"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Platão


Platão (427-347 a.C, Atenas) - Um dos filósofos que mais influenciaram a cultura ocidental, Platão, cujo nome verdadeiro era Aristócles, nasceu de uma família rica, envolvida com políticos. Muitos estudiosos de sua obra dizem que o grego ficou conhecido como Platão por causa do seu vigor físico e ombros largos ("platos" significa largueza). A excelência na forma física era muito apreciada na Grécia antiga e os seus "diálogos" estão repletos de referências às competições esportivas.
Ainda na juventude, tornou-se discípulo de Sócrates, com quem conviveu durante oito anos, iniciando-se na filosofia. Depois de acompanhar todo o processo que condenou o seu mestre (Sócrates, acusado de corromper a juventude e de não acreditar nos "deuses", foi obrigado a beber o veneno cicuta, que o levaria à morte), Platão, desiludido com a democracia ateniense, viaja para outras cidades da Grécia, Egito e sul da Itália, e começa a escrever.
Platão teve uma educação semelhante à dos jovens aristocratas da sua época, recebendo aulas de retórica, música, matemática e ginástica. Em 387 AC, funda em Atenas uma escola chamada Academia, com uma exigência, escrita na fachada: "Que aqui não entre quem não for geômetra". Em pouco tempo, esta escola tornou-se um dos maiores centros culturais da Grécia, tendo recebido políticos e filósofos como Aristóteles, Demóstenes, Eudoxo de Cnido e Esquines, entre outros.
A sua obra conta com 28 diálogos (alguns historiadores dizem que foram 30) basicamente centrados em Sócrates, onde procura definir noções como a mentira (Hípias menor), o dever (Críton), a natureza humana (Alcibíades), a sabedoria (Cármides), a coragem (Laques), a amizade (Lísis), a piedade (Eutífron) e a retórica (Górgias, Protágoras).
Entre 387 e 361 AC, escreveu Menexeno, Ménon (sobre a virtude), Eutidemo (sobre a erística), Crátilo (sobre a justeza dos nomes), O banquete (sobre o amor), Fédon, a república (sobre a justiça), Fedro, Teeteto (sobre a ciência) e Parmênides. Os diálogos da maturidade são O sofista (sobre o ser), O político, Timeu (sobre a natureza), Crítias (sobre Atlântida), Filebo (sobre o prazer) e As leis. O filósofo também deixou algumas cartas.
Pela tradição familiar, o seu destino deveria ser a política. Mas, a experiência dos políticos que governaram Atenas por imposição de Esparta (404AC/403 AC), entre os quais estavam dois de seus tios, fez Platão afastar-se dessa forma de política. De acordo com o filósofo, uma cidade-modelo deveria distribuir os seus habitantes em três segmentos: os sábios deveriam pertencem à ordem dos governantes, os corajosos, que deveriam zelar pela segurança, à ordem dos guardiões, e os demais, responsáveis pela agricultura e comércio, fariam parte da ordem dos produtores.
O filósofo também não concordava que os políticos mais votados assumissem os principais cargos em uma cidade ou país. Para Platão, nem sempre o mais votado era o mais bem preparado. Dentro deste contexto, era necessário criar uma alternativa para impedir que a corrupção e a incompetência tomassem conta do poder público.
A forma dos escritos platônicos é o diálogo, transição espontânea entre o ensinamento oral e fragmentário de Sócrates e o método estritamente didático de Aristóteles. No fundador da Academia, o mito e a poesia confundem-se muitas vezes com os elementos puramente racionais do sistema. A atividade literária do filósofo grego compreende mais de cinqüenta anos da sua vida: desde a morte de Sócrates até a sua morte.

"A República" e o método dialético
Todo mundo conhece o adjetivo platônico. Sabemos que ele tem relação com o filósofo grego Platão. Mas sabemos também, consultando um dicionário, que platônico significa "alheio a interesses ou gozos materiais" (daí a expressão "amor platônico", ou amor casto). Para entender melhor a origem dessa expressão, precisamos conhecer um pouco o pensamento de um dos filósofos mais importantes de todos os tempos.
Platão não deixou uma obra filosófica sistemática, organizada de forma lógica e abstrata. As obras de Platão foram escritas em forma de diálogo, em que diferentes personagens discutem acerca de um determinado tema. Aliás, o diálogo não é apenas a forma como o filósofo se expressa, mas também o cerne de seu método filosófico de descoberta da verdade. Para Platão, o conhecimento é resultado do convívio entre homens que discutem de forma livre e cordial.

Sócrates, o mestre
Os diálogos de Platão estão organizados em torno da figura central de seu mestre - Sócrates. Escritos em linguagem clara e envolvente, conquistam de imediato o leitor. Isso não quer dizer que a compreensão do pensamento platônico seja simples. Platão é um filósofo rico e complexo, e suas idéias até hoje desafiam os pesquisadores.
Platão viveu na Grécia do período clássico. Nasceu em 427 a.C., em Atenas, numa família de origem aristocrática e recebeu uma educação refinada, reservada àqueles destinados a participar da vida política de Atenas. Platão tinha em torno de vinte anos (e o mestre, 63) quando conheceu o filósofo Sócrates e tornou-se seu discípulo. A partir desse encontro, Platão passou a assistir a suas discussões e tornou-se seu seguidor.
Quando o mestre foi levado ao tribunal, em 399 a.C., e condenado à morte bebendo cicuta (acusado de corromper a juventude), Platão estava presente e registrou seus últimos ensinamentos na obra hoje conhecida como "Apologia de Sócrates". Praticamente tudo que sabemos a respeito de Sócrates vem dos escritos de Platão.

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