O DOGMA DA SANTÍSSIMA TRINDADE
253. A Trindade é una. Nós não confessamos três
deuses, mas um só Deus em três pessoas: «a Trindade consubstancial» (64). As
pessoas divinas não dividem entre Si a divindade única: cada uma delas é Deus
por inteiro: «O Pai é aquilo mesmo que o Filho, o Filho aquilo mesmo que o Pai,
o Pai e o Filho aquilo mesmo que o Espírito Santo, ou seja, um único Deus por
natureza» (65). «Cada uma das três pessoas é esta realidade, quer dizer, a
substância, a essência ou a natureza divina» (66).
254. As pessoas divinas são realmente distintas entre
Si. «Deus é um só, mas não solitário» (67). «Pai», «Filho», «Espírito
Santo» não são meros nomes que designam modalidades do ser divino, porque são
realmente distintos entre Si. «Aquele que é o Filho não é o Pai e Aquele que é
o Pai não é o Filho, nem o Espírito Santo é Aquele que é o Pai ou o Filho»
(68). São distintos entre Si pelas suas relações de origem: «O Pai gera, o
Filho é gerado, o Espírito Santo procede»(69). A unidade divina é
trina.
255. As pessoas divinas são relativas umas às outras. Uma
vez que não divide a unidade divina, a distinção real das pessoas entre Si
reside unicamente nas relações que as referenciam umas às outras: «Nos nomes
relativos das pessoas, o Pai é referido ao Filho, o Filho ao Pai, o Espírito
Santo a ambos. Quando falamos destas três pessoas, considerando as relações
respectivas, cremos, todavia, numa só natureza ou substância» (70). Com efeito,
«n'Eles tudo é um, onde não há a oposição da relação» (71). «Por causa desta
unidade, o Pai está todo no Filho e todo no Espírito Santo: o Filho está todo
no Pai e todo no Espírito Santo: o Espírito Santo está todo no Pai e todo no
Filho»(72).
256. São Gregório de Nazianzo, também chamado «o Teólogo», confia
aos catecúmenos de Constantinopla o seguinte resumo da fé trinitária:
«Antes de mais nada, guardai-me este bom depósito, pelo qual vivo
e combato, com o qual quero morrer, que me dá coragem para suportar todos os
males e desprezar todos os prazeres: refiro-me à profissão de fé no Pai e no
Filho e no Espírito Santo. Eu vo-la confio hoje. É por ela que, daqui a
instantes, eu vou mergulhar-vos na água e dela fazer-vos sair. Eu vo-la dou por
companheira e protetora de toda a vossa vida. Dou-vos uma só Divindade e
Potência, uma nos Três e abrangendo os Três de maneira distinta. Divindade sem
diferença de substância ou natureza, sem grau superior que eleve nem grau
inferior que abaixe [...] É de três infinitos a infinita conaturalidade. Deus
integralmente, cada um considerado em Si mesmo [...] Deus, os Três considerados
juntamente [...] Assim que comecei a pensar na Unidade logo me encontrei
envolvido no esplendor da Trindade. Mal começo a pensar na Trindade, logo à
Unidade sou reconduzido» (73).
Notas:
64. II Concílio de Constantinopla (ano 553), Anathematismi
de tribus Capitulis. 1: DS 421.
65. XI Concílio de Toledo (ano 675). Symbolum: DS
530.
66. IV Concílio de Latrão (ano 1215), Cap. 2. De errore
abbatis Ioachim: DS 804.
67. Fides Damasi: DS 71.
68. XI Concílio de Toledo (ano 675). Symbolum: DS
530.
69. IV Concílio de Latrão (ano 1215). Cap. 2, De errore abbatis
Ioachim: DS 804.
70. XI Concílio de Toledo (ano 675). Symbolum: DS 528.
71. Concílio de Florença, Decretum pro Iacobitis (ano
1442): DS 1330.
72. Concílio de Florença, Decretum pro Iacobitis (ano
1442): DS 1331.
73. São Gregório de Nazianzo, Oratio 40.
41: SC 358, 292-294 (PG 36, 417).
Fonte: Catecismo da Igreja
Católica (versão digital). Disponível: www.catolicoorante.com.br.
Acesso: 19/abr/2019
0 Response to "O DOGMA DA SANTÍSSIMA TRINDADE"
Postar um comentário