A Unidade do Antigo e do Novo Testamento
128. A Igreja, já nos
tempos apostólicos (107), e depois constantemente na sua Tradição, pôs em
evidência a unidade, do plano divino nos dois Testamentos, graças
à tipologia. Esta descobre nas obras de Deus, na Antiga Aliança,
prefigurações do que o mesmo Deus realizou na plenitude dos tempos, na pessoa
do seu Filho encarnado.
129. Os cristãos lêem,
pois, o Antigo Testamento à luz de Cristo morto e ressuscitado. Esta leitura
tipológica manifesta o conteúdo inesgotável do Antigo Testamento. Mas não deve
fazer-nos esquecer de que ele mantém o seu valor próprio de Revelação,
reafirmado pelo próprio Jesus, nosso Senhor (108). Aliás, também o Novo
Testamento requer ser lido à luz do Antigo. A catequese cristã primitiva
recorreu constantemente a este método (109). Segundo um velho adágio, o Novo
Testamento está oculto no Antigo, enquanto o Antigo é desvendado no Novo: «
Novum in Vetere latet et in Novo Vetus patet» – «O Novo está oculto no Antigo,
e o Antigo está patente no Novo» (110).
130. A tipologia
significa o dinamismo em ordem ao cumprimento do plano divino, quando «Deus for
tudo em todos» (1 Cor 15, 28). Assim, a vocação dos patriarcas e o
êxodo do Egipto, por exemplo, não perdem o seu valor próprio no plano de Deus
pelo facto de, ao mesmo tempo, serem etapas intermédias desse mesmo plano.
NOTAS:
107. Cf. 1 Cor 10,
6: Heb 10, 1; 1 Pe 3, 21.
108. Cf. Mc 12,
29-31.
109. Cf. 1 Cor 5,
6-8: 10, 1-11.
110. Santo
Agostinho, Quaestiones in Heptateucumt 2, 73: CCL 33. 106
(PL 34, 623); cf. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei
Verbum, 16: AAS 58 (1966) 825.
Fonte: Catecismo da Igreja
Católica (versão digital). Disponível: www.catolicoorante.com.br.
Acesso: 23/dez/2018
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