"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

As Casas de Fundição


O rei de Portugal, então, determinou a instalação das Casas de Fundição, subordinadas à Intendência. Nelas, todo ouro extraído em pó ou em pepitas, seria fundido e "quintado"- ou seja, retirados os 20% correspondentes ao quinto real. As barras obtidas eram cunhadas, comprovante do pagamento do tributo, e devolvidas ao portador acompanhadas de um certificado de origem, confirmando o cumprimento das formalidades legais.
O estabelecimento dessas Casas de Fundição não foi bem aceito pela população da capitania onde se localizavam as minas. Falava-se que os mineradores alarmados com a ação fiscal, sentiam-se cada vez mais insatisfeitos e inseguros.
A Coroa, por sua vez, visando assegurar o controle daquela região, criou juntas de julgamento. Além disso enviou, em 1719, duas "Companhias de Dragões" - forças militares profissionais provenientes do norte de Portugal - com a finalidade de controlar os escravos, escoltar o transporte de ouro e reprimir distúrbios . Nessa época também foram criadas milícias para enfrentar casos de emergência. Embora formadas, principalmente por brancos contavam nas sua fileiras, com ex-escravos, negros e mulatos.
A pesada ação fiscal também atingia o Distrito Diamantino onde, a partir de 1729, no arraial do Tijuco, iniciava -se a extração de diamantes. Naquele território ocorriam constantes casos de arbitrariedades e violência. A Coroa estabelecia que a extração de diamantes era negócio exclusivo dela e tentava, através de uma ação rigorosa e enérgica, proceder à cobrança de tributos e evitar o contrabando. Neste contexto, aumentavam os protestos entre os mineradores, e a preocupação entre os contrabandistas, ante a avidez e ao controle do fisco.

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