A LIBERDADE DA FÉ
160. Para ser humana, «a resposta da fé, dada pelo homem a Deus,
deve ser voluntária. Por conseguinte, ninguém deve ser constrangido a abraçar a
fé contra vontade. Efetivamente, o ato de fé é voluntário por sua própria
natureza» (32). «E certo que Deus chama o homem a servi-Lo em espírito e
verdade; mas, se é verdade que este apelo obriga o homem em consciência, isso
não quer dizer que o constranja [...]. Isto foi evidente, no mais alto grau, em
Jesus Cristo» (33). De fato, Cristo convidou à fé e à conversão, mas de modo
nenhum constrangeu alguém. «Deu testemunho da verdade, mas não a impôs pela
força aos seus contraditores. O seu Reino [...] dilata-se graças ao amor, pelo
qual, levantado na cruz, Cristo atrai a Si todos os homens (34)».
A NECESSIDADE DA FÉ
161. Para obter a salvação é necessário acreditar em Jesus Cristo
e n'Aquele que O enviou para nos salvar (35). «Porque "sem a fé não é
possível agradar a Deus" (Heb 11, 6) e chegar a partilhar
a condição de filhos seus; ninguém jamais pode justificar-se sem ela e ninguém
que não "persevere nela até ao fim" (Mt 10, 22; 24,
13) poderá alcançar a vida eterna» (36).
A PERSEVERANÇA NA FÉ
162. A fé é um dom gratuito de Deus ao homem. Mas nós podemos
perder este dom inestimável. Paulo adverte Timóteo a respeito dessa
possibilidade: «Combate o bom combate, guardando a fé e a boa consciência; por
se afastarem desse princípio é que muitos naufragaram na fé» (1 Tm 1,
18-19). Para viver, crescer e perseverar até ao fim na fé, temos de a alimentar
com a Palavra de Deus; temos de pedir ao Senhor que no-la aumente (37); ela
deve «agir pela caridade» (Gl 5, 6) (38), ser sustentada pela
esperança (39) e permanecer enraizada na fé da Igreja.
Notas:
32. II Concílio Vaticano, Decl. Dignitatis humanae, 10:
AAS 58 (1966) 936; cf. CIC cân. 748 § 2.
33. II Concílio Vaticano, Decl. Dignitatis
humanae, 11: AAS 58 (1966) 936.
34. II Concílio Vaticano, Decl. Dignitatis humanae, 11:
AAS 58 (1966) 937.
35. Cf. Mc 16, 16; Jo 3, 36: 6,
40: etc.
36. I Concílio Vaticano, Const. dogm. Dei Filius, c
3: DS 3012; cf. Concílio de Trento, Sess. 6ª, Decretum de
iustiftcatione, c. 8: DS 1532.
37. Cf. Mc 9, 24; Lc 17, 5: 22,
32.
38. Cf. Tg 2, 14-26.
39. Cf. Rm 15, 13.
Fonte: Catecismo da Igreja
Católica (versão digital). Disponível: www.catolicoorante.com.br.
Acesso: 30/jan/2019
0 Response to "A LIBERDADE DA FÉ"
Postar um comentário