Dissolução da Assembléia / A "Noite da Agonia"
Com a queda do Gabinete dos Andradas, em julho de 1823, o Partido Português ascendeu ao Governo. A partir daí, ocorreu um acirramento do confronto político dos constituintes com o imperador.
O projeto da Constituição começava a ser lido em setembro de 1823. Como os componentes do Partido Brasileiro eram a maioria na Assembléia, o projeto refletia os seus interesses. Desejando limitar o papel dos portugueses, estipulava que os estrangeiros seriam inelegíveis para os cargos de representação. Isto acarretaria mais pressão junto às forças políticas, já que inúmeros estadistas, magistrados, oficiais da tropa, proprietários rurais e comerciantes haviam nascido em Portugal.
O texto do projeto prosseguia decidindo que o imperador não poderia ser governante de outro reino a fim de evitar a restauração do Reino Unido. Estas restrições refletiam uma preocupação que o historiador Caio Prado Júnior chama de "fantasma português".
O projeto excluía da vida política a maioria da população, pois instituía um sistema eleitoral, indireto e censitário, que exigia uma renda mínima equivalente ao valor de "150 alqueires de farinha de mandioca". Também limitava ao máximo os poderes do imperador, valorizando e ampliando os do Legislativo. Estabelecia que D. Pedro I não tinha poder para dissolver o Parlamento e que as Forças Armadas deveriam receber ordens do Legislativo. A Constituinte, no dizer de Américo Jacobina Lacombe, considerou-se "detentora de poderes excepcionais", já que decidira que seus atos não estariam sujeitos à sanção do imperador.
Os conflitos e desentendimentos ultrapassavam os limites da Assembléia alcançando a imprensa. O Tamoio, por exemplo, publicava em quase todo o seu espaço de quatro páginas, um único artigo que tratava dos recentes acontecimentos políticos. Nas palavras de Lacombe, a oposição dos Andradas era "franca e ilimitada" como o apoio, chegando a extremos como quando estavam ligados ao Executivo. Na Corte circulara, também, entre agosto e novembro de 1823, fazendo oposição ao governo de D. Pedro I, a publicação intitulada A Sentinela da Liberdade à Beira Mar da Praia Grande, que dizia-se ser influenciada por José Bonifácio. Tanto no Tamoio quanto na Sentinela, avolumavam-se protestos e críticas contra a admissão de portugueses nas Forças Armadas, contra a nomeação de reinóis para funções de confiança e contra possíveis manobras de reaproximação com a antiga Metrópole.
O projeto da Constituição começava a ser lido em setembro de 1823. Como os componentes do Partido Brasileiro eram a maioria na Assembléia, o projeto refletia os seus interesses. Desejando limitar o papel dos portugueses, estipulava que os estrangeiros seriam inelegíveis para os cargos de representação. Isto acarretaria mais pressão junto às forças políticas, já que inúmeros estadistas, magistrados, oficiais da tropa, proprietários rurais e comerciantes haviam nascido em Portugal.
O texto do projeto prosseguia decidindo que o imperador não poderia ser governante de outro reino a fim de evitar a restauração do Reino Unido. Estas restrições refletiam uma preocupação que o historiador Caio Prado Júnior chama de "fantasma português".
O projeto excluía da vida política a maioria da população, pois instituía um sistema eleitoral, indireto e censitário, que exigia uma renda mínima equivalente ao valor de "150 alqueires de farinha de mandioca". Também limitava ao máximo os poderes do imperador, valorizando e ampliando os do Legislativo. Estabelecia que D. Pedro I não tinha poder para dissolver o Parlamento e que as Forças Armadas deveriam receber ordens do Legislativo. A Constituinte, no dizer de Américo Jacobina Lacombe, considerou-se "detentora de poderes excepcionais", já que decidira que seus atos não estariam sujeitos à sanção do imperador.
Os conflitos e desentendimentos ultrapassavam os limites da Assembléia alcançando a imprensa. O Tamoio, por exemplo, publicava em quase todo o seu espaço de quatro páginas, um único artigo que tratava dos recentes acontecimentos políticos. Nas palavras de Lacombe, a oposição dos Andradas era "franca e ilimitada" como o apoio, chegando a extremos como quando estavam ligados ao Executivo. Na Corte circulara, também, entre agosto e novembro de 1823, fazendo oposição ao governo de D. Pedro I, a publicação intitulada A Sentinela da Liberdade à Beira Mar da Praia Grande, que dizia-se ser influenciada por José Bonifácio. Tanto no Tamoio quanto na Sentinela, avolumavam-se protestos e críticas contra a admissão de portugueses nas Forças Armadas, contra a nomeação de reinóis para funções de confiança e contra possíveis manobras de reaproximação com a antiga Metrópole.
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