Da cosmologia à metafísica
A Filosofia nasce da admiração e
do espanto, dizem Platão e Aristóteles. Admiração: Por que o mundo existe?
Espanto: Por que o mundo é tal como é?
Desde seu nascimento, a
Filosofia perguntou: O que existe? Por que existe? O que é isso que
existe? Como é isso que existe? Por que e como surge, muda e desaparece?
Por que a Natureza ou o mundo se mantêm ordenados e constantes, apesar da mudança
contínua de todas as coisas?
Essas perguntas – ou esse
espanto ou admiração diante do mundo – levaram os primeiros filósofos a buscar
uma explicação racional para a origem de um mundo ordenado, o cosmos.
Por esse motivo, a Filosofia nasce como cosmologia. A busca do princípio
que causa e ordena tudo quanto existe na Natureza (minerais, vegetais, animais,
humanos, astros, qualidades como úmido, seco, quente, frio) e tudo quanto nela
acontece (dia e noite, estações do ano, nascimento, transformação e morte,
crescimento e diminuição, saúde e doença, bem e mal, belo e feio, etc.) foi a
busca de uma força natural perene e imortal, subjacente às mudanças, denominada
pelos primeiros filósofos com o nome de physis. A cosmologia era uma
explicação racional sobre a physis do Universo e, portanto, uma física.
Como, então, surgiu a
metafísica? Como surgiu um saber que suplantou a cosmologia ou física dos
primeiros filósofos? Como e por que a metafísica acabou se tornando o centro e
a disciplina mais importante da Filosofia?
Fonte: CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed.
Ática, 2000.
0 Response to "Da cosmologia à metafísica"
Postar um comentário