Nova política partidária
O governo falava em abertura mas criava artifícios para manter o
controle da situação. Já dissemos que a ditadura militar tinha a participação
ativa de muitos civis, incluindo empresários, administradores e os políticos da
Arena. Para dividir as oposições, Figueiredo baixou a Nova Lei Orgânica dos
Partidos (1979) que acabava com a divisão Arena e MDB. Foi assim que nasceram
cinco novos partidos políticos:
O PDS (Partido Democrático
Social) era o novo nome da Arena. Representava os políticos que apoiaram a
ditadura. Portanto, tinha bem pouco de democrático e quase nada de social. O
líder era o senador José Sarney, do Maranhão.
O PMDB (Partido do Movimento
Democrático Brasileiro) herdava o antigo MDB. Continuou sendo o grande
partido da oposição, reunindo diversas correntes políticas, incluindo
conservadores moderados, liberais e até os comunistas (os PCs ainda estavam
proibidos de funcionar). O líder era o deputado Ulisses Guimarães, figura
importante na luta contra o regime militar.
O PDT (Partido Democrático
Trabalhista) era chefiado por Leonel Brizola, que tinha voltado do exílio.
Naquela época, Brizola gozava de enorme prestígio como o homem contrário a tudo
de ruim do regime militar. Ele quis refundar o antigo PTB mas levou uma pernada
da justiça. Propunha ser herdeiro do trabalhismo de Vargas e Jango, misturado à
social-democracia, que ele tinha aprendido a admirar na França, na Alemanha e
na Suécia (uma espécie de capitalismo reformado com medidas inspiradas no
socialismo).
O PTB (Partido Trabalhista
Brasileiro) não tinha nada a ver com o antigo PTB. Pelo contrário, chegou a
abrigar antigos udenistas e até algumas figuras da antiga Arena. Ficou nas mãos
da deputada Ivete Vargas e foi visto como uma criação ardilosa do regime, uma
espécie de filial camufla da do PDS.
O PT (Partido dos Trabalhadores)
aparecia como o grande partido de esquerda do Brasil. Na sua origem, o
movimento operário organizado no ABC paulista, liderado por Lula, mas também
dirigentes sindicais de outras categorias operárias e até de setores como o
bancário, o de professores e de funcionários públicos. O PT também recebeu
apoio de setores da Igreja Católica (ligados à Teologia da Libertação),
estudantes universitários e intelectuais, reunindo desde marxistas a
social-democratas.
Ainda houve um partido de existência efêmera, o PP (Partido Popular),
que tinha pouco de popular, já que sua liderança estava nas mãos de grandes
banqueiros e políticos tradicionais como Tancredo Neves. Mas como a lei
eleitoral de 1982 obrigava a votação de todos os candidatos (de vereador a
governador) do mesmo partido, o PP acabou se fundindo ao PMDB.
Em 1982, com as eleições diretas para governador restabelecidas, a oposição
obteve vitórias espetaculares: Franco Monturo (PMDB-SP), Leonel Brizola
(PDT-RJ) e Tancredo Neves (PMDB-MG), embora tenha perdido no Rio Grande do Sul.
Fontes
bibliográficas:
História do Brasil – Luiz Koshiba –
Ed. Atual
História Crítica do Brasil – Mário
Schmidt – Ed. Novos Tempos
História do Brasil – Boris Fausto –
Ed. Difel
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