"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Todos os contos do lápis surdo - Ramiro S. Osório



Os contos do livro nos remetem à literatura do nonsense (a mesma literatura em Alice no País das Maravilhas), com linguagem leve, espontânea e muito próxima da falada. Inovador, o autor desconstrói os signos, inventando para eles novas funções, sem abrir mão da poesia, como no conto "Do outro lado da ponte", quando escreve: Eu não vinha chorando. Eu apenas recorri a lágrimas para apagar o fogo. O leitor não se deve assombrar com o uso demasiado de pontuação, ou com a insensatez dos diálogos ou a carta inacabada de Lena para Ivo. São recursos provocativos que servem para nos dizer que a literatura segue por onde ela quer. Sempre nos causando espanto. Instigante, a literatura escolhida por Ramiro se apresenta inovadora não só na estética da escrita, como também, nas ilustrações: ele próprio criou as imagens dos seus contos.

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