Tecnociência
Nas sociedades programadas a tecnociência
atravessa de ponta a ponta a vida cotidiana. O ambiente pós-moderno é povoado
pela cibernética, a robótica industrial (no Japão há 150 mil robôs nas
indústrias), a biologia molecular, a medicina nuclear, a tecnologia de
alimentos, as terapias psicológicas, a climatização, as técnicas de
embelezamento, o trânsito computadorizado, junto com o walkman, o videogame, o
videocassete, o videodata (TV-computador-telefone), a TV por cabo e os
computadores domésticos. Essa revolução se deve ao chip. Com milhares de micro
circuitos em 1/2 cm², ele reduziu a computação à escala individual. (Jair
Ferreira dos Santos.)
A partir do dia de trabalho, a alienação e a
arregimentação se alastram para o tempo livre. (.--) O controle básico do tempo
de ócio é realizado pela própria duração do tempo de trabalho, pela rotina
fatigante e mecânica do trabalho alienado, o que requer que o lazer seja um
relaxamento passivo e uma recuperação de energias para o trabalho. Só quando se
atingiu o mais recente estágio da civilização industrial, (...) a técnica de
manipulação das massas criou então uma indústria de entretenimentos, a qual
controla diretamente o tempo de lazer, ou o Estado chamou a si diretamente a
execução de tal controle. Não se pode deixar o indivíduo sozinho, entregue a
si próprio. (Herbert Marcuse.)
Viajar era o meio de estar além ou de não
estar em parte alguma. Hoje é o único meio de experimentar a sensação de estar
em algum lugar. Em casa, cercado de todas as informações, de todas as telas,
já não estou em parte nenhuma, estou na banalidade universal. Essa é a mesma
em todos os países. Aterrar numa nova cidade, numa língua estrangeira, é
encontrar-me de repente aqui e em nenhum outro lugar. O corpo reencontra seu
olhar. Liberto das imagens, ele reencontra a imaginação. (Baudrillard.)
Fonte:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Temas
de Filosofia. São Paulo, Moderna, 2000 (edição digital).
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