O Segundo Reinado (Resumo)
Em 1840, a classe
dominante, temerosa pelos movimentos revolucionários que estavam Levando à
fragmentação política no País, antecipou a maioridade de Pedro de Alcântara,
que deveria governar a nação imediatamente. Essa antecipação foi organizada
pelo Partido Liberal, para derrotar os conservadores do governo Araújo Lima, e
é chamada de Golpe da Maioridade. Com o inicio do Segundo Reinado, a
Balaiada e a Guerra dos Farrapos chegaram ao fim, mas dois novos movimentos
começaram: a Revolta dos Liberais de 1842, em São Paulo e Minas Gerais, e a
Praieira, em Pernambuco, em 1848 e 1849.
Revolta dos liberais
de 1842
Ocasionada pela
disputa do poder político entre liberais e conservadores, nas Províncias de São
Paulo e Minas Gerais.
Os liberais, que
compuseram o primeiro ministério de D. Pedro II, passaram a controlar a
política brasileira, inclusive vencendo as eleições para a Câmara, em 1842. O
Partido Conservador alegou que houve fraude nessas eleições e exigiu do
imperador a dissolução da Câmara. Quando o ministério liberal foi substituído
por um conservador, os liberais se rebelam em São Paulo e em Minas Gerais.
São Paulo: liderança
do Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar e do padre Diogo Antônio Feijó. Apoio de
Taubaté, Pindamonhangaba, Silveiras e Lorena. Derrotados pelas tropas do
exército, sob as ordens de Luís Alves de Lima e Silva, Barão de Caxias. O padre
Feijó foi preso e Tobias de Aguiar, com alguns revolucionários, retirou-se para
o Rio Grande do Sul.
Minas Gerais:
liderança de Teófilo Otoni. Os liberais bloquearam a estrada que ligava Ouro
Preto ao Rio de Janeiro, obtiveram algumas vitórias e dominaram Santa Bárbara,
São João DeI Rei, Barbacena, Baependi, Diamantina, Araxá e Caeté. O movimento
mineiro também foi dominado por Caxias, que derrotou os revoltosos em Santa
Luzia.
A Revolução Praieira
Pernambuco, 1848-1949.
Movimento com programa definido, com a participação popular e com a perspectiva
de mudança social, contrária ao poder da camada latifundiária.
Havia grande poder
local dos proprietários rurais, destacando-se a família Cavalcanti, que
controlava o Partido Conservador, mas também participava do Liberal.
Em 1842, foi fundado
o Partido da Praia, cujo nome derivava da localização do jornal Diário Novo,
órgão de divulgação do Partido Liberal, situado na rua da Praia.
Participantes: Borges da Fonseca, Abreu de Lima, Inácio Bento de Loyola, Nunes
Machado e Pedro Ivo.
Em 7 de novembro de
1848, começa a sublevação de forma espontânea em Olinda, que atinge a Zona da
Mata. Pedro Ivo passou a comandar as forças militares dos pequenos
arrendatários, boiadeiros, mascates, mulatos e negros. Em janeiro de 1849, com
o documento Manifesto ao Mundo, os revolucionários exigem voto livre e
universal, liberdade de imprensa, nacionalização do comércio e extinção do
Poder Moderador.
Os principais líderes
acabaram sendo presos. O fim da Revolução Praieira assinalou o desaparecimento
dos últimos resquícios do liberalismo radical e democrático, iniciado durante o
processo de Independência.
O Parlamentarismo
Em 1847, foi criada a
Presidência do Conselho de Ministros, dando inicio ao regime parlamentarista no
Brasil. O poder mais forte era o Legislativo, que, além de elaborar as leis,
fiscalizava o Executivo. No caso brasileiro, o imperador continuava a dar as
decisões finais, pois, pela Constituição, ficava com o Poder Moderador. O
Presidente do Conselho dos Ministros ou Primeiro-Ministro era escolhido pelo
imperador para ocupar o Poder Executivo. O regime parlamentarista vigorou até
1889, com revezamento de gabinetes liberais e conservadores.
Ministério da
Conciliação: governou de 1853 a 1858, formado por Honório Hermeto
Carneiro Leão, reunindo liberais e conservadores. Houve construção de estradas
de ferro, introdução da navegação a vapor, instalação de bancos, modernização
do Rio de Janeiro, iluminação a gás etc.
A Guerra do Paraguai
A Guerra do Paraguai,
ou Guerra da Tríplice Aliança, foi o conflito de maior duração no continente
latino-americano, de 1865 a 1870, que reuniu Brasil, Argentina e Uruguai contra
o Paraguai.
A situação do
Paraguai
Desde sua
independência, em 1811, o Paraguai tinha autonomia econômica e política,
inclusive em relação à Inglaterra. No governo de Solano Lopes, a economia
paraguaia não se enquadrava no modelo proposto pela Inglaterra. A balança
comercial era sempre favorável. A moeda era forte e estável. Havia baixo índice
de analfabetismo. Em 1864, bloqueado entre o Brasil e a Argentina, Solano Lopes
iniciou uma política ofensiva com a finalidade de conseguir uma saída para o Atlântico.
Antecedentes: o
Brasil contra o Uruguai e a Argentina
No Uruguai, logo após
a Proclamação da Independência, formaram-se dois partidos políticos: Blanco,
Liderado por Oribe, com ideologia federalista; Cobrado, defensor do unitarismo,
cujo grande chefe era Rivera.
O Partido Blanco
estava ligado à política do ditador Rosas, da Argentina, enquanto o Cobrado era
aliado do Brasil e de uma facção argentina.
Em 1830, Rivera foi
eleito presidente, depois substituído por Oribe, líder dos blancos. Essa eleição
provocou um conflito entre os adeptos dos dois partidos políticos. Oribe obteve
apoio de Rosas e dos cobrados.
Como os argentinos
disputavam com o Brasil a hegemonia da região do Rio da Prata, seus interesses
eram contrários aos dos brasileiros. Quando o blanco Oribe assumiu o poder, o
ditador argentino Rosas apoiou-o. O Brasil aliou-se a Urquiza, presidente das
províncias argentinas de Corrientes e Entre-Rios e inimigo de Rosas.
Caxias invadiu o
Uruguai e depôs Oribe e, em seguida, atacou a Argentina. A batalha decisiva
travou-se em 1852, em Monte Caseros, onde o ditador Rosas foi derrotado.
Em 1864, subiu ao
poder no Uruguai o blanco Aguirre. D. Pedro II apoiou o cobrado Venâncio Flores
e, de novo, ordenou a invasão do Uruguai. O general brasileiro Mena Barreto
efetuou o ataque por terra, e o almirante Tamandaré comandou a esquadra aliada.
Um ano depois, o governo de Aguirre se rendeu, e Flores foi colocado no poder.
Solano Lopes, do
Paraguai, rompeu relações com o Brasil, principalmente porque tinha com Aguirre
um acordo de defesa mútua. Ocupou o Mato Grosso e as províncias argentinas de
Corrientes e Entre-Rios, para garantir as comunicações até Corumbá,
abastecer-se de gado e manter relações com a Bolívia, que, nessa época, tinha saída
para o mar. As províncias argentinas foram ocupadas para permitir a passagem
dos soldados paraguaios rumo ao Uruguai, onde se uniriam ao exército blanco.
Os anos da guerra
Em maio de 1865, o
Brasil, a Argentina e o Uruguai formaram a Tríplice Aliança para combater o
Paraguai. Receberam apoio da Inglaterra, que via no Paraguai um país
auto-suficiente, um mau exemplo para os demais países latino-americanos.
Formação do Exército
brasileiro. Em 1865, o governo faz campanha e surgem os Voluntários da Pátria,
batalhões formados por jovens patriotas, pertencentes à elite, em sua maioria
estudantes de faculdades de direito, desejosos de prestigio. Em seguida, ocorre
o recrutamento forçado: jovens filhos e parentes dos fazendeiros eram obrigados
a ir para a guerra ou, então, a enviar escravos em seu lugar, os quais lutariam
e se tornariam Livres, após o conflito.
Batalha do Riachuelo:
junho de 1865, no Rio Paraná. Vitória dos aliados comandados pelo almirante
Barroso.
Batalhas de Tuiuti e
do Passo da Pátria: derrotas dos paraguaios, mas também retirada das tropas
brasileiras na Província do Mato Grosso (Retirada da Laguna, 1867). Vitórias da
Tríplice Aliança, sob comando de Caxias: Avaí, Itororó, Lomas Valentinas e
Angostura.
Em janeiro de 1869,
os aliados ocuparam Assunção. Solano Lopes é perseguido até as Cordilheiras. Em
março de 1870, batalha de Cerro Corá. O líder Solano Lopes foi morto,
terminando a guerra. O armistício entre Brasil e Paraguai foi assinado em 1872.
Decorrências da
guerra
O Paraguai ficou
totalmente arruinado, com pouco mais de 500/o de sua população e uma enorme
dívida de guerra.
A Argentina
conquistou a hegemonia na bacia platina. Crise econômico-financeira no império
brasileiro leva a novos empréstimos da Inglaterra, aumentando a dependência da
economia brasileira ao capital inglês.
O exército brasileiro
fortaleceu-se e profissionalizou-se, o que acarretou sérias questões políticas
à Monarquia.
Militares e escravos
alforriados durante a guerra passaram a criticar duramente a permanência da
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