A Amizade (Parte 03/07)
A Amizade e a Justiça
Um outro conceito que Aristóteles apresenta relacionado à amizade é a justiça. Afirma que entre amigos não há necessidade de justiça.
Aristóteles pressupõe a vida do homem na pólis, na cidade, por ser o homem um ser social. O conceito de justiça está diretamente ligado à vida na pólis. Quando se fala da pólis é preciso esclarecer que existem dois espaços: o da pólis – público e, o do oikos, da casa, o privado.
A amizade entre os cidadãos Aristóteles denomina concórdia. Segundo ele a amizade não é apenas necessária, mas também nobilitante, ou seja, nobre, louvável. Conclui que a amizade e a bondade encontram-se nas pessoas que são amigas de seus amigos. Antes de opinar sobre o que seja a amizade, Aristóteles apresenta o que os estudiosos de sua época diziam, ou seja, alguns filósofos que o antecederam ou foram seus contemporâneos.
Mas não poucos aspectos da amizade são objeto de debates. Alguns estudiosos do assunto definem a amizade como uma espécie de semelhança entre as pessoas e dizem que as pessoas semelhantes são amigas – daí vem os provérbios como “o semelhante encontra seu semelhante “[...].Outros tentam achar uma explicação mais profunda e mais física para este sentimento. Eurípides, por exemplo, escreve: “A terra seca ama a chuva, e o divino céu pleno de chuva ama molhar a terra! “Heráclitos, em contraste, diz: “Os contrários andam juntos”, “A mais bela harmonia é feita de tons diferentes” e “Tudo nasce do antagonismo!” Outros sustentam um ponto de vista oposto a este, principalmente Empédocles, segundo o qual “o semelhante busca o semelhante”. (ARISTÓTELES, 2001, p. 154).
De acordo com os estudiosos, segundo Aristóteles, basicamente dois princípios definem o sentimento amizade: o de Heráclito – “Os contrários andam juntos” e o de Empédocles – “O semelhante busca o semelhante”. É preciso esclarecer que tanto Heráclito como Empédocles apresentam uma explicação física para a amizade.
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