Platão e o mundo das essências
Também ao estudarmos a lógica,
vimos que Platão dedicou a sua obra à resolução do impasse filosófico criado
pelo antagonismo entre o pensamento de Heráclito de Éfeso e o de Parmênides de
Eleia.
Platão considerou que Heráclito
tinha razão no que se refere ao mundo material e sensível, mundo das imagens e
das opiniões. A matéria, diz Platão, é, por essência e por natureza, algo
imperfeito, que não consegue manter a identidade das coisas, mudando sem
cessar, passando de um estado a outro, contrário ou oposto. O mundo material ou
de nossa experiência sensível é mutável e contraditório e, por isso, dele só
nos chegam as aparências das coisas e sobre ele só podemos ter opiniões
contrárias e contraditórias.
Por esse motivo, diz Platão,
Parmênides está certo ao exigir que a Filosofia deva abandonar esse mundo
sensível e ocupar-se com o mundo verdadeiro, invisível aos sentidos e visível
apenas ao puro pensamento. O verdadeiro é o Ser, uno, imutável, idêntico a si
mesmo, eterno, imperecível, puramente inteligível.
Eis por que a ontologia
platônica introduz uma divisão no mundo, afirmando a existência de dois mundos
inteiramente diferentes e separados: o mundo sensível da mudança, da
aparência, do devir dos contrários, e o mundo inteligível da identidade,
da permanência, da verdade, conhecido pelo intelecto puro, sem qualquer
interferência dos sentidos e das opiniões. O primeiro é o mundo das coisas. O
segundo, o mundo das idéias ou das essências verdadeiras. O mundo das idéias ou
das essências é o mundo do Ser; o mundo sensível das coisas ou aparências é o
mundo do Não-Ser. O mundo sensível é uma sombra, uma cópia deformada ou
imperfeita do mundo inteligível das idéias ou essências.
Notamos, aqui, uma diferença
entre a ontologia de Parmênides e a de Platão. Para o primeiro, o mundo
sensível das aparências é o Não-Ser em sentido forte, isto é, não existe, não
é, não tem realidade nenhuma, é o nada. Para Platão, porém, o Não-Ser não é o
puro nada. Ele é alguma coisa. O que ele é? Ele é o outro (alienus)
do Ser, o que é diferente do Ser, o que é inferior ao Ser, o que nos engana e
nos ilude, a causa dos erros. Em lugar de ser um puro nada, o Não-Ser é um falso
ser, uma sombra do Ser verdadeiro, aquilo que Platão chama de pseudo-Ser.
O Não-Ser é sensível.
Há ainda uma outra diferença
importante entre a ontologia de Parmênides e a de Platão. O primeiro afirmava
que o Ser, além de imutável, eterno e idêntico a si mesmo, era único ou uno.
Havia o Ser. Qual o problema dessa afirmação parmenideana?
Se, do lado do devir
heraclitiano, havia uma multiplicidade infinita de seres contrários uns aos
outros e contrários a si mesmos (pois cada um se tornava contrário a si próprio
- o dia tornando-se noite, o seco tornando-se úmido, etc.), multiplicidade
contraditória que não poderia ser pensada nem dita, visto que o pensamento
exige a identidade do pensado, no entanto, do lado da identidade una-única de
Parmênides, que restava para a Filosofia? Só lhe restava pensar e dizer três
frases: O Ser é. O Não-Ser não é. O Ser é uno, idêntico, eterno e imutável.
Em suma, a Filosofia começava e
terminava nessas três frases, nada mais podendo pensar ou dizer. Parmênides
paralisava a Filosofia. Se esta quisesse prosseguir como investigação da
verdade e se tivesse mais objetos a conhecer, era preciso quebrar a
unidade-unicidade do Ser de Parmênides. Foi o que fez Platão. Que disse ele?
Em primeiro lugar, seguindo
Sócrates e os sofistas, Platão distinguiu dois sentidos para a palavra Ser:
o sentido forte, em que Ser significa realidade ou existência (o Ser é), e o
sentido mais fraco, em que Ser é o verbo ser como verbo de ligação, isto
é, o verbo que permite ligar um sujeito a um predicado (por exemplo: O homem é
mortal). Distinguiu, assim, dois sentidos para o verbo ser: o sentido
existencial e o sentido predicativo. Por exemplo: “O homem é” (existe) e
“O homem é mortal”.
Em segundo lugar, afirmou que,
no sentido forte de Ser, existem múltiplos seres e não um só, mas cada um deles
possui os atributos do Ser de Parmênides (identidade, unidade, eternidade,
imutabilidade). Esses seres são as idéias ou formas imateriais,
que constituem o mundo verdadeiro, o mundo inteligível. São seres reais
as idéias do bem, do belo, do justo, do homem, dos astros, do amor, do
animal, do vegetal, etc.
Em terceiro lugar, afirmou que,
no sentido mais fraco do verbo de ligação ou da predicação, cada idéia é um
sujeito real, que possui um conjunto de predicados reais ou de propriedades
essenciais e que a fazem ser o que ela é em si mesma. Uma ideia é (existe) e
uma ideia é uma essência ou conjunto de qualidades essenciais que a
fazem ser o que ela é necessariamente (possui predicados verdadeiros). Por
exemplo, a justiça é (há a ideia de justiça) e há seres humanos que são justos
(possuem o predicado da justiça como parte de sua essência).
Dessa maneira, cada ideia, em si
mesma, é una, idêntica a si mesma, eterna e imutável – uma ideia é. Ao
mesmo tempo, cada ideia difere de todas as outras pelo conjunto de qualidades
ou propriedades internas e necessárias pelas quais ela é uma essência
determinada, diferente das demais (a ideia de homem é diferente da ideia de
planeta, que é diferente da ideia de beleza, que é diferente da ideia de
coragem, etc.).
A tarefa da Filosofia é dupla:
1. deve conhecer que idéias
existem, isto é, que idéias são;
2. deve conhecer quais são as
qualidades ou propriedades essenciais de uma ideia, isto é, o que uma
ideia é, sua essência.
As idéias ou formas imateriais
(ou essências inteligíveis), diz Platão, são seres perfeitos e, por sua
perfeição, tornam-se modelos inteligíveis ou paradigmas inteligíveis
perfeitos que as coisas sensíveis materiais tentam imitar imperfeitamente. O
sensível é, pois, uma imitação imperfeita do inteligível: as coisas sensíveis
são imagens das idéias, são não-seres tentando inutilmente imitar a perfeição
dos seres inteligíveis.
Cabe à Filosofia passar das
cópias imperfeitas aos modelos perfeitos, abandonando as imagens ou aparências
pelas essências, e as opiniões pelas idéias. O pensamento
deve passar da instabilidade contraditória das coisas sensíveis à identidade
racional das coisas inteligíveis, à identidade das idéias que são a realidade,
o ser, o to on.
Como passamos das coisas
sensíveis, das cópias, imagens ou opiniões às idéias ou essências? Pela
dialética (que estudamos na unidade dedicada à lógica).
Tomemos alguns exemplos para
melhor compreendermos o que é a ontologia platônica.
Numa obra, o diálogo Laques,
Platão coloca seu mestre Sócrates conversando com alguns atenienses. São pais
de família preocupados com a educação de seus filhos. Os gregos, como sabemos,
valorizavam muito o jovem de corpo belo, educado pela ginástica e pela dança
para tornar-se um guerreiro corajoso. A coragem era, assim, extremamente
valorizada.
Os pais com quem conversa
Sócrates estão a caminho de uma aula de esgrima, num curso dado por um
professor muito famoso. Indagam, então, se o aprendizado da esgrima será
benéfico para seus filhos quando forem à guerra. Uns acham que sim, outros
dizem que não. Há, pois, duas opiniões contrárias ou contraditórias na
conversa. Apelam para Sócrates dizendo-lhe: “Como você é um sábio, venha ajudar-nos
em nossa polêmica e diga-nos se a esgrima é ou não benéfica para formar a
coragem de nossos filhos”.
Sócrates intervém, afirmando:
“Só poderei ajudá-los a decidir sobre esse assunto se primeiro discutirmos uma
outra coisa e não a esgrima”. “O que devemos discutir primeiro?”, indagam os
pais. Responde Sócrates: “O que é a coragem, uma vez que vocês desejam
filhos corajosos. Enquanto não soubermos o que é a essência da coragem não
saberemos qual educação é benéfica para ela. Precisamos conhecer a ideia da coragem para saber, em nosso mundo, quando e como existem pessoas corajosas
e atos corajosos. Para saber o que são as coisas que percebemos, precisamos,
primeiro, saber o que são as coisas em si mesmas, isto é, precisamos pensar
suas idéias ou essências”.
Os pais se põem novamente a
discutir. Cada um dá exemplos de atos que julga corajosos. E, novamente, suas
opiniões são contrárias. Diz Sócrates: “Vocês não me entenderam. Não pedi para
darem exemplos de coragem, nem opiniões sobre atos corajosos. Eu lhes pedi que
me dissessem o que é, em si mesma, a coragem. Qual é a essência da
coragem que nos permite dizer, diante de uma ação particular, que tal ação é ou
não corajosa? Qual é o ser da coragem?”
A discussão recomeça e, agora,
cada um dos participantes da conversa oferece uma definição da coragem. Diz um:
“A coragem é não fugir na guerra”. Retruca Sócrates: “Mas, e os espartanos,
tidos como dos mais corajosos, e que inventaram uma tática de recuar, fugir,
levando o inimigo para seu campo e ali podendo derrotá-lo? Fogem. Não são
corajosos?”. Diz outro: “A coragem é não temer o perigo”. “Ora”, contrapõe
Sócrates, “e as histórias maravilhosas que conhecemos de capitães de navio que
salvaram os passageiros de grandes tempestades, justamente escolhendo não zarpar
quando os ventos eram desfavoráveis e, portanto, fugindo do perigo? Não são
corajosos?”.
E, finalmente, outro pai dá a
sua definição: “A coragem é saber o que se deve e o que não se deve temer”.
“Será?”, indaga Sócrates. “Se assim for, teremos que dizer que os comerciantes
espertos, que sabem quando um negócio é temerário e não o fazem, são
corajosos?” “Creio”, diz Sócrates, “que ainda não me fiz entender. Vocês estão
oferecendo opiniões sobre a coragem e imagens da coragem, mas não estão
buscando a essência da coragem. Não conseguiram ainda chegar, pelo pensamento,
à ideia da coragem; estão falando da aparência da coragem. Estão falando da
coragem sensível e não estão pensando a coragem inteligível.”
O diálogo é interrompido nesse
ponto, quando Sócrates sugere aos interlocutores que, talvez, ainda não tenham
conseguido chegar à ideia da coragem porque não procuraram uma outra ideia que
deve vir antes da coragem. Que ideia? “Todos, aqui”, diz Sócrates, “julgam a
coragem um valor positivo e, portanto, uma virtude. Nesse caso, antes de saber
o que é a coragem, temos que conhecer uma outra ideia da qual a ideia de
coragem depende: a ideia de virtude. Sem conhecer a essência da virtude, sem
conhecer o ser da virtude, não sabemos qual é a essência da coragem”. Ao se
despedir, Sócrates promete voltar a conversar com os pais para com eles buscar
a essência ou a ideia da virtude.
Em todos os seus diálogos,
Platão procede da mesma maneira. O diálogo começa com os interlocutores
julgando que sabem do que falam. Sócrates (que, nos diálogos, representa
Platão), leva-os a descobrir que não sabem o que imaginavam saber,
mostrando-lhes que possuem imagens e opiniões contraditórias sobre aquilo de
que falam.
Possuem a aparência do que
discutem, mas não a essência e por isso se enganam o tempo todo,
contradizendo-se uns aos outros. O diálogo, isto é, a dialética ou filosofia, é
o caminho que nos conduz das sensações, das percepções, das imagens e das
opiniões à contemplação intelectual do ser real das coisas, à ideia verdadeira,
que existe em si mesma no mundo das puras idéias ou no mundo inteligível.
Num outro diálogo, o Banquete,
será buscada a ideia ou a essência do amor.
Numa festa, oferecida por um
poeta que ganhou um prêmio por sua poesia, conversam cinco amigos e Sócrates.
Um deles afirma que todos os deuses recebem hinos e poemas de louvor, mas
nenhum foi feito ao melhor dos deuses, Eros, o amor. Propõe-se, então, que cada
um faça uma homenagem a Eros dizendo o que é o amor.
Para um deles, o amor é o mais
bondoso dos deuses, porque nos leva ao sacrifício pelo ser amado, inspira-nos
devotamento e o desejo de fazer o bem. Para o seguinte, é preciso distinguir
dois tipos de amor: o amor sexual e grosseiro e o amor espiritual entre as
almas, pois o primeiro é breve e logo acaba, enquanto o segundo é eterno. Já o
terceiro afirma que os que o antecederam limitaram muito o amor, tomando-o
apenas como uma relação entre duas pessoas. O amor, diz ele, é o que ordena,
organiza e orienta o mundo, pois é ele que faz os semelhantes se aproximarem e
os diferentes se afastarem. O amor é uma força cósmica de ordem e harmonia do
universo.
O quarto prefere retornar ao
amor entre as pessoas e narra um mito. No princípio, os humanos eram de três
tipos: havia o homem duplo, a mulher dupla e o homem-mulher, isto é, o
andrógino. Tinham um só corpo, com duas cabeças, quatro braços e quatro pernas.
Como se julgavam seres completos, decidiram habitar no céu. Zeus, rei dos
deuses, enfureceu-se, tomou de uma espada e os cortou pela metade.
Decaídos, separados e
desesperados, os humanos teriam desaparecido se Eros não lhes tivesse dado
órgãos sexuais e os ajudasse a procurar a metade perdida. Os que eram homens
duplos e mulheres duplas amam os de mesmo sexo, enquanto os que eram andróginos
amam a pessoa do sexo oposto. Amar é encontrar a nossa metade e o amor é esse
encontro.
Finalmente, o poeta, anfitrião
da festa, toma a palavra dizendo: Todos os que me precederam louvaram o amor
pelo bem que faz aos humanos, mas nenhum louvou o amor por ele mesmo. É o que
farei. O amor, Eros, é o mais belo, o melhor dos deuses. O mais belo, porque
sempre jovem e sutil, porque penetra imperceptivelmente nas almas; o melhor,
porque odeia a violência e a desfaz onde existir; inspira os artistas e poetas,
trazendo a beleza ao mundo.
Resta Sócrates. “Não poderei
falar”, diz ele. “Não tenho talento para fazer discursos tão belos.” Os outros,
porém, não se conformam e o obrigam a falar. “Está bem”, retruca ele. “Mas
falarei do meu jeito.”
Com essa pequena frase, Platão
mudará todo o tom do diálogo, pois, “falar do meu jeito” significa: Não vou
fazer elogios e louvores às imagens e aparências do amor, não vou emitir mais
uma opinião sobre o amor, mas vou buscar a essência do amor, o ser
do amor, vou investigar a ideia do amor.
Sócrates também começa com um
mito. Quando a deusa Afrodite nasceu, houve uma grande festa para os deuses,
mas esqueceram-se de convidar a deusa Penúria (Pênia). Miserável e
faminta, Penúria esperou o final da festa, esgueirou-se pelos jardins e comeu
os restos, enquanto os demais deuses dormiam. Num canto do jardim, viu Engenho
Astuto (Poros) e desejou conceber um filho dele, deitando-se ao seu
lado. Desse ato sexual nasceu Eros, o amor. Como sua mãe, Eros está sempre
carente, faminto, miserável; como seu pai, Eros é astuto, sabe criar
expedientes engenhosos para conseguir o que quer.
Qual o sentido do mito? Nele
descobrimos que o amor é carência e astúcia, desejo de saciar a fome e a sede,
desejo de preenchimento, desejo de completar-se e de encontrar a plenitude.
Amar é desejar o amado como o que nos completa, nos sacia e satisfaz, nos dá
plenitude. Amar é desejar fundir-se na plenitude do amado e ser um só com ele.
O que pode completar e dar
plenitude a um ser carente? O que é em si mesmo completo e pleno, isto é, o que
é perfeito. O amor é desejo de perfeição.
O que é a perfeição? A harmonia,
a proporção, a integridade ou inteireza da forma. Desejamos as formas
perfeitas. O que é uma forma perfeita? A forma perfeita é a forma acabada,
plena, inteiramente realizada, sem falhas, sem faltas, sem defeitos, sem
necessidade de transformar-se, isto é, sem necessidade de mudar de forma. A
forma perfeita é o que chamamos de beleza. O amor é desejo de beleza.
Onde está a beleza nas coisas
corporais? Nos corpos belos, cuja união engendra uma beleza: a imortalidade dos
pais através dos filhos. Onde está a beleza nas coisas incorporais? Nas almas
belas, cuja beleza está na perfeição de seus pensamentos e ações, isto é, na
inteligência.
Que amamos quando amamos corpos
belos? O que há de imperecível naquilo que, por natureza, é perecível, isto é,
amamos a posteridade ou a descendência. Que amamos quando amamos almas belas? O
que há de imperecível na inteligência, isto é, as idéias. O amor pelos corpos
belos é uma imagem ou uma sombra do amor pelo imperecível, mas o amor pelas
almas belas é o amor por algo que é em si mesmo e por si mesmo imperecível e
absolutamente perfeito.
Se o amor é desejo de
identificar-se com o amado, de fundir-se nele tornando-se como ele, então a
qualidade ou a natureza do ser amado determina se um amor é plenamente
verdadeiro ou uma aparência de amor. Amar o perecível é tornar-se perecível
também. Amar o mutável é tornar-se mutável também. O perecível e o mutável são
sombras, cópias imperfeitas do ser verdadeiro, imperecível e imutável. As
formas corporais belas são sombras ou imagens da verdadeira beleza imperecível.
Abandonando-as pela verdadeira beleza, amamos não esta ou aquela coisa bela,
mas a ideia ou a essência da beleza, o belo em si mesmo, único, real.
As almas belas são belas porque
nelas há a presença, ainda que invisível à primeira vista, de algo imperecível:
o intelecto, parte imortal de nossa alma. Que ama o intelecto? Um outro
intelecto que seja mais belo e mais perfeito do que ele e que, ao ser amado,
torna perfeito e belo quem o ama. O que é um intelecto verdadeiramente belo e
perfeito? O que ama a beleza perfeita. Onde se encontra a tal beleza? Nas
idéias.
O que é a essência ou a ideia do amor? O amor é o desejo da perfeição imperecível das formas belas, daquilo
que permanece sempre idêntico a si mesmo, daquilo que pode ser contemplado
plenamente pelo intelecto e conhecido plenamente pela inteligência. Sendo amor
intelectual pelo inteligível ou pelas idéias, o amor é o desejo de saber: philo
sophia, amor da sabedoria. Pelo amor, o intelecto humano participa do
inteligível, toma parte no mundo das idéias ou das essências, conhecendo o ser
verdadeiro.
A ontologia é, assim, a própria
Filosofia e o conhecimento do Ser, isto é, das ideias, é a passagem das
opiniões sobre as coisas sensíveis mutáveis rumo ao pensamento sobre as
essências imutáveis. Passar do sensível ao inteligível – tarefa da Filosofia –
é passar da aparência ao real, do Não-Ser ao Ser.
Fonte: CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed.
Ática, 2000.
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