Leitura emocional
É a
leitura subjetiva, que nos empolga, liberando emoções e dando asas à nossa fantasia.
Entregamo-nos de corpo e alma ao universo criado pelo autor, seja ele
imaginário ou real, viajando no tempo e no espaço, experimentando prazer ou
angústia. Nós nos colocamos no lugar do narrador ou de alguma personagem, na
situação em que esta se encontra, e nos solidarizamos com seus sentimentos e
atitudes. Durante esse processo de identificação, participamos da vida afetiva
alheia e liberamos emoções que, muitas vezes, não nos permitimos ter na vida
real. É o que acontece quando lemos um romance interessante ou assistimos a uma
novela na TV.
Nesse
tipo de leitura, o único critério de avaliação usado é o do gosto: gostamos ou
não de um texto, dependendo de motivos pessoais ou de características do texto
que não são definidas.
Durante
o processo da leitura emocional, algo acontece ao leitor, que sofre, se
angustia e se alegra com as situações apresentadas no texto. Tudo isso faz com
que o leitor possa se distrair. Mas distrair-se, escapar da realidade imediata,
não significa, necessariamente, fugir, alienar-se, ou seja, negar-se a viver os
problemas do dia-a-dia e a solucioná-los. Mesmo o texto no qual nos jogamos
emocionalmente pode, nos intervalos da leitura ou ao seu final, facilitar o
estabelecimento de relações entre a nossa vivência, o nosso mundo e aquele
mostrado no texto. Ao fazer isso, estaremos não só atribuindo significados ao
texto lido, mas, também, à nossa vida e à nossa realidade. Estaremos, então,
fazendo uma dupla leitura: a do texto e a da nossa própria realidade.
Fonte:
ARANHA, Maria Lúcia de
Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São Paulo,
Moderna, 2000 (edição digital).
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