"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Os instrumentos do filosofar


Hoje é o primeiro dia em que me sinto realmente em férias. E já é janeiro. Passou a correria da entrega de notas, reuniões de conselhos de classe, recuperação, fechamento dos diários de classe, seguida da outra correria, a preparação das festas de fim de ano. As compras, as visitas, a comida, o trânsito, o calor, a árvore a ser arrumada... Mas, hoje, finalmente em férias, posso começar a escrever outra vez.
Hmmm, estou sentindo um cheiro estranho. O que poderá ser? Nossa! Esqueci o fei­jão no fogo! Queimou. Lá se foi o meu almoço.
Tudo bem, faço um sanduíche, mas começo a escrever este novo livro.
Ó ilusão! Agora ouço um barulho. Será a campainha? Sempre posso fingir que não há ninguém em casa. Mas não é a campainha. O barulho continua, sempre igual e nos mesmos intervalos de tempo. Ah! é o telefone, já tocou umas dez vezes. Talvez seja algo importante. Será que aconteceu alguma coisa com as crianças e estão querendo me avi­sar? É melhor atender logo.
— Alô! Bom dia, mãe... O quê? Tenho de ir aí para ver o que está acontecendo? (Suspiro.) Tá bom, mãe. Já estou indo...

Pois é, acho que vou deixar para escrever amanhã.

Fonte:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São Paulo, Moderna, 2000 (edição digital).

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