Parmênides de Eléia
Parmênides é considerado o fundador da escola de pensamento
de Eléia, colônia grega que ficava no litoral da região da Campânia, no sul da
Itália. Para alguns estudiosos, ele teria sido discípulo do pitagórico Amínia.
Outros (entre os quais Platão e Aristóteles) consideram-no um seguidor do
pensamento de Xenófanes.
Ele foi admirado por seus contemporâneos por ter levado uma
vida regrada e exemplar. Pouco se conhece sobre sua vida. Sabe-se que ele
esteve em Atenas, no ano em que completou 65 anos (por volta da metade do
século V a.C.), e ali conheceu e se tornou amigo do jovem Sócrates.
Parmênides foi o mais influente dos filósofos que precederam
Platão. Em sua doutrina se destacam o monismo e o imobilismo. Ele propôs que
tudo o que existe é eterno, imutável, indestrutível, indivisível e, portanto,
imóvel.
Parmênides considera que o pensamento humano pode atingir o
conhecimento genuíno e a compreensão. Essa percepção do domínio do
"ser" corresponde às coisas que são percebidas pela mente. O que é
percebido pelas sensações, por outro lado, é, segundo ele, enganoso e falso, e
pertence ao domínio do não-ser. Trata-se de uma oposição direta ao mobilismo
defendido por Heráclito de Éfeso, para quem "tudo passa, nada
permanece". Seu pensamento influenciou a chamada "teoria das
formas", de Platão.
Ao contrário da maioria dos filósofos precedentes, que
divulgaram seus pensamentos em prosa, Parmênides era um poeta e escreveu sua
grande obra, "Da Natureza", em versos hexâmetros semelhantes aos de
Homero. Além disso, ele atribuiu suas idéias a uma revelação divina.
Fonte: "Dicionário dos Filósofos", Denis Huisman, Martins
Fontes, 2001
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