Os instrumentos do filosofar
Hoje
é o primeiro dia em que me sinto realmente em férias. E já é janeiro. Passou a
correria da entrega de notas, reuniões de conselhos de classe, recuperação,
fechamento dos diários de classe, seguida da outra correria, a preparação das
festas de fim de ano. As compras, as visitas, a comida, o trânsito, o calor, a
árvore a ser arrumada... Mas, hoje, finalmente em férias, posso começar a
escrever outra vez.
Hmmm,
estou sentindo um cheiro estranho. O que poderá ser? Nossa! Esqueci o feijão
no fogo! Queimou. Lá se foi o meu almoço.
Tudo
bem, faço um sanduíche, mas começo a escrever este novo livro.
Ó
ilusão! Agora ouço um barulho. Será a campainha? Sempre posso fingir que não há
ninguém em casa. Mas não é a campainha. O barulho continua, sempre igual e nos
mesmos intervalos de tempo. Ah! é o telefone, já tocou umas dez vezes. Talvez
seja algo importante. Será que aconteceu alguma coisa com as crianças e estão
querendo me avisar? É melhor atender logo.
—
Alô! Bom dia, mãe... O quê? Tenho de ir aí para ver o que está acontecendo?
(Suspiro.) Tá bom, mãe. Já estou indo...
Pois
é, acho que vou deixar para escrever amanhã.
Fonte:
ARANHA, Maria Lúcia de
Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São Paulo,
Moderna, 2000 (edição digital).
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