A crise da monarquia (Resumo)
Os últimos anos da
Monarquia brasileira
Na segunda metade do
século XIX, a economia brasileira estava passando por sensíveis transformações.
Entretanto, na política, D. Pedro II, exercendo o Poder Moderador, continuava
governando de forma centralizada. Os liberais e os conservadores continuavam se
alternando no poder, enquanto isso, os republicanos iam, gradativamente,
ganhando espaço.
Em 1870, é assinado
por muitos intelectuais o Manifesto Republicano, propondo o regime republicano.
No Rio de Janeiro, é fundado o jornal A República.
Em julho de 1873, na
Convenção de Itu, foi fundado o Partido Republicano Paulista (PRP), composto
pela nova aristocracia cafeeira (do Oeste paulista), que via a monarquia como
um empecilho ao progresso do Brasil.
O movimento
republicano contou com a participação de jovens oficiais, influenciados por
Benjamin Constant, professor da Escola Militar. Em São Paulo, os adeptos da
república procuravam agir com cautela, aliando-se aos conservadores. No Rio de
Janeiro, estavam divididos em:
Radicais, liderados
por Aristides Lobo, Silva Jardim e Benjamin Constant, queriam a proclamação
imediata da República; Moderados, liderados por Quintino Bocaiúva e Saldanha
Marinho, preferiam aguardar o momento da sucessão monárquica.
Os militares se
indispõem com o governo monárquico
O ressentimento dos
militares vinha desde 1831, com a criação da Guarda Nacional (porque com ela as
Forças Armadas haviam sido postas de lado). Com a Guerra do Paraguai, o
Exército se tornou mais bem organizado, composto por integrantes das camadas
médias urbanas e ex-escravos.
Questão Militar:
série de atritos entre o Exército e o governo brasileiro, envolvendo o
Tenente-Coronel Sena Madureira e o Coronel Cunha Matos, punidos por terem se
manifestado pela imprensa contra atos do governo. Receberam apoio do Marechal
Deodoro da Fonseca. Em 1887, Deodoro fundou o Clube Militar, do qual foi o
primeiro presidente. Nesse mesmo ano, apresentou à Princesa Isabel o documento
em que os militares se recusavam a prender escravos fugidos. No início de 1889,
já havia mais de 250 clubes no Brasil.
A classe média urbana
Com o início do
processo de modernização (centros urbanos, atividades de comércio, transporte,
finanças e indústria), cresceu o número de profissionais liberais: médicos,
advogados, farmacêuticos, professores, jornalistas etc. Essa classe média
urbana, formada por brasileiros e imigrantes, teve participação na mudança do
regime político brasileiro.
A extinção da
escravidão, em 1888, atingiu principalmente os proprietários de escravos
urbanos, que passaram a reforçar as fileiras dos clubes republicanos.
A Igreja e a questão
religiosa
Pela Constituição de
1824, o catolicismo era a religião oficial. A Igreja subordinava-se ao Estado e
o imperador tinha sobre ela dois direitos: beneplácito e padroado. A Igreja
tentou punir padres que participavam da maçonaria (sociedade política secreta)
sem o beneplácito do Imperador. Isso resultou na prisão de alguns bispos, o que
levou a Igreja a posicionar-se contra a Monarquia.
A República é
proclamada
Estavam unidos contra
a Monarquia: Exército, republicanos de diversas províncias do Brasil,
cafeicultores (especialmente do Oeste paulista) e classe média urbana.
D. Pedro II escolheu
o Visconde de Ouro Preto, político do Partido Liberal, para o cargo de
Presidente do Conselho de Ministros. Combatido pelos conservadores porque seu
programa se aproximava dos republicanos, Ouro Preto dissolveu a Câmara e
convocou novas eleições. Teve início uma conspiração para derrubá-lo, liderada
por Quintino Bocaiúva e Benjamin Constant, que buscaram o apoio do Marechal
Deodoro da Fonseca.
Marcada para 20 de
novembro, a derrubada do Visconde de Ouro Preto foi antecipada para o dia 15.
As tropas comandadas pelo Marechal Deodoro prenderam os membros do Gabinete e,
à tarde, a Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro, presidida por José do
Patrocínio e com o apoio do Exército, declarou extinta a Monarquia no Brasil. Começava
a República.
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