Liberdade em Sartre (Parte 13/14)
SENSO COMUM ÉTICO
Do ponto de vista da Sociologia, destaca-se a discussão de Boaventura Souza Santos, no livro A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência, (2001), no primeiro capítulo – Da ciência moderna ao novo senso comum, defende a tese de que “(...) o novo senso comum deverá ser construído a partir das representações mais inacabadas da modernidade ocidental: o princípio da comunidade, com as suas duas dimensões (a solidariedade e a participação), e a racionalidade estético-expressiva (o prazer, a autoria e a arte-factualidade discursiva) (...). (SANTOS, 2001, p. 111)
O que propõe Santos é a construção de um senso comum ético que tenha como fundamento a solidariedade e venha superar “(...) uma ética antropocêntrica e individualista decorrente de uma concepção muito estreita de subjetividade (...) a ética liberal (que) funciona numa seqüência linear: um sujeito, uma ação, uma conseqüência. (SANTOS, 2001, p. 111)
Ao propor a solidariedade como fundamento do senso comum ético, Santos apresenta como princípio a nova ética, que seria a superação da ética liberal pautada na noção de progresso e no utopismo automático da tecnologia, o princípio da responsabilidade.
Ao falar em ética liberal, entende-se o pensamento ético que tem por fundamento as idéias que se legitimaram com as Revoluções Liberais, ao longo dos séculos XVIII e XIX. Entre elas o Antropocentrismo, que defende que o homem é o centro de todas as investigações. Explica o homem como a parte mais importante de todo nosso ecossistema. Isto gerou alguns problemas, tais como o desrespeito ambiental e a despreocupação com o futuro.
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