menos, os fatos de terem sido os primeiros educadores profissionais (organizavam cursos completos e cobravam grandes quantias para ensinar) e de que entre seus ensinamentos a retórica e um conjunto de disciplinas humanísticas (política, moral, etc.) ocupavam lugar de destaque. O advento da democracia trouxe consigo uma mudança notável na natureza da liderança: a linhagem já não era suficiente, e a liderança política passava pela aceitação popular. Numa sociedade onde a assembléia do povo tomava as decisões e onde a aspiração máxima era a vitória, um político precisava dominar a arte de convencer, a arte de persuadir as massas de que a sua era a melhor proposta. Precisava, além disso, ter certas idéias a respeito da lei, a respeito do justo e do conveniente, e também a respeito do estado. Eram esses os ensinamentos que os sofistas proporcionavam.
A palavra "sofista" foi, no princípio, um sinônimo de "sábio" (sophos). Depois, o termo ganhou o sentido pejorativo de hábil enganador. Isso mostra até que ponto os sofistas foram personagens controvertidos em sua própria época. Na atualidade, os sofistas encontraram mais compreensão e estima: são considerados os criadores de um movimento que mereceu o nome de "iluminismo grego".
A palavra "sofista" foi, no princípio, um sinônimo de "sábio" (sophos). Depois, o termo ganhou o sentido pejorativo de hábil enganador. Isso mostra até que ponto os sofistas foram personagens controvertidos em sua própria época. Na atualidade, os sofistas encontraram mais compreensão e estima: são considerados os criadores de um movimento que mereceu o nome de "iluminismo grego".
Atitude comum dos sofistas: relativismo
Os sofistas não formaram escola nem defenderam uma doutrina comum, mas apresentam algumas coincidências — fundamentalmente, sua atitude relativista e até cética. Sua vontade pouco dada à especulação abstrata levou-os a aceitar os sentidos como fonte válida do conhecimento, ao contrário do que sustentavam alguns pré-socráticos, sobretudo a partir de Parmênides. Se os sentidos mostram coisas diferentes a indivíduos diferentes, como decidir qual deles está de posse da verdade? A verdade é relativa a cada um: não há verdade absoluta, cada coisa é o que parece ser para cada um. Seu relativismo os conduz com freqüência ao ceticismo: se cada humano tem sua verdade, faz sentido falar de conhecimento ou de verdade? Mas também nos problemas do homem e da sociedade eles se mostram relativistas: tinham podido comprovar em suas numerosas viagens que não há dois povos que tenham as mesmas leis nem os mesmos costumes.
Convencionalismo da lei
A constatação de que outros povos têm culturas diferentes — com leis, normas, costumes e valores morais totalmente diferentes das que eles, os gregos, pensavam ser as únicas possíveis — trouxe para o centro da discussão filosófica o tema do convencionalismo das leis (nomos). Até esse momento, as leis eram consideradas como algo inamovível, absoluto e comum — eram por natureza; a partir de agora, as leis são vistas como uma criação convencional, arbitrária e provisória, relativas, portanto, à comunidade ou até ao próprio indivíduo.
Os sofistas defendiam o caráter convencional não apenas das instituições políticas, mas também das normas morais: o que se considera bom e mau, justo e injusto, não é universalmente válido e imutável.
15 de julho de 2011 às 09:41
Resumindo,o sofismo é um raciocínio aparentemente válido,mas inconclusivo,pois é contrário de suas próprias leis.O sofismo são raciocínios de forma inadmissível ou absurda.