Liberdade em Sartre (Parte 10/14)
O HOMEM É O QUE ELE FAZ
“A realidade não existe a não ser na ação; (...) o homem nada mais é do que o seu projeto; só existe na medida em que se realiza; não é nada além do conjunto de seus atos, nada mais que sua vida“. (SARTRE, 1987, p. 13)
Uma vez que não existe para cada um senão aquilo que faz, ou seja, o resultado de suas ações; a vida é, portanto, a somatória dos próprios atos. Sendo assim, Sartre destaca a idéia de que o homem é levado a agir, pois é por meio do engajamento que direciona seus atos em relação aos outros homens.
Alerta Sartre que não se nasce herói, covarde ou gênio, mas é o engajamento que faz com que assim se torne. Isto se dá pelo fato de que:
[...] se bem que seja impossível encontrar em cada homem uma essência universal que seria a natureza humana, consideramos que exista uma universalidade humana de condição. Não é por acaso que os pensadores contemporâneos falam mais freqüentemente da condição do homem do que de sua natureza. Por condição, eles entendem, mais ou menos claramente, o conjunto dos limites a priori que esboçam a sua situação fundamental no universo. (SARTRE, 1987, p. 16)
Ao falar da condição do homem, Sartre apresenta o que delimita o agir. Portanto, cada um enfrentará os limites de sua própria existência que está dada em sua condição e diante da qual “(...) a escolha é possível, em certo sentido, porém o que não é possível é não escolher. Eu posso sempre escolher, mas devo estar ciente de que, se não escolher, assim mesmo estarei escolhendo”. (SARTRE, 1987, p. 17)
É interessante que as escolhas são ativas ou passivas e a responsabilidade pesa sobre elas, seja qual delas for.
É verdade no sentido em que, cada vez que o homem escolhe o seu engajamento e o projeto com toda a sinceridade e toda a lucidez, qualquer que seja, aliás, esse projeto, não é possível preferir-lhe um outro; é ainda verdade na medida em que nós não acreditamos no progresso; o progresso é uma melhoria; o homem permanece o mesmo perante situações diversas, e a escolha é sempre uma escolha numa situação determinada. (SARTRE, 1987, p. 18)
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