Realismo e idealismo
Muitos filósofos distinguem razão
objetiva e razão subjetiva, considerando a Filosofia o encontro e o acordo
entre ambas.
Falar numa razão objetiva significa afirmar que a
realidade externa ao nosso pensamento é racional em si e por si mesma e que
podemos conhecê-la justamente por ser racional. Significa dizer, por exemplo,
que o espaço e o tempo existem em si e por si mesmos, que as relações
matemáticas e de causa-efeito existem nas próprias coisas, que o acaso existe
na própria realidade, etc.
Chama-se realismo a posição filosófica que afirma a
existência objetiva ou em si da realidade externa como uma realidade racional
em si e por si mesma e, portanto, que afirma a existência da razão objetiva.
Há filósofos, porém, que estabelecem uma diferença entre a
realidade e o conhecimento racional que dela temos. Dizem eles que, embora a
realidade externa exista em si e por si mesma, só podemos conhecê-la tal como
nossas idéias a formulam e a organizam e não tal como ela seria em si mesma.
Não podemos saber nem dizer se a realidade exterior é racional em si,
pois só podemos saber e dizer que ela é racional para nós, isto é, por
meio de nossas idéias.
Essa posição filosófica é conhecida com o nome de idealismo
e afirma apenas a existência da razão subjetiva. A razão subjetiva possui
princípios e modalidades de conhecimento que são universais e necessários, isto
é, válidos para todos os seres humanos em todos os tempos e lugares. O que
chamamos realidade, portanto, é apenas o que podemos conhecer por meio das
idéias de nossa razão.
Fonte:
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia.
São
Paulo: Ed. Ática, 2000.
16 de maio de 2017 às 19:14
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