"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

O senso comum



Vocês já repararam que só permanece­mos tranquilos quando habituados à roti­na do já conhecido? Por isso, é com certa apreensão que iniciamos um trabalho em outro local e com pessoas diferentes ou quando entramos pela primeira vez em um país estrangeiro. Até mesmo a alegria da nova amizade ou do novo amor não escon­de totalmente o desconforto das indagações que nos assaltam.
Podemos também imaginar as dificulda­des do adolescente cujas referências infan­tis deixam de servir para compreender a rea­lidade a ser enfrentada daí em diante.
A humanidade passa por crises de co­nhecimento de si própria toda vez em que há alteração da imagem feita do mundo. Veja-se o exemplo do Renascimento, quan­do os homens buscam novos valores para contrapor à concepção medieval. 

Com exemplos aparentemente tão disparatados, queremos dizer que a compreensão do mundo se faz à medi­da que lhe damos sentido e agimos so­bre ele. Precisamos de interpretações, de teorias, por mais simples que sejam, a fim de "organizar o caos". Toda vez que os "esquemas de pensamento" nos faltam, sentimos que o chão nos fo­ge dos pés...

Fonte:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São Paulo, Moderna, 2000 (edição digital).

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