"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Técnica e sociedade


As transformações das técnicas al­teram as relações sociais. Enquanto o mundo agrícola e artesanal é marcado pela tradição, e fixa o homem ao cam­po, o advento das fábricas no século XVII estimula o aperfeiçoamento das máquinas e acelera o crescimento das cidades. Estabelecem-se novas relações de produção com o aparecimento da classe proletária assalariada e dos ca­pitalistas detentores dos meios de produção.  

O auge do desenvolvimento do sis­tema fabril se dá no século XIX, sobre­tudo na Inglaterra. O setor secundário (indústria) se sobrepõe em importância ao setor primário (agricultura), definin­do as características dos países indus­trializados e, portanto, modernos: ur­banização, utilização de várias formas de energia, organização hierarquizada da empresa, técnico especializado versus operário semiqualificado.
A partir de meados do século XX constata-se uma transformação talvez tão radical como aquela ocorrida no início da era moderna. Na atual sociedade pós-industrial, a produção de bens ma­teriais passa a exigir a ampliação dos serviços (setor terciário).
Nessas circunstâncias, a tecnologia que conta é em última análise a infor­mação; basta ver como o cotidiano de to­dos se acha marcado pelo consumo de serviços de saúde, educação, recreação, comunicação, publicidade, empresas de comércio e finanças. Isso não significa que o setor secundário (industrial) per­deu importância, mas que também ele sofre alterações decorrentes da informatização.

Fonte:

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São Paulo, Moderna, 2000 (edição digital).

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