Ironia e Filosofia (Parte 08/10)
HISTÓRIA E ALIENAÇÃO
Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos. E justamente quando parecem empenhados em revolucionar-se a si e às coisas, em criar algo que jamais existiu, precisamente nesses períodos de crise revolucionária, os homens conjuram ansiosamente em seu auxílio os espíritos do passado, tomando-lhes emprestado os nomes, os gritos de guerra e as roupagens, a fim de apresentar-se nessa linguagem emprestada.
(...) Inteiramente absorta na produção da riqueza e na concorrência pacífica, a sociedade burguesa não mais se apercebe de que fantasmas dos tempos de Roma haviam velado seu berço. Mas por menos heróica que se mostre hoje esta sociedade, foi não obstante necessário heroísmo, sacrifício, terror, guerra civil e batalhas de povos para torná-la uma”. realidade. E nas tradições classicamente austeras da república romana, seus gladiadores encontraram os ideais e as formas de arte, as ilusões de que necessitavam para esconderem de si próprios as limitações burguesas do conteúdo de os ideais e as formas de arte, as ilusões de que necessitavam para esconderem de si próprios as limitações burguesas do conteúdo de suas lutas e manterem seu entusiasmo no alto nível da grande tragédia histórica”. (MARX, 1977, p. 18-19)
A ironia moderna destrói os novos mitos que se sustentam na pretensão de domínio e de poder, de uma razão capaz de tudo explicar e conter. Mostra o avesso das coisas, o que se oculta por trás dos projetos de uma sociedade tecnocrática, os paradoxos de uma sociedade que concentra a riqueza nas mãos de poucos e geram as várias formas de violência que fazem parte do nosso cotidiano e que nos torna cativos.
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