Origens da Mitologia Grega
O mito era o coração da sociedade grega antiga, como forma
de entender os fenômenos naturais e os acontecimentos sem a ação dos humanos.
Os gregos, crentes nas histórias e nas narrativas dos poetas, estabeleceram
rituais e cultos fundamentados nessas lendas heróicas, divinas e humanas. Desde
aquele tempo, o ser humano precisou criar concepções lógicas acerca das
histórias contadas apenas pelos poetas.
O filósofo Homero fazia a educação da
Grécia e, para os gregos, os mitos eram a mais pura verdade.
Os deuses eram divindades com atribuições próprias e com
inúmeros poderes. Eram imortais, podiam salvar ou destruir. Tinham o poder de
transformar-se em objetos e animais ou adquirir outras personalidades. A
mitologia, embora seja repleta de narrações sobre batalhas, traições, intrigas
e maldades, servem para interpretação subjetiva dos diversos arquétipos que
ainda hoje são muito atuais e que encontramos em nossos dias.
Localizada na junção da Europa, Ásia e África, a Grécia é o
berço de nascimento da democracia, da filosofia e literatura, da historiografia
e ciência política e dos mais importantes princípios matemáticos. É o berço de
nascimento do teatro ocidental, incluindo os gêneros do drama, tragédia e o da
comédia e dos jogos olímpicos.
Apaixonados pelo debate e pela controvérsia, os gregos
criaram os primeiros ordenamentos políticos com cunho democrático, onde
compartilhavam e defendiam argumentações. Esses princípios fundamentais
definiram o curso do mundo ocidental e também divulgaram a mitologia grega, que
ainda se torna eficiente, segundo muitos autores, para a educação acadêmica
como também para um entendimento profundo e filosófico do ser humano.
Segundo estudiosos, diversas teorias buscam explicar as
origens da mitologia grega:
* Teoria Escritural, as lendas mitológicas procedem de
relatos dos textos sagrados, no qual os feitos reais foram disfarçados e,
posteriormente, alterados.
* Teoria Alegórica: os mitos antigos eram alegóricos e
simbólicos, porém com verdade moral, religiosa ou filosófica ou um fato
histórico que, com o passar do tempo, passou a ser aceito como verdade.
* Teoria Histórica: todas as personas mencionadas na
mitologia foram seres humanos reais, e as lendas sobre elas são meras adições
de épocas posteriores.
* Teoria Física: os elementos ar, fogo e água foram objetos
de adoração religiosa, e passaram a ser personificações desses poderes da
natureza.
Os historiadores acreditam que os gregos começaram a dar
novas interpretações acerca das coisas e a desacreditar dos poetas e dos
dramaturgos, insistentes em inventar narrativas e lendas sobre a origem e os
motivos das coisas. Ao tentar aprofundar sua compreensão sobre os mitos gregos,
o homem da Grécia antiga encontrou certas limitações e contradições nessas
histórias, o que desencadeou em uma série de processos filosóficos.
A filosofia surgiu justamente para compreender a verdade,
mas de outra forma. Uma das contradições, defendidas por historiadores, foram
as viagens marítimas empreendidas pelos gregos e a exploração de algumas
regiões nas quais acreditavam serem habitadas por deuses. Porém, ao visitá-las,
puderam constatar que era povoada por seres humanos.
As explorações marítimas dos gregos – uma das primeiras do
homem antigo – contribuíram para a decadência do mito. Os estudiosos acreditam
que os gregos, ao inventarem o calendário, conseguiram calcular o tempo como
forma de prever e entender os estados térmicos, o sol e a chuva e outros
fatores climáticos, antes vistos como feitos divinos e incompreensíveis. Isso
proporcionou uma grande mudança na crença dos mitos.
De forma semelhante, a invenção da moeda como forma de
trocas abstratas e a escrita alfabética, como forma de materialização de textos
antes propagados somente pela oratória, além da invenção da política para a
exposição das opiniões sociais, foram marcos da sociedade grega que, com o
início dessa vida urbana e mais moderna, começou a tecer bases para o
artesanato, o comércio e outras criações, que propiciaram a depreciação dos
mitos.
Com essas mudanças, o homem viu a necessidade de entender e
desenvolver, criando a filosofia para suprir essa incompreensão. Os filósofos e
estudiosos creem que as habilidades poderosas de mudança saíram das mãos dos
deuses imaginários, foram assumidas pelos homens antigos e se estendem até
nossos dias atuais, onde acreditamos que uma administração política adequada —
realizada e levada avante pelos homens e não pelos deuses — pode resultar numa
influência positiva nas sociedades, assim como uma administração inadequada
resulta em influências negativas.
OS ARQUÉTIPOS
Arquétipo é um termo usado por filósofos neoplatônicos, como
Plotino, para designar as ideias como modelos de todas as coisas existentes,
segundo a concepção de Platão. Nas filosofias teístas o termo indica as idéias
presentes na mente de Deus. Pela confluência entre neoplatonismo e
cristianismo, termo arquétipo chegou à filosofia cristã, sendo difundido por
Agostinho, provavelmente por influência dos escritos de Porfírio, discípulo de
Plotino.
Arquétipo, na psicologia analítica, significa a forma
imaterial à qual os fenômenos psíquicos tendem a se moldar. C. G. Jung usou o
termo para se referir aos modelos inatos que servem de matriz para o
desenvolvimento da psique. Eles são as tendências estruturais invisíveis dos símbolos.
Os arquétipos criam imagens ou visões que correspondem a alguns aspectos da
situação consciente.
Jung deduz que as imagens primordiais, um outro nome para
arquétipos, se originam de uma constante repetição de uma mesma experiência,
durante muitas gerações. Funcionam como centros autônomos que tendem a
produzir, em cada geração, a repetição e a elaboração dessas mesmas
experiências. Eles se encontram isolados uns dos outros, embora possam se
interpenetrar e se misturar.
O núcleo de um complexo é um arquétipo que atrai
experiências relacionadas ao seu tema. Ele poderá, então, tornar-se consciente
por meio destas experiências associadas. Os arquétipos da Morte, do Herói, do
Si-mesmo, da Grande Mãe e do Velho Sábio são exemplos de algumas das numerosas
imagens primordiais existentes no inconsciente coletivo. Embora todos os
arquétipos possam ser considerados como sistemas dinâmicos autônomos, alguns
deles evoluíram tão profundamente que se pode justificar seu tratamento como
sistemas separados da personalidade. São eles: a persona, a ânima, o animus e a
sombra.
Chamamos de instinto aos impulsos fisiológicos percebidos
pelos sentidos. Mas, ao mesmo tempo, estes instintos podem também manifestar-se
como fantasias e revelar, muitas vezes, a sua presença apenas através de
imagens simbólicas. São estas manifestações que revelam a presença dos
arquétipos, que as dirigem. A sua origem não é conhecida e eles se repetem em
qualquer época e em qualquer lugar do mundo - mesmo onde não é possível
explicar a sua transmissão por descendência direta ou por fecundações cruzadas,
resultantes da migração.
Os arquétipos são a principal origem da ligação entre a
Física e a Psicologia, pois é por meio deles que os fenômenos psíquicos
estudados pela psicologia analítica se manifestam, frequentemente violando as
leis físicas da ordem temporal e espacial. O estudo interdisciplinar destas
estruturas imateriais e seus fenômenos teve origem com Jung e Pauli, na
primeira metade do século XX, estendendo-se até hoje com a linha de pesquisa da
Física e Psicologia.
Fonte: Portal Evento Mitologia Grega
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