"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

As teorias sociológicas na compreensão do presente: Auguste Comte


Auguste Comte (1798-1857), foi quem criou o termo “sociologia” a partir da organização do seu curso de Filosofia Positiva. O que desejava Comte com esse curso?
Ele pretendia fazer uma síntese da produção científica, ou seja, verificar aquilo que havia sido acumulado em termos de conhecimento, bem como os métodos das ciências já existentes, como os da matemática, da física e da biologia. Ele queria saber se os métodos utilizados nessas ciências, os quais já haviam alcançado um “status” de positivo, poderiam ser utilizados na física social, denominada, por ele de Sociologia.
Este pensador era de uma linha positivista, o que quer dizer que acreditava na superioridade da ciência e no seu poder de explicação dos fenômenos de maneira desprendida da religiosidade, como era comum se pensar naquela época. Como positivista ele acreditava que a ciência deveria ser utilizada para organizar a ordem social.  

Na visão do conhecido “Pai” da Sociologia, naquela época, a sociedade estava em desordem, orientada pelo caos. Devemos considerar que Comte vislumbrava o mundo moderno que surgia, isto é, previa a consolidação de um mundo cada vez mais influenciado pela ciência e pelo estabelecimento da indústria, e a crise gerada por uma certa anarquia moral e política quando da transição do sistema feudal para o sistema capitalista. Era essa positividade (instaurar a disciplina e a ordem) que ele queria para a Sociologia.
Assim sendo quando Comte pensava a Sociologia, colocava toda sua crença de que poderia estudar e entender os problemas sociais que surgiam e reestabelecer a ordem social e o progresso da civilização moderna. Ele queria que a Sociologia estudasse de forma aprofundada os movimentos das sociedades no passado para se entender o presente e, inclusive, para imaginar o futuro da sociedade.
Olhando o passado para compreender o presente, “Saber para prever e prever para poder”.
Comte via a consolidação do sistema capitalista como sendo algo necessário ao desenvolvimento das sociedades. Esse novo sistema, bem como o abandono da teologia para explicação do mundo seriam parte do progresso das civilizações. Já, os problemas sociais ou desordens que surgiam eram considerados obstáculos que deveriam ser resolvidos para que o curso do progresso pudesse continuar.
Portanto, a Sociologia se colocaria, na visão deste autor, como uma ciência para solucionar a crise das sociedades daquela época. Entretanto, Comte não chegou a viabilizar a sua aplicação. Seu trabalho apenas iniciou uma discussão que deveria ser continuada, a fim de que a Sociologia viesse a alcançar um estágio de maturidade e aplicabilidade.


Fonte: Texto “Sociologia – 1º Ano do Ensino Médio” da Profª Bianca Wild 

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