"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Venceslau Brás


Venceslau Brás nasceu em São Caetano da Vargem Grande, atual Brasópolis (MG), em 1868. Advogado, formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1890. Em seguida, dedicou-se ao exercício da advocacia em municípios do interior mineiro, iniciando sua carreira política como prefeito de Monte Santo (MG). De 1892 a 1898, foi deputado estadual em Minas Gerais. Em seguida, foi nomeado para a Secretaria do Interior, cargo que ocupou até 1902. Nesse ano, elegeu-se deputado federal, assumindo seu mandato no ano seguinte. Foi então, líder da bancada mineira na Câmara e, em seguida, líder da maioria naquela Casa. Permaneceu no Congresso até 1908.
Em abril do ano seguinte, assumiu o governo de Minas Gerais, em substituição a João Pinheiro da Silva, recém-falecido. Em setembro de 1911, deixou o governo mineiro para ocupar a vice-presidência da República, para a qual fora eleito em março daquele ano na chapa situacionista do marechal Hermes da Fonseca. Em março de 1914, com o apoio de grupos dirigentes de Minas Gerias e São Paulo, chegou à presidência da República. O período de seu governo coincidiu com a Primeira Guerra Mundial e sua posição inicial diante do conflito foi de neutralidade. Somente em outubro de 1917 é que o governo brasileiro declarou guerra aos alemães. Seu governo responsabilizou-se, ainda, pelo esmagamento da Revolta do Contestado, conflito entre camponeses e latifundiários, na divisa dos estados do Paraná e Santa Catarina, iniciado em 1912.
Em novembro de 1918, deixou o governo brasileiro e retirou-se por vários anos da vida política.
Em 1930, deu apoio à candidatura oposicionista de Getúlio Vargas à presidência da República, bem como às conspirações que resultaram no afastamento do presidente Washington Luís em outubro daquele ano, antes da transferência do governo a Júlio Prestes, o candidato oficialmente eleito no pleito de março.
Integrou a seguir o conselho supremo da Legião Mineira, agremiação que visava congregar os elementos que apoiavam o regime surgido da Revolução de 1930. A Legião, contudo, teve vida curta, assim como o Partido Social Nacionalista, igualmente criado em Minas pelos defensores do novo regime e do qual Venceslau Brás também fez parte. Em 1934, seu nome chegou a ser cogitado como candidato à presidência da República nas eleições realizadas pelos membros da Assembléia Nacional Constituinte, então reunida. Anos mais tarde, após o fim do Estado Novo e a redemocratização do país, foi novamente lembrado para concorrer ao governo de Minas Gerais, sem que, mais uma vez sua candidatura se concretizasse. Morreu em Itajubá (MG), em 1966.

Fonte: Portal da Faculdade de Educação da UNICAMP

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