A ação racional para Max Weber
Segundo Weber, as pessoas podem atuar, em geral, mesclando
quatro tipos básicos de ação social. São eles:
A ação racional com relação a fins: o
indivíduo age para obter um fim objetivo previamente definido. E para tanto,
seleciona e faz uso dos meios necessários e mais adequados do ponto de vista da
avaliação. O que se destaca, aqui, é o esforço em adequar, racionalmente, os
fins e os meios de atingir o objetivo. Na ação de um político, por exemplo, podemos
ver um foco: o de obter o cargo com o poder que deseja com fins que dependem do
político, de seu caráter.
O que Weber pensa
sobre a política: ele nos fala no livro Ciência e Política – Duas vocações
(2002), que há dois tipos de políticos que por nós são eleitos:
a) Os políticos
que exercem essa profissão por vocação, ou seja, os que têm o poder como meta
para trabalhar arduamente em prol da sociedade que os elegeu, estes são os que vivem
para a política.
b) E os que são
políticos sem vocação, ou seja, que olham para a política como se fosse um
“emprego” apenas. São aqueles que, uma vez eleitos, geralmente se esquecem dos
compromissos sociais que assumiram, pouco fazem pelo social, trabalham apenas
para manter-se no poder a fim de continuar ganhando o salário. Weber diz que
estes são os que vivem da política.
A ação racional com relação a valores,
ocorreria porque, muitas vezes, os fins últimos de ação respondem a convicções,
ao apego fiel a certos valores (honra, justiça, honestidade...). Neste tipo, o
sentido da ação está inscrito na própria conduta, nos valores que a motivaram e
não na busca de algum resultado previa e racionalmente proposto. Por esse tipo
de ação podemos pensar as religiões. Ninguém vai a uma igreja ou pertence a
determinada religião, de livre vontade, se não acredita nos valores que lá são
pregados. Certo?
Na ação afetiva a pessoa age pelo afeto que possui
por alguém ou algo. Uma serenata pode ser vista como uma ação afetiva para quem
ama.
A ação social tradicional é um tipo de ação que nos
leva a pensar na existência de um costume. O ato de tomar chimarrão ou pedir a benção
dos pais na hora de dormir são ações que podem ser pensadas pela ação
tradicional.
A ideia de Weber para se entender a sociedade é a
seguinte: se quisermos compreender a instituição igreja, por exemplo, vamos ter
que olhar os indivíduos que a compõem e suas ações. Provavelmente haverá um
grupo significativo de pessoas que agem do mesmo modo, quer dizer, partilhando
valores, desejos e expectativas quanto à religião, o que resultaria no que
Weber chama de relação social.
A existência da relação
social dos indivíduos, ou seja, uma combinação de ações que se orientam
para objetivos parecidos, é que faz compreender o ‘porquê’ da existência do
todo, como neste próprio exemplo da igreja. É assim que, as normas, as leis e
as instituições são formas de relações
sociais duráveis e consolidadas.
Os tipos de ação, para Weber, sempre serão construções do pensamento, isto é,
suposições teóricas baseadas no conhecimento acumulado, que o sociólogo fará
para se aproximar ao máximo daquilo que seria a ação real do indivíduo nas
circunstâncias ou no grupo em que vive. Com esse instrumento, o sociólogo pode
avaliar, na análise de um fenômeno, o que se repete, com que intensidade, e o
que é novo ou singular, comparando-o com outros casos parecidos, já conhecidos e
resumidos numa tipologia.
Por exemplo, se há alguém apaixonado que você conheça,
qual seria o tipo ideal de ação desta pessoa? A afetiva! Assim sendo, seria
“fácil” prever quais seriam as possíveis atitudes desta pessoa: mandar flores e
presentes, querer que a hora passe logo para estar com ela(e), sonhar acordado
e coisas do tipo. E assim poderíamos entender, em parte, como se forma a
instituição família. Uma coisa liga a outra.
Outro exemplo. Pode ser que alguém perto de você nem pense
em querer se apaixonar para não atrapalhar os estudos. Sua meta é a
universidade e uma ótima profissão. Então, temos uma ação racional! Para esta
pessoa nem adiantaria mandar flores ou “torpedos”, a opção por não manter um
relacionamento afetivo poderia ser considerada uma ação racional com relação a
um objetivo.
Fonte: Texto “Sociologia – 1º Ano do Ensino
Médio” da Profª Bianca Wild
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