"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Do trabalho escravo ao trabalho livre (Resumo)


De 1850 a 1888, a extinção do escravismo foi tenta e gradual, isto é, não foi feita de uma só vez, mas por meio de diversas leis que buscavam mais adiar o fim da escravidão do que extingui-la. A partir de 1888, os ex-escravos foram vender a sua força de trabalho no mercado livre e em condições desiguais.

A extinção do tráfico negreiro

Desde 1810, a Inglaterra pressionava o Brasil para que acabasse com o tráfico de escravos. Em 1845, o Parlamento inglês votou o BilI Aberdeen, lei que autorizava a marinha inglesa a aprisionar navios negreiros e julgar os traficantes em um tribunal inglês.
Em 1850, a Lei Eusébio de Queirós proíbe o tráfico de negros africanos para o Brasil e estabelece severas penas a quem a desrespeitasse. Acentuou-se o tráfico interprovincial entre o Sul e o Nordeste. Como não entravam mais africanos no país, o preço do escravo subiu assustadoramente.


A emancipação lenta e gradual

Na década de 1870-1880, cresce a campanha abolicionista promovida pelos fazendeiros do Oeste paulista, a classe média (que queria o livre acesso aos empregos públicos) e os intelectuais.
Fatores que favoreceram a campanha:
  • Posicionamento do Exército (herói da Guerra do Paraguai) de não mais caçar negros fugitivos.
  • Pressão internacional sobre o governo brasileiro, o único a manter a escravidão em 1870.
  • Em 1871, a Lei Rio Branco ou Lei do Ventre Livre é uma tentativa do governo de impedir o crescimento do movimento abolicionista. Essa lei concede liberdade para os filhos de escravos a partir daquela data, mas o senhor tinha a obrigação de criá-los até os 8 anos de idade, podendo usar seu trabalho depois disso, até os 21 anos, como pagamento, ou receber uma expressiva indenização do Estado pela liberdade concedida.
  • Em 1880, é fundada a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão no Rio de Janeiro. Crescem as agremiações abolicionistas em outras províncias do País. No Norte e Nordeste, destacam-se Castro Alves, Joaquim Nabuco e José do Patrocínio.
  • Em 1884, o Ceará é a primeira província a libertar os seus escravos. Em seguida, o Rio Grande do Sul e o Amazonas.
Destaque: Quilombo do Jabaquara, fundado em 1882, perto da cidade de Santos, em São Paulo. Reunia 10 mil pessoas, os “libertos de Antônio Bento”, um abolicionista que organizou o grupo dos caifazes para ajudar os negros a fugirem de seus senhores.
Em 1885, a Lei do Sexagenário, ou Lei Saraiva - Cotegipe, liberta os escravos com mais de 65 anos. Favorece mais os senhores, que não precisavam alimentar os velhos escravos, que não produziam praticamente mais nada. Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, extinguindo a escravidão no Brasil.

Os imigrantes

Os primeiros imigrantes chegaram ao Brasil em 1819, ainda no governo de D. João VI. Os suíço-alemães fundaram uma colônia, origem da cidade de Nova Friburgo, no atual Estado do Rio de Janeiro.
Em 1824, imigrantes alemães se fixaram no Rio Grande do Sul, onde deram origem a várias cidades: São Leopoldo, Novo Hamburgo, Estrela. Durante o Segundo Reinado, a imigração tomou impulso com a expansão da lavoura cafeeira, que exigia mais mão-de-obra na região de São Paulo.
O senador Nicolau de Campos Vergueiro instituiu o sistema de parceria: o proprietário faria adiantamentos aos imigrantes para o seu transporte e sustento, a serem pagos num certo prazo e com juro de 6% ao ano. Os imigrantes deveriam plantar, cultivar, colher e beneficiar o café. O produto da venda seria dividido em partes iguais entre o colono e o fazendeiro. Esse sistema não deu resultado, pois os imigrantes não conseguiam lucrar com a parte que lhes era determinada.
A partir de 1870, a imigração passou a ser subvencionada. O governo ficou com a responsabilidade do transporte, e o fazendeiro manteria o trabalhador imigrante durante o prazo de um ano.
Italianos fixam-se em São Paulo, pois a lavoura cafeeira era produzida em maior escala nessa região. Entre 1850 e 1910, São Paulo recebeu mais de 1,5 milhão de imigrantes italianos. A partir de 1875, os italianos também foram para o Rio Grande do Sul, onde passaram a desenvolver o cultivo da uva (origem de Caxias do Sul, Garibaldi, Farroupilha).
Durante o Segundo Reinado, imigrantes alemães se dirigiram para Santa Catarina, onde fundaram várias cidades: Blumenau, Joinville etc.


Objetivos da colonização do Sul do Brasil: desenvolver o minifúndio (pequena propriedade) e produzir alimentos para o mercado interno (Rio Grande do Sul, “celeiro do Brasil”).

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