"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

O que é o conhecimento



Côncavo e convexo. de Maurits Cornelís Escher. 
Desenho ilusionista que brinca com a perspectiva, 
criando várias imagens possíveis e fazendo-nos duvidar 
dos dados do conhecimento sensível.




Ontem à noite, já em minha cama, de luz apagada, sentindo aquele agradável relaxamento que antecede o sono, entregue a devaneios, quase sonhos, fui violentamente trazida de volta à realidade por estranho ruído.
Seria uma porta batendo? Alguém teria entrado em minha casa?
Algo que caíra lá fora?
O salto de um gato descuidado?
Ou será que minha imaginação teria pre­gado uma peça em meus sentidos quase adormecidos?
O ruído teria sido real ou imaginado?  

"Como saber?" ou "como conhecer?" é uma das perguntas fundamentais que vêm perseguindo o ser humano desde que o homem é homem. As respostas têm sido as mais variadas, dependendo da cultura, do período histórico, do próprio saber acumulado, do aparato tecnológico etc.
Hoje conhecemos o aspecto das crateras lunares porque temos acesso a várias informações, inclusive às imagens transmitidas pelos satélites. Na Grécia antiga, algumas pessoas consultavam o Oráculo de Delfos quando tinham algum problema grave. Os egípcios liam seu destino nas entranhas de pássaros e outros animais. No mundo contemporâneo, há os que jogam búzios, recorrem às cartomantes ou ao Tarô. Há os que lêem livros e fazem pesquisas.
Como saber qual desses conhecimentos é verdadeiro? Sempre que nos indagamos a respeito do conhecimento estamos, automaticamente, tratando do problema da verdade. A história da busca do conhecimento é a própria história da busca da verdade.

Fonte:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São Paulo, Moderna, 2000 (edição digital).

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