As questões discutidas pela Filosofia contemporânea: O fim da Filosofia
No século XIX, o otimismo
positivista ou cientificista levou a Filosofia a supor que, no futuro, só
haveria ciências, e que todos os conhecimentos e todas as explicações seriam
dados por elas. Assim, a própria Filosofia poderia desaparecer, não tendo
motivo para existir.
No entanto, no século XX, a
Filosofia passou a mostrar que as ciências não possuem princípios totalmente
certos, seguros e rigorosos para as investigações, que os resultados podem ser
duvidosos e precários, e que, freqüentemente, uma ciência desconhece até onde
pode ir e quando está entrando no campo de investigação de uma outra.
Os princípios, os métodos, os
conceitos e os resultados de uma ciência podem estar totalmente equivocados ou
desprovidos de fundamento. Com isso, a Filosofia voltou a afirmar seu papel de
compreensão e interpretação crítica das ciências, discutindo a validade de seus
princípios, procedimentos de pesquisa, resultados, de suas formas de exposição
dos dados e das conclusões, etc.
Foram preocupações com a falta
de rigor das ciências que levaram o filósofo alemão Husserl a propor que a
Filosofia fosse o estudo e o conhecimento rigoroso da possibilidade do próprio
conhecimento científico, examinando os fundamentos, os métodos e os resultados
das ciências. Foram também preocupações como essas que levaram filósofos como
Bertrand Russel e Quine a estudar a linguagem científica, a discutir os
problemas lógicos das ciências e a mostrar os paradoxos e os limites do conhecimento
científico.
Fonte: CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia.
São Paulo: Ed. Ática, 2000.
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