"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Os diálogos de Platão


Depois da morte de Sócrates, Platão desiludiu-se com a democracia e deixou Atenas. Realizou diversas viagens pela Grécia, pelo Egito e pela Itália. Entre 399 a.C. e 387 a.C., criou vários de seus famosos diálogos em que Sócrates aparece como personagem central, como "Críton", "Laques", "Lísias", "Górgias" e "Protágoras".
A seguir, Platão alternou longas temporadas em Atenas com a realização de três grandes viagens à Sicília, onde realizou diversas tentativas de colocar em prática suas teorias políticas. Em Atenas, Platão fundou, por volta de 386 a.C., a famosa Academia, onde lecionou durante quarenta anos. O filósofo morreu em 347 a.C., aos 80 anos, deixando como discípulo o filósofo Aristóteles.

A República
Uma das principais obras platônicas é "A República", em que o filósofo discute o conceito de justiça. "A República" é uma obra extensa, dividida em dez livros, em que Platão não faz uma análise de um sistema político concreto, nem o exame de formas reais de organização da sociedade. Pelo contrário, a obra de Platão discute o que seria um estado ideal.
Em "A República", temos um grupo de amigos: Sócrates, dois irmãos de Platão - Glauco e Adimanto - e vários outros personagens, que serão provocados pelo mestre. O diálogo vai tratar de assuntos relacionados à organização da sociedade e à natureza da política. Na República ideal concebida por Platão, o governo deve estar nas mãos dos filósofos, que são aqueles mais próximos da verdade, da idéia do bem e da justiça.
A investigação platônica utiliza o método dialético (palavra que tem na origem a noção de "diálogo"). Esse procedimento consiste em apreender a realidade através de posições contraditórias, até que uma delas é finalmente entendida como verdadeira e a outra como falsa. A dialética platônica é um processo indutivo, que vai da parte para o todo.

O mito da caverna
No livro 7 de "A República" também aparece formulada a teoria das idéias. Trata-se de uma alegoria famosa, que ficou conhecida como mito da caverna. Segundo o texto de Platão, o conhecimento do mundo sensível (o mundo que podemos conhecer através dos órgãos dos sentidos) é inferior à contemplação da verdade. Os homens, porém, tendo vivido sempre numa caverna, acorrentados, acreditam que as sombras que vêem projetadas na parede sejam a verdade. Mas só é possível conhecer a verdade além de nossos preconceitos e crenças. Só o filósofo se liberta e vê a realidade à luz do sol

O mito da caverna e a visão além das aparências
Quando pensou em demonstrar a cegueira dos homens diante de um mundo de aparências, o filósofo grego Platão contou uma história. Ou melhor, fez com Sócrates - o personagem central da obra "A República" - contasse uma história a seu companheiro Glauco.
Os homens estão presos por argolas no fundo de uma caverna escura. Sempre viveram ali, sem poder ao menos virar o pescoço. Por trás deles, um fogo arde, a certa distância, irradiando uma luz que se projeta no interior da caverna. Nas paredes, formas humanas, formas que se movem.
Os homens que estão no interior da caverna pensam que o vêem é a realidade. Mas não é, eles vêem apenas suas próprias sombras. Pensam assim porque não conhecem outro mundo.
Com essa alegoria, Platão compara a caverna ao mundo sensível onde vivemos, que é o mundo das aparências. Reflexos da luz verdadeira (as idéias) projetam as sombras (coisas sensíveis que tomamos por verdadeiras). Estamos agrilhoados. No entanto, é possível quebrar esses grilhões, e quem é capaz de fazer isso é o filósofo.
O filósofo é capaz de escalar o muro para a contemplação da luz plena. Essa luz é o Ser, o Bem; é essa a luz que ilumina o mundo inteligível (que se pode conhecer).
"Pois, segundo entendo, no limite do cognoscível é que se avista, a custo, a idéia do Bem; e, uma vez avistada, compreende-se que ela é para todos a causa de quanto há de justo e belo; que , no mundo visível, foi ela que criou a luz, da qual é senhor; e que, no mundo inteligível, é ela a senhora da verdade e da inteligência, e que é preciso vê-la para se ser sensato na vida particular e pública." ("A República". 3ª ed. Fundação Calouste Gulbenkian, trad. Maria Helena da Rocha Pereira)
A imagem apresentada por Platão é uma das mais belas e mais conhecidas de toda a história da filosofia. O mito da caverna faz parte do Livro 7 da obra "A República". Esse livro foi escrito entre os anos 385-380 a.C. Obra de maturidade de Platão, é um diálogo entre Sócrates e seus amigos, que apresenta o método dialético de investigação filosófica. Através de aproximações sucessivas, o mestre discute a organização da sociedade, a natureza da política, o papel da educação e a essência da justiça.


STRECKER, Heidi. Extraído de http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult3323u26.jhtm; acessado em 10/08/2009.

3 Response to "Os diálogos de Platão"

  1. Unknown says:
    18 de abril de 2010 às 21:54

    amei de mais o texto,resume bem o q todos devem saber do nosso grande Platão...
    eu como adimiradora do trabalho do npsso pai da filosofia o grande Socrates,gosto muito tanbem do nosso querido Platão...
    amo muito o trabalho deste blog...continuem sempre assim,pois vou visitar diariamente este blog e se vocês poderem vao mais alem da nossa filosofia busquem mais as historias de Socrates de Platao...
    bom amei o trabalho...continuem assim...pois amo filosofia...
    Katiele L.Monteiro
    de:Rio grande do sul
    caxias do sul...15 anos
    beijos e boa sor te pessoal...
    mandem tanbem coisas de Socrates e Platao pra meu msn...katielemonteiro@hotmail.com...
    bom se vcs tiver fãn club ou orkut do site...
    esse e meu orkut...
    katiele_kattikatyy@hotmail.com
    beijos até mais amigo...

  2. Tony Mendes says:
    19 de abril de 2010 às 02:45

    Olá Katiele, tudo bom ?
    Que bom que está gostando do blog, fico feliz com isso. Na verdade ele é apenas uma das ferramentas que utilizo para manter meus alunos informados e possibilitar outras leituras acerca dos conteúdos que trabalhamos em sala de aula. Nunca pensei que outras pessoas e alunos de outros estados o estivessem utilizando. Isso nos motiva a cada vez mais produz mais e melhor.
    Beijão e sucesso.
    Com carinho,

    Tony Mendes

  3. haroldoeafilosofia says:
    5 de março de 2019 às 16:43

    Sempre atualíssimo. Parabéns!