Pensar a Ciência (parte 05/05)
Tribunal da Inquisição
Durante o período histórico chamado de Idade Média (século V ao XIII), a influência do catolicismo era dominante. A interpretação de filósofos como Aristóteles, estava submetida ao domínio da igreja. Desta forma, as especulações estavam restritas a questões espirituais, o modelo de compreensão do mundo era teocêntrico, ou seja, o mundo estava pretensamente centrado em Deus. As explicações aceitas eram baseadas em verdades reveladas, devidamente interpretadas pelos representantes da igreja.
Mas com o fortalecimento da burguesia a partir do século XII na Europa Ocidental, e o advento da ciência moderna um novo modelo de homem de sociedade foi aos poucos adotado. O modelo teocêntrico passou a ter um contraponto no modelo antropocêntrico, que coloca o homem e suas relações no centro da discussão, surgindo então o humanismo, isto ocorreu mais precisamente entre a segunda metade do século XIII e até meados do século XIV. As verdades reveladas foram igualmente enfrentadas pelas especulações racionais, observações dos fenômenos da natureza e formulações de teorias racionais.
Esse movimento científico, cultural e intelectual foi chamado de Renascimento, inspirado na cultura greco-romana. A ciência moderna não busca apenas conhecer a realidade e a gênese das coisas, mas, sobretudo, exercer influência e domínio sobre ela. Novos valores foram se desenvolvendo juntamente com a nova ciência. A burguesia rompendo com o clero, devido a interesses conflitantes, como a especulação econômica (pecado da usura) e a luta pelo poder, passou a financiar experimentos artísticos e científicos com o intuito de estruturar o novo modelo de sociedade.
Nos tempos modernos, a ciência é altamente considerada. Aparentemente há uma crença amplamente aceita de que há algo de especial a respeito da ciência e de seus métodos. A atribuição do termo “científico” a alguma afirmação, linha de raciocínio ou peça de pesquisa é feita de um modo que pretende implicar algum tipo de mérito ou um tipo especial de confiabilidade. Mas o que há de tão especial em relação à ciência? O que vem a ser esse “método científico” que leva a resultados especialmente meritórios ou confiáveis? (CHALMERS, 1993, p. 17)
De acordo com Chalmers, parte da estima conquistada pela ciência na modernidade está no fato de a ciência ter-se tornado a religião moderna, a partir das promessas de melhor qualidade de vida e de felicidade contidas no trabalho científico. A idéia de progresso contempla esta expectativa no âmbito do senso comum. Atualmente, podemos notar que em anúncios de produtos existe um forte apelo à autoridade da ciência, para garantir sua eficácia e comprovação, normalmente apoiando-se na imagem do cientista usando jaleco branco em seu laboratório. Quando afirmamos que algo é cientificamente comprovado, estamos apelando para a autoridade cedida a ciência muito mais por uma crença popular do que por um método eficaz.
Por outro lado, fora da vida cotidiana, no plano escolar e acadêmico, a auto-estima da ciência está ligada à defesa dos cientistas aos métodos utilizados, cuja confiabilidade está ligada aos resultados precisos das ciências. Contudo, se o método empírico se dá por meio da observação, coleta de dados e experimentos que geram procedimentos científicos comumente restritos aos laboratórios, esquadrinhando o mundo por meio de algarismos e fórmulas; o que dizer da eficácia desses métodos no campo das ciências humanas e sociais? Os filósofos da ciência contemporâneos, principalmente Popper, Bachelard, Kuhn, Feyerabend e Lakatos comungam quanto a impossibilidade de comprovação de que alguma ciência mereça o status de verdadeira, ou segura de equívocos. Basta um breve vislumbre sobre a história da filosofia da ciência para notar todo tipo de contradição.
28 de abril de 2011 às 07:44
homem não dever ser o centro de todas as coisas mas sim Deus, pois ele é o criador! e homem e só um criatura feita por Deus!!
7 de novembro de 2012 às 16:00
sinto q Deus sim é o o que está no centro d tudo...