Surgimento da Sociologia: A “Gênesis Sociológica”
Apesar da ciência sociológica ser considerada nova, pois
se consolidou por volta do século XIX, a nesessidade de se entender as sociedades,
a busca por explicações remonta de tempos antigos, tanto que na Grécia Antiga já
havia o desejo de se entender a sociedade.
No século V a.C, havia uma corrente filosófica, chamada
sofista[1], que
começava a dar mais atenção para os problemas sociais e políticos da época.
Porém, não foram os gregos os criadores da Sociologia. Mas foram os gregos que
iniciaram o pensamento crítico filosófico. Eles criaram a Filosofia que foi um
impulso para o surgimento daquilo que chamamos, hoje, de ciência, a qual se
consolidaria a partir dos séculos XVI e XVII, sendo uma forma de interpretação
dos acontecimentos da sociedade mais distanciada das explicações míticas.
Foram com os filósofos gregos Platão (427-347 a .C) e Aristóteles (384-322 a .C), que surgiram os
primeiros passos dos trabalhos mais reflexivos sobre a sociedade. Platão foi
defensor de uma concepção idealista e acreditava que o aspecto material do
mundo seria um tipo de fruto imperfeito das ideias universais, as quais existem
por si mesmas.
Aristóteles já mencionava que o homem era um ser que,
necessariamente, nasce para estar vivendo em conjunto, isto é, em sociedade. No seu
livro chamado Política, no qual
consta um estudo dos diferentes sistemas de governo existentes, percebe-se o
seu interesse em entender a sociedade.
Fonte: Texto “Sociologia – 1º Ano do Ensino
Médio” da Profª Bianca Wild
[1] Os
sofistas foram os primeiros filósofos do período socrático. Esses se opunham à filosofia pré-socrática dizendo que estes ensinavam
coisas contraditórias e repletas de erros que não apresentavam utilidade nas
polis (cidades). Dessa forma, substituíram a natureza que antes era o principal
objeto de reflexão pela arte da persuasão.
Os
sofistas ensinavam técnicas que auxiliavam as pessoas a
defenderem o seu pensamento particular e suas próprias opiniões contrárias
sobre o mesmo para que dessa forma conseguisse seu espaço. Por desprezarem
algumas discussões feitas pelos filósofos, eram chamados de céticos até mesmo
por Sócrates que se rebelou contra eles dizendo que desrespeitavam a verdade e
o amor pela sabedoria. Outros filósofos ainda acreditavam que os sofistas
criavam no meio filosófico o relativismo e o subjetivismo.
Dentre
os sofistas, pode-se destacar: Protágoras, Górgias, Hípias, Isócrates, Pródico,
Crítias, Antifonte e Trasímaco, sendo que destes, Protágoras, Górgias e
Isócrates foram os mais importantes. Estes, assim como os outros sofistas,
prezavam pelo desenvolvimento do espírito crítico e pela capacidade de
expressão. Uma conseqüência importante que se fez pelos sofistas foi a abertura
da filosofia para todas as pessoas das polis que antes era somente uma seita
intelectual fechada formada apenas por nobres.Protágoras difundiu a frase: “O
homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das
coisas que não são, enquanto não são”. Por meio dela e de outras, foi acusado
de ateísta tendo seus livros
queimados em praça pública, o que o fez fugir de Atenas e refugiar-se em Sicília.
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